Econ - Site Voyager - Dez Falácias Comuns da Direita
Site Voyager - Dez Falácias Comuns da Direita:
392 - Esquerda é desordem? Os conservadores esquecem-se do caráter “revolucionário” do próprio capitalismo, algo que o próprio liberalismo desempenhou contra a antiga ordem injusta, que sacralizava as desigualdades e os privilégios. Tanto é verdade que até o já citado Manifesto admirava esse ímpeto revolucionário da atual classe dominante: “a burguesia desempenhou na História um papel eminentemente revolucionário” (2002, p. 42).
393 - Como se sabe, o cidadão americano médio é bastante raso em termos de conhecimentos em ciências humanas, daí a proliferação de tais “guias” para “dummies”: uma pesquisa feita em outubro de 1989 pelo Instituto Gallup mostrou que 25% deles atribuía à Constituição dos EUA o princípio comunista defendido por Marx: “de cada um segundo sua capacidade, a cada um segundo sua necessidade”; (...), conforme José Arbex Jr.
394 - Tem uma nota de rodapé de Rodolsky afirmando que Marx se referia à pobreza relativa e moral ao prever a pauperização. (nem sei se justifica, mesmo sendo verdade, acho).
395 - Em tese, é a esquerda quem não dá valor ou infantiliza o povo: O liberal SIEYÈS dizia: a “multidão sem instrução” está destinada a ser manobrada, pois é formada por “cidadãos passivos”, no fundo, “máquinas de trabalho” “servis” ou “instrumentos bípedes”. Edmund BURKE, um autor tão caro a Hayek e Dahrendorf, inclui o trabalhador rural ou o assalariado na categoria de “instrumentum vocale” (típica da antiguidade greco-romana), formando apenas uma “multidão suína” (swinish multitude). John LOCKE nos garante que “a maior parte da humanidade” não pode deixar uma condição de trabalho na qual é “enslaved” [escravizada], e o trabalhador manual “não é capaz de raciocinar melhor do que um indígena”. E MANDEVILLE, outro clássico da tradição liberal, conclui que: “a parte mais mesquinha e pobre da nação”, “the working slaving people“, está destinada para sempre a desempenhar um “trabalho sujo e semelhante ao do escravo”; a mesma massa “sem instrução e sem cultura liberal” da América, que podia ser contraposta aos “ricos e bem nascidos” de HAMILTON e John ADAMS, que por sua vez, sempre pensaram um “Executivo forte”, oligárquico, para barrar a “anarquia e o caos” das demandas de participação de camponeses e trabalhadores da “ralé miúda”.
396 - Ignoram que quem “civilizou” o capitalismo foi luta dos explorados. Não foi o “capitalismo na Inglaterra” que transformou o povo inglês pobre em um dos povos mais ricos do mundo, como pregam os manuais. Ao contrário, foi a luta do povo inglês e principalmente das classes populares de trabalhadores ingleses, isto é, os sindicalizados e os associados aos partidos trabalhistas, quem civilizaram o capitalismo inglês, promovendo as melhorias de vida que eram possíveis.
397 - Texto muito básico.
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