Econ - Textos Variados XX (Mercado Popular)
Melhores Gráficos Econômicos:
112 - Os gráficos pizza viraram mera curiosidade. Não são “per capita” e hoje tenho bases de dados para análises bem melhores que ele. Só a tabela da última página é que ainda desperta algum interesse. Ainda assim, nada que eu não saiba. Relaciona o crescimento do PIB PPC brasileiro a cada década: a) 1971-1980 = 6,04; b) 1981-1990 = -0,56; c) 1991-2000 = 0,95; d) 2001-2010: 2,17.
Mercado Popular - Brasil, Segundo Economia Mais Fechada do Mundo:
113 - Critica a não-redução de algumas tarifas de importação. Comerciando apenas 25% do seu PIB, o Brasil foi nesta última década a segunda economia mais fechada do mundo – atrás apenas do Sudão do Sul, segundo dados do Banco Mundial. Nos últimos 25 anos, não houve qualquer avanço significativo nessa esfera de política comercial. (...) Existe um grande consenso entre especialistas em comércio internacional que uma maior integração econômica com o resto do mundo melhora o bem estar da população. Segundo uma pesquisa da Universidade de Chicago, 92% dos professores de economia das melhores universidades do mundo concordam com essa afirmação – colocando esse consenso científico em níveis similares ao existente sobre a influência humana na mudança climática. (...) Um estudo do Banco Mundial, por exemplo, que revisou 29 episódios de liberalização comercial em países em desenvolvimento, demonstra que as taxas de crescimento econômico foram, em média, 2% mais altos após uma liberalização comercial.
114 - O acesso a bens e serviços mais baratos e de melhor qualidade produzidos no exterior é que nos torna mais ricos. Exportações são um meio para ter acesso a moeda estrangeira, importar mais e aumentar o bem-estar da maioria. É por isso que, na prática, países que importam mais também tendem a exportar mais
115 - Bem-estar: Ela passa por uma maior liberalização das importações, que deve ser acompanhada de políticas que ajudem o país a lidar com o custo de transição para uma economia mais eficiente protegendo os trabalhadores que serão deslocados – e não os empresários que não conseguem competir a preços internacionais.
116 - (temos as hipóteses, faltam os dados e desenvolvimentos). É qualquer abertura? De qualquer jeito?
Mercado Popular - Contra o Capitalismo de Compadrio (Coréia):
117 - Sua hipótese é de que a abertura foi que proporcionou o crescimento coreano (E de taiwan, Cingapura e Hong Kong). A intervenção governamental em favor de setores da indústria, portanto, não foi um requisito econômico para o crescimento desses países, mas sim um requisito político sem o qual as elites locais não concordariam com a abertura econômica que, esta sim, levou ao crescimento.
118 - Duas evidências importantes que podemos mencionar aqui é o sucesso da política do “não intervencionismo positivo” de Hong Kong e que grande parte das chaebol (multinacionais sul-coreanas) foram aniquiladas em duas crises porque eram financeiramente frágeis.
Mercado Popular - Desenvolvimento da Coréia:
119 - Coloca que “O governo coreano aproveitou um bom momento de sua economia para elevar as taxas de poupança do país. Já no Brasil, todo o dinheiro novo da bonança recente foi utilizado em gastos do governo, que começou a se endividar assim que a boa fase passou.” (Entretanto, isso é verdade para 1990 em diante. Entre 1975 e 1990, embora a Coréia apresente taxa sempre levemente maior, a trajetória da taxa de poupança até que é parecida.)
120 - Afirma que a diferença foi um sistema de previdência pouco generoso lá, o que levava todos a pouparem. Focou em educação e tirar gente da pobreza com crescimento.
121 - Sobre o gráfico, a explicação para a explosão da taxa de poupança no fim dos anos 80 é a seguinte: Com a aceleração da inflação, boa parte da população começou a gerir o próprio dinheiro em operações "overnight" (colocar o dinheiro numa operação que rende juros na virada noite), o que inflou os números. Quando Collor confiscou a poupança, o resultado foi o oposto.
Mercado Popular - Lições das Coreias para o Brasil:
122 - Coréias: Depois de décadas de brutal controle colonial japonês, em um curto espaço de 20 anos, aconteceram: conflitos durante a Segunda Guerra Mundial, ocupação militar americana, uma sangrenta guerra de reunificação, a ditadura (anticomunista, por sinal, e matando geral) de um guerrilheiro antijaponês no norte, a renúncia de um presidente sulista por pressão popular e, finalmente, em 1961, a instauração de uma ditadura militar no Sul. Aquela estava longe de ser uma região particularmente estável. (...) Para agravar o quadro, o regime instalado depois de seu assassinato em 1979, por Chun Doo-hwan, foi mais sangrento ainda, a ponto de o ditador ter sido condenado à morte em 1996.
