Comunitarismo ou Liberalismo II
(continuação...)
525 - Há filósofo que quer revigorar Aristóteles para trazer de volta o comunitarismo - os valores positivos da vida em comunidade: Estes dois sentidos advêm da tensão interna entre as definições aristotélicas: animal racional (cuja maior virtude é a contemplativa) e animal político, para o qual a vida em comunidade e em harmonia é atingida através da amizade (a virtude que liga os indivíduos).
526 - Taylor critica o egoísmo social crescente: O individualismo mostra que ninguém está disposto a sacrificar-se em nome de valores presumivelmente sagrados ou transcendentes. Directamente associado a este aspecto, um modo de ver economicista, científico, calculista proliferou no domínio das relações humanas, favorecendo a ideia do outro como um puro meio na prossecução de um fim particular. Ademais: Preocupamo-nos cada vez menos com a participação pública e ficamos "em nossa casa" a desfrutar dos prazeres da vida privada.
527 - Taylor e MacIntyre não defendem a tese de que o contexto sócio-cultural determina a pessoa ao ponto de que será condenada a reproduzi-lo sem variação. É sempre possível a emergência de sentido em novos valores. Mas a orientação dada a uma existência não é objecto de uma escolha ou de um julgamento soberano, mas de uma descoberta de si.
528 - Na sociologia, criticam certo contratualismo: A crítica comunitarista sublinha que uma ordem social não se pode estabelecer, estruturar e estabilizar baseada num encontro de egoísmos. Já Durkheim dizia que a simples associação de interesses individuais não pode criar ordem social.
529 - Rawls contra-ataca tentando conciliar: O Liberalismo político não pressupõe que qualquer forma de socialização deve tomar uma forma contratual e livre de qualquer referência a valores comunitários. Deixa de ser, porém, um contrato de adesão? Treplica a autora do texto. (...) Em suma, a ruptura dos liberais contemporâneos com um egoísmo sociológico à Hobbes não implica uma renúncia ao individualismo normativo.
530 - Ambos defendem liberdade. O conceito positivo dessa palavra diz, porém, o seguinte: a liberdade designa a auto-realização do indivíduo.
531 - O liberal não é “perfeccionista” e, portanto, enfatiza a concepção negativa, que seria livrar o indivíduo de coação. O papel do Estado deve limitar-se a garantir o respeito dos direitos individuais e dos princípios de justiça que derivam do imperativo de igual liberdade para todos. Isto implica que o poder de coacção exercido pelo Estado deve poder ser reconhecido como legítimo por aqueles sobre os quais o poder é exercido. O estado Liberal deve conseguir suscitar junto do cidadão um sentido específico de justiça que lhe permita reconhecer como politicamente aceitável uma decisão, mesmo que ela não encontre lugar no horizonte da sua moral pessoal.
532 - E o conforto pessoal ou comunitário? Comunitaristas crêem que os liberais ignoram o conceito positivo de liberdade. Segundo os Comunitaristas, a liberdade do homem não lhe é naturalmente dada como crêem os liberais: ela é conquistada e desenvolvida. Muitos defendem um Estado “paternalista” no sentido de criar condições para que o cidadão participe, seja livre. A isso os liberais criticam como “perfeccionismo”, afirmando a inexistência de um consenso sobre o que seria a “vida boa” ou “bem comum”, daí o “Estado Neutro” que defendem (chamarem de “neutro” é engraçado).
533 - Enfim… textinho bem idealista, mas mesmo assim interessante.
FIM
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