Econ - Claus Germer - Fundamentos Teóricos da Análise Marxista do Sistema Monetário Internacional

 

Claus Germer - Fundamentos Teóricos da Análise Marxista do Sistema Monetário Internacional:


474 - Não percebi a importância prática de quase nada que o texto trata. O texto do fichamento seguinte é menos hermético e talvez ajude a compreender este, mas só li depois.

475 - Crítica de Marx a Ricardo: por um lado incluiu na análise um elemento concreto indevido, que é a esfera internacional, e por outro lado excluiu indevidamente funções essenciais do dinheiro, mantendo apenas uma, a de meio de circulação. Critica especialmente o fato de Ricardo não considerar o entesouramento, afirma. Somente graças a esta abstração é possível demonstrar a pretensão da teoria quantitativa, de que o valor do dinheiro desvia-se do seu valor real sempre que ocorre um desajuste entre a sua quantidade e o valor total das mercadorias a circular em dado período de tempo.

476 - Marx assinala que a deformação dos fatos da circulação monetária por Ricardo, no esforço de validar a sua versão da teoria quantitativa, foi ao ponto de afirmar que os desequilíbrios da balança comercial não são causados por importações ou exportações excedentes, mas resultam de um fenômeno puramente monetário, que é a apreciação ou depreciação do dinheiro. Isto significa dizer que a balança comercial é deficitária não porque se importa mais do que se exporta, mas porque o dinheiro depreciou-se, por ter se tornado excedente internamente devido à quebra de safra, por exemplo, elevando o nível interno de preços em relação ao mercado mundial.

477 - Marx distingue a circulação simples e a capitalista como duas configurações da circulação. A primeira caracteriza-se pelo domínio da relação-valor, ou seja, do dinheiro. Na segunda a relação-capital agrega-se à relação-valor e o meio circulante compõe-se, crescentemente, do dinheiro de crédito ao invés do dinheiro. Estas duas situações são denominadas, por Marx, respectivamente, com as expressões ‘sistema monetário’ e ‘sistema de crédito’. Portanto, a esfera da circulação internacional, sob a hipótese da circulação simples, constituiria o ‘sistema monetário internacional’, e sob circulação capitalista o ‘sistema de crédito internacional’.

478 - Deste modo, a adoção do ouro como dinheiro, por todos os países capitalistas, no último quarto do século 19 - período de vigência do chamado ‘padrão-ouro internacional’, não é um fenômeno estritamente monetário, mas é a expressão monetária da unificação da esfera mundial da circulação sob o impulso dissolvente da expansão do capital industrial, e a consequente elaboração do dinheiro mundial na figura do ouro.

479 - Neste sentido o comércio internacional equipara-se ao escambo, pois o ouro funciona, em cada transação, como uma mercadoria trocada por outra. (acho que é porque é circulação simples). A comparação com o escambo, porém, é apenas parcial, uma vez que neste caso ainda não há equivalente geral e a categoria valor não está desenvolvida, ao passo que no comércio internacional capitalista, que pressupõe o ouro como dinheiro mundial, a categoria valor está plenamente desenvolvida.

480 - Entra numa discussão que me parece um tanto meramente conceitual entre meio de compra e meio de circulação. O ouro seria mero meio de compra mundialmente (mesmo ajudando a circulação), já que as circulações nacionais/internas são outra história. Continuam separadas.

481 - Vira meio de pagamento também, pois vai saldar dívidas e etc.

482 - O capital industrial, após esta revolução, é que impulsiona o capital bancário. De fato, os fatores aos quais Marx atribui, no período da manufatura, o papel de pontos de apoio para o surgimento e desenvolvimento dos bancos, não se situam na esfera da produção. Dois dos mais importantes entre estes são o financiamento da dívida pública, ou seja, ao Estado, e a gestão das transações financeiras do Vaticano. No presente artigo somente se menciona a constituição dos primeiros rudimentos do sistema monetário internacional antes da revolução industrial.

483 - Quantidade: Sendo esta soma uma grandeza continuamente variável, segue-se que a quantidade de dinheiro presente na esfera da circulação deve flutuar correspondentemente, o que implica necessariamente a função de meio de entesouramento como mecanismo de ajuste da quantidade de dinheiro em circulação à demanda da circulação em cada momento.

484 - Assim, sempre existiu uma “reserva (inter)nacional”: Assim, antes da existência dos sistemas bancários nacionais integrados, a função de meio de pagamento para a liquidação dos saldos internacionais não deve ser entendida como uma operação contábil realizada por uma autoridade monetária nacional, como o banco central - que não existia nos primórdios do capitalismo -, mas como uma operação realizada correntemente pelos agentes do mercado.

485 - Continuo sem entender a importância prática da maioria dessas discussões.

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