Econ - Site Voyager - Coréia do Sul Tem Quase Nada de Liberalismo I
Site Voyager - Coréia do Sul Tem Quase Nada de Liberalismo:
341 - A Coreia, mais do que produzir o que importava, adaptou as suas atividades de exportação à procura do mercado mundial, conseguindo favorecer as indústrias que possuem uma percentagem elevada de valor acrescentado.
342 - Era uma ditadura protegida pelos Estados Unidos. Destaca-se, ainda, a utilização permanente da repressão sobre o movimento operário (proibição de sindicatos independentes),
343 - Coloca que a Coréia não ter grandes recursos naturais foi bom para não despertar os EUA para a possibilidade de considerá-la uma zona de abastecimento.
344 - Governo instalado pelos EUA no Sul: A comissão das Nações Unidas sobre a Coreia faz saber que, em agosto de 1949, oito meses antes de 30 de abril de 1949, 89.710 pessoas foram detidas no âmbito do “Decreto para a proteção da paz nacional”. Estima-se em milhares a perda de vidas humanas, ou mesmo, em dezenas de milhares. Diversos líderes históricos da luta anti-japonesa, sem ligação aos comunistas, são assassinados pelo regime de Syngman Rhee.
345 - Anos 50, pré-Park: Os novos industriais prosperam devido às receitas dos impostos e, sobretudo, aos subsídios dos Estados Unidos, que a ditadura redistribui amplamente e não devido aos seus investimentos próprios, porque quase não tinham capital próprio. (...) Entre 1945 e 1961, a Coreia não pede empréstimos e não recebe qualquer tipo de investimento estrangeiro. Segundo os critérios do Banco e do pensamento neoclássico, tal situação é uma anomalia. Em compensação, no mesmo período, a Coreia recebe sob a forma de donativos mais de 3 bilhões de dólares [...]. A partir de 1962, a Coreia contrai empréstimos, mas moderadamente. Entre 1962 e 1966, os donativos dos Estados Unidos eram ainda 70% do total do capital que tinha entrado no país, os empréstimos 28% e o investimento estrangeiro 2%. É apenas a partir de 1967 que as entradas de capital assumem principalmente a forma de empréstimos contraídos junto de bancos estrangeiros, sobretudo japoneses. Os investimentos estrangeiros só se tornam importantes a partir de finais dos anos oitenta, quando a Coreia já tinha tido sucesso a nível industrial.
346 - As autoridades militares de ocupação norte-americanas levaram, então, a cabo uma reforma agrária radical para conter a influência comunista. As grandes propriedades fundiárias expropriadas sem indenização aos proprietários japoneses e com indenização aos grandes proprietários coreanos foram desmanteladas e grande parte dos camponeses pode ser proprietária de parcelas modestas de terra (a propriedade não podia ultrapassar três hectares por família!). O Estado interveio de maneira ativa e repressiva. A renda que os camponeses pagavam aos grandes proprietários foi substituída por taxas e impostos a serem pagos ao Estado. De fato, o Estado apropria-se do excedente que anteriormente ficava na posse dos proprietários fundiários.
347 - Acumulação primitiva brutal sem preços livres (liberdade econômica) para o campo: … proporcionar, de forma acessível, porções de arroz à população urbana, principalmente ao proletariado industrial nascente, permite manter os custos salariais a um nível mínimo. (...) Além disso, os impostos e taxas pagas pelos camponeses são utilizados pelo Estado para fazer investimentos em infraestruturas nos setores da comunicação, elétrico e industrial. (...) Para aumentarem os seus rendimentos, os camponeses fazem crescer sobretudo a produtividade.
348 - A Coreia do Sul beneficiou de uma ajuda externa massiva por parte dos Estados Unidos. Poucos países receberam o mesmo tratamento: Taiwan, em particular, e Israel. Ademais, a Coreia adotou uma política industrial baseada na substituição de importações nos anos cinquenta, reforçada nos anos sessenta.
349 - Um rompimento traz Park em 1961, o qual nacionaliza todo o sistema financeiro.
350 - (o texto traz boas fontes para todas as afirmações).
(continua...)
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