123 - Na Coreia do Norte praticou-se o clássico roteiro de coletivização agrícola em países socialistas. Já na Na Coreia do Sul, lotes de terras de colonizadores japoneses do governo e da “nobreza” sul-coreana foram transferidos para fazendeiros pobres com propriedade garantida sobre a terra. Eles também recebiam crédito para adquirir ferramentas, sementes ou qualquer outro insumo necessário para começar a produzir.
124 - A reforma agrária sul-coreana foi de extrema importância por erradicar de maneira eficiente a pobreza rural e permitir a criação de poupança, que é necessária para que possam existir fundos emprestáveis e é o que possibilita a execução de investimento sem contração de dívida externa. . A medida ajudou não só a evitar a criação de bolsões de pobreza urbana como também, em consequência da diminuição da pobreza rural, permitiu que a população jovem participasse de uma medida muito importante que se seguiu: a educação universal.
125 - (Nada igual ao Brasil. Por isso que não dá para analisar só os aspectos de macroeconomia “pura”.)
126 - Consequência dos dois gráficos: FBCF crescente da Coréia ultrapassa o Brasil em 77 e vai embora. Enquanto isso, o do Brasil é decrescente, salvo um período pequeno na década de 00, mesmo assim muito abaixo da Coréia.
127 - Ademais, enquanto na Ásia o governo se responsabilizava por fomentar uma pesquisa de base e dava crédito subsidiado ou isenções fiscais para empresas que batiam cotas de produtividade e exportações, o Brasil insistia em métodos arcaicos de incentivar a indústria nacional.
128 - Gráfico de abertura comercial:
129 - O gráfico de crescimento do estoque de capital por trabalhador também é semelhante a esse aí, pois a Coréia, apesar dos subsídios (de forma correta) era aberta às importações e sem regras de conteúdo nacional. Pelo menos é o que diz o texto. (Receio dessas afirmações genérica). No texto abaixo deste, encontrei este dado a respeito (vou colar logo aqui): Entre os anos 70 e 80, as tarifas de importação caíram de 40% para 13% e as de bens usados na produção de exportações foram eliminadas.
130 - Diz isso da agricultura brasileira: Sendo um setor relativamente pouco protegido, é provavelmente o único negócio brasileiro verdadeiramente integrado nas cadeias globais e dotado de centros de excelência em pesquisa de base como a Embrapa e a ESALQ/USP. (Sempre penso se essa afirmação está correto tendo em vista a amplitude do crédito subsidiado e isenção tributária do setor, mas realmente é único de produtividade crescente nas últimas décadas)
Mercado Popular - Não Foi o Protecionismo Que Salvou a Coréia:
131 - Afirma a seguinte diferença essencial entre nosso protecionismo (substituição de importações ampla) e o da Coréia: a política de incentivo adotada pela Coreia do Sul a partir dos anos 1960 foi muito diferente. As tarifas de importação foram simplesmente eliminadas para os bens usados na produção de exportações, algo impensável por aqui. Apesar de buscarem o incentivo às exportações, as políticas passavam justamente por uma abertura ao comércio.
132 - O governo começou na década de 60 uma forte expansão do ensino básico. O entendimento dos governantes era de que não adiantava o governo gastar dinheiro em educação superior se não fosse capaz de dar o ensino básico à maior parte da população. Até hoje, o gasto com educação primária e secundária é três vezes maior do que o com educação superior. (...) A expansão do ensino terciário (ou ensino superior) só começou a partir do final dos anos 70 e só ganhou força de fato nos anos 90. Cronologicamente, é o contrário do que ocorreu no Brasil. (...) tecnologia começou a ser ensinada no ensino fundamental como disciplina à parte já nos anos 70.
133 - De toda forma, vejo que o protecionismo era incontestável: em 1984, 34% dos setores industriais não podiam receber investimento do exterior; três anos depois a parcela já tinha se reduzido a 21%.
134 - O governo coreano se manteve responsável, controlando a inflação e a dívida do governo, que era cinco vezes menor que a média dos países desenvolvidos da OCDE. (...) Como resultado, mesmo tendo o menor gasto social entre os membros da OCDE a Coreia apresenta baixas taxas de pobreza e a desigualdade é menor que do Canadá e Holanda.
135 - Um estudo de Connolly e Yi, economistas da Universidade Duke e do Federal Reserve, observou três períodos de redução nas tarifas coreanas e estimou sem impacto no crescimento do país. Até 32% da aproximação entre Coreia do Sul e o G7 (clube das sete economias mais avançadas do mundo) é explicada pela abertura comercial. (Odeio “um estudo”(s). Só lendo. ale para os heterodoxos também)
136 - Afirma, porém, que as relações entre governo e chaebols eram corruptas e pouco eficientes. Do primeiro adjetivo não duvido. De toda forma, essas duas afirmações demandariam estudos comprobatórios. Não basta “Ah, sofreram na crise de 1997”. Há explicações variadas para isso.
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