Econ - Agenor Castoldi - Texto V (Parte 2)

 (continuação...)

142 - Coloca que a facilitação do crédito ao consumidor para compra de bens de consumo duráveis explica porque, no “milagre”, esse setor cresceu a 24% ao ano.

143 - Às vezes, como no início do Plano Real, há “bolhas de consumo” que precisam ser furadas. No exemplo, as medidas que se mostraram mais eficazes foram as restrições ao crédito, a diminuição dos prazos máximos de financiamento, a restrição aos consórcios, etc. Sempre que o crédito é facilitado, o consumo de bens duráveis dispara, com impactos positivos sobre o crescimento do produto.

144 - As expectativas para a economia e as taxas de juros influenciam os investimentos. A disposição a investir/correr riscos.

145 - Este quadro pode ser percebido com clareza no caso brasileiro. O país manteve elevadas taxas de investimento ao longo da década de 70, quando os níveis de inflação, apesar de elevados para os níveis internacionais, apresentaram certa estabilidade na primeira metade da década. Ao longo desta década, a política cambial seguida pelo governo era conhecida pelos agentes econômicos, não sofrendo grandes rupturas e existiam abundantes fontes de recursos externos com taxas de juros previsíveis. Neste ambiente, as taxas de investimento situaram-se em torno de 25% do PIB. No início da década de 80, com a crise da dívida externa, profundas mudanças na política cambial, instabilidade nas taxas de juros e aceleração inflacionária, as taxas de investimento começaram se retrair, caindo para algo em torno de 20% do PIB.

146 - Sistema de crédito é intermediação de financiamento via banco, o qual aglutina depósitos individuais e cria linhas de credito para investimentos. Outra maneira é o “mercado de capitais”, aqui o empréstimo é direto (creio que é debênture e OPA’s). Brasil é pouco desenvolvido no segundo. (...) as grandes empresas nacionais, caracterizam-se por ser de estrutura familiar, não aceitando dividir o controle das empresas.

147 - Ademais, a alta rentabilidade da renda fixa (emprestar a juros altos para o governo) faz com que não haja incentivo a desenvolvimento do mercado de capitais.

148 - Uma economia muito ociosa não precisa de muita poupança para voltar a decolar. Pois o nível de retomada não demanda muito investimento. Uma economia aquecida em que falte poupança só poderá aumentar o nível de investimento com capital externo ou aumentando a poupança. E vale lembrar que “poupança externa” é = envidamento a alguma taxa e câmbio.

149 - Perigo do investimento para o banco: Seu passivo é geralmente de curto prazo. Se ele financiar projetos de longo prazo, o descasamento de prazos entre o ativo (o empréstimo) e o passivo, (a captação de recursos, depósitos à vista, por exemplo) pode gerar vários problemas aos bancos, por exemplo, o risco de iliquidez (falência) caso seus depositantes decidam retirar os recursos sem que ele possa realizar seus ativos, uma vez que estão comprometidos em empréstimos de longo prazo.

150 - Longo prazo, portanto, geralmente envolve maior risco e taxas maiores.

151- Em países com instabilidade econômica, altas taxas inflacionárias e, constantes oscilações nas taxas de juros reina o ambiente de incerteza. Nesta situação, todas as aplicações financeiras tendem a concentrar-se no curto prazo para fugir à incerteza. Com isso, não se consegue criar um fundo estável de financiamento de longo prazo. Como as aplicações se concentram no curto prazo, os bancos não têm condições de realizar operações de créditos de longo prazo, sob o risco do descasamento de prazo e com ele o de iliquidez. Situações como esta levaram vários países a criar sistemas públicos de financiamento do desenvolvimento para viabilizar os investimentos. Esta foi a situação brasileira. Como o país sempre conviveu com taxas inflacionárias relativamente elevadas, e as captações bancárias concentravam-se no curto prazo, as instituições financeiras privadas não conseguiram desenvolver mecanismos de financiamento de longo prazo. Com isso, a forma encontrada para suprir a demanda de crédito para investimento foi a criação do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e de uma série de outras instituições financeiras públicas (CEF Caixa Econômica Federal, por exemplo) que operavam com base em recursos de fundos de poupança compulsória como, por exemplo, FGTS, PIS-PASEP, entre outras, visando garantir a existência de um fundo estável de recursos para o financiamento de longo prazo. Além dos recursos de origem pública, abriu-se a possibilidade de captação de recursos externos, em que os prazos eram mais longos e os custos menores do que no sistema financeiro privado nacional. á durante a década de 80, a presença destes dois elementos, recursos de origem pública e recursos externos, caiu fortemente em função da crise fiscal brasileira e dos problemas no mercado financeiro internacional, neste sentido, pode-se observar forte queda nos investimentos no Brasil neste mesmo período.

152 - Lembra que investimento pode aumentar o consumo até mesmo no curto prazo (não só no longo). Estimula compras e tal, como bens de capital.

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