Econ - Agenor Castoldi - Texto IX (Parte 3)

(continuação...)

234 - É importante destacar que durante toda a década de 80, quando o país era uma economia muito mais fechada, era comum observar-se (principalmente por parte dos setores oligopolizados) a concessão de reajustes nominais de salários, desde que o mercado absorvesse aumentos de preços para compensar os reajustes. Na prática, ocorria uma transferência de renda dos trabalhadores não organizados para os mais organizados. (...) Com o processo de abertura comercial, essa prática ficou inviabilizada nos setores produtores de tradeables, uma vez que aumentos de preços tornam os produtos importados mais competitivos, podendo levar até mesmo à incapacidade de concorrer com os mesmos.

235 - Brasil de Figueiredo: Após dois ajustamentos (1981 e 1983) com efeitos recessivos – o último envolvendo uma maxidesvalorização do cruzeiro –, o ajuste de fluxo das contas externas foi finalmente alcançado. A inflação, porém, ao invés de cair como esperavam os dirigentes da economia, dadas as políticas ortodoxas que estavam sendo postas em prática em 1983 sob a orientação formal do FMI, subiu do patamar de 100% ao ano para 200% naquele ano, não obstante a forte recessão então verificada, estabilizando-se, em seguida, inercialmente nesse novo nível até o final de 1985.

236 - Afirma que a teoria da inflação inercial foi a resposta dos “neoestruturalistas” para a perplexidade dos ortodoxos/monetaristas com os resultados da política do ponto anterior.

237 - Rangel em 1963: A inflação se acelerava na recessão para acomodar as demandas dos agentes econômicos, principalmente daqueles com poder monopolista, que relutavam em aceitar uma diminuição de sua renda. Dessa forma, e ao contrário do que propõe a teoria econômica convencional, a inflação para Rangel acelerava-se nos momentos de crise e reduzia seu ritmo quando a economia voltava a crescer.

238 - (Não entendi bem Rangel ou sua inovação. Ou não entendi bem em que isso se diferencia de atribuir ao conflito distributivo, como parece que já faziam)

239 - O próprio texto coloca limitações dessa teoria ao explicar a constância da inflação nos 100% anuais do início dos anos 80. As idéias de Rangel, embora esclarecedoras, explicavam uma dinâmica de aceleração e desaceleração da inflação, mas não as razões pelas quais a inflação mantinha-se estável por vários anos em um mesmo patamar, independentemente da demanda e da oferta, e, portanto, do mercado.

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