Econ - Cláudio Gontijo - O Valor-Trabalho Como Fundamento dos Preços


Cláudio Gontijo - O Valor-Trabalho Como Fundamento dos Preços:

466 - Texto muito semelhante ao anterior, só que com uma matemática mais chata ainda, já que são vinte equações para sustentar suas teses. Vou tentar pescar algumas diferenças.

467 - A questão da transformação – tal como colocada por inúmeros autores – surge como um falso problema, originado da incompreensão da natureza e dos limites do erro de Marx, que de modo algum invalida a sua brilhante formulação.

468 - “o desenvolvimento histórico da troca desdobra a oposição latente na natureza das mercadorias, entre valor-de-uso e valor”, de forma que “os produtos de trabalho se convertem em mercadorias no mesmo ritmo em que determinada mercadoria se transforma em dinheiro” (Marx, 1867, Livro I, Cap. II, p. 97)

469 - Resumindo, ele discorda do chamado “lema de Marx” e sua formulação matemática prova que não há as duas identidades mencionadas.

470 - Considera, porém, apresentando equações também, que o sistema tradicional de valores é suficiente para se determinar a taxa de lucro, que, conforme se verifica, depende do trabalho social incorporado nas diversas mercadorias (φ), do salário real (d) e da tecnologia de produção (A). Ressalte-se que, uma vez obtida a taxa de lucro, basta substituir o seu valor em (10) para que se determine univocamente o vetor de preços de produção.

471 - A demonstração da possibilidade de se determinar tanto a taxa de lucro quanto os preços de produção, “sem ferir a lei do valor, mas, ao contrário, fundamentando-se nela”, não é nova, estando implícita na formulação sraffiana das quantidades datadas de trabalho (veja-se Sraffa, 1960, pp. 241-244). O próprio Steedman a reconhece, embora procure desmerece-la, na medida em que afirma que “a análise do trabalho datado representa nada mais do que uma forma de ‘re-escrever’ a análise das quantidades físicas” (Steedman, 1977, p. 73), ou seja, as equações neo-ricardianas, que se baseiam exclusivamente nos coeficientes técnicos de produção e na cesta de reprodução dos trabalhadores. ...

472 - A taxa de lucro varia diretamente com a taxa de mais valia. Assim, uma elevação de ε – resultante, por exemplo, do aumento da jornada de trabalho, mantendo-se todas as outras variáveis constantes – faz aumentar o denominar, requerendo-se um aumento correspondente do numerador para se manter a unidade, o que significa a elevação da taxa de lucro, r.15 Isso pode ser visto através da Figura 2, que retrata a relação entre taxa de mais-valia e taxa de lucro, assumindo os coeficientes técnicos do quadro 1, ou seja, supõe-se constantes tanto a jornada quanto a intensidade do trabalho.



473 - Afirma que Marx só não é matematicamente perfeito. Está dentro das limitações matemáticas de sua época. Seria como invalidar tudo de Newton, por exemplo (faz um parágrafo comparando).

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