Econ - Site Voyager - Dezesseis Economistas Ilustres da Esquerda II
(continuação...)
406 - A economista britânica Joan Robinson fez parte do círculo de Cambridge assim como Michal Kalecki e Piero Sraffa. Continuou estudos sobre concorrência imperfeita e introduziu o conceito de monopsônio, que é um mercado com vários vendedores e um único comprador.
407 - O polonês Oskar Lange tentou combinar a teoria econômica marxista com a teoria econômica neoclássica. Foi defensor de uma economia centralmente planificada, mas com mecanismos de mercado para a determinação de preços. (...) Nasceu, cresceu e se formou na Polônia, morou na Inglaterra e nos Estados Unidos nos anos 1930 e 1940, e depois da Segunda Guerra Mundial retornou para a Polônia, onde participou do governo comunista.
408 - Paul Sweeze trabalhou no governo dos EUA na época do New Deal. Foi fundador da revista Monthly Review, em que Albert Einstein publicou o seu artigo Por Que Socialismo? Foi amigo de Schumpeter e elogiado por Samuelson apesar da diferença ideológica com ambos.
409 - Celso Furtado foi da FEB na II Guerra. Dirigiu o CEPAL-BNDE, que fez um estudo sobre a economia brasileira e forneceu as sugestões que seriam implementadas pelo presidente Juscelino Kubitschek durante o Plano de Metas. Era visto como reformista pela esquerda de sua época: Celso Furtado nunca foi o espantalho que liberais fazem de seus críticos. Defendeu o planejamento estatal e as ideias keynesianas, mas nunca foi partidário da ideia de que gastar mais é sempre melhor ou que inflação nunca é ruim (Bresser Pereira, 2004). Quando foi ministro de João Goulart, tentou reduzir o déficit público e a inflação. No final dos anos 1980, escreveu que o Estado brasileiro exagerou no seu papel de empresário, e que isto teria sido resultado de falta de planejamento adequado. E diferente de alguns keynesianos, Celso Furtado considerava o acúmulo de poupança interna muito importante para o desenvolvimento.
410 - O economista indiano Amartya Sen foi muito importante para a criação de indicadores de desenvolvimento que vão além do PIB per capita.
411 - O estadunidense Joseph Stiglitz se destacou pelo seu trabalho sobre os efeitos da informação assimétrica na economia. De acordo com este economista, a existência de informação assimétrica faz com que o livre mercado não seja necessariamente a maneira mais eficiente de alocar recursos. Stiglitz observou a assimetria da informação no desemprego, nos contratos de seguro, no racionamento de crédito, nas crises financeiras e no regime de parceria na agricultura. No caso do crédito, por causa da assimetria de informação entre credor e devedor, os bancos simplesmente não concederiam crédito para alguns tomadores, e isto poderia gerar declínio do investimento, e, dessa forma, uma crise macroeconômica (Aldrighi, 2004). Crítica da austeridade e conservadorismo.
412 - Coloca que Krugman, assim como Stiglitz, iniciou sua carreira com “temas neutros” até ganhar o mais elevado reconhecimento, quando enfim pôde se posicionar mais em paz. É uma tática lá nos EUA ao que entendi. Motivo do seu “Nobel”: Consumidores gostam de diversificar sua cesta de bens, mas é economicamente mais eficiente não que todos os países produzam todos os bens, e sim que se especializem em alguns bens para produzir em grande quantidade. Por ter reconhecida competência neste tema, Paul Krugman foi autor de um livro-texto de Economia Internacional muito utilizado em cursos de graduação. É um grande defensor do livre comércio e crítico dos protecionistas. Apesar de neste ponto Krugman concordar com economistas de orientação liberal, o debate protecionismo versus livre comércio não é de fato um debate esquerda versus direita.
413 - Krugman é grande defensor de políticas fiscal e monetária ativistas para tirar economias da recessão, e grande crítico das políticas de austeridade praticadas por países europeus depois de 2008
414 - O economista grego Yánis Varoufákis foi Ministro das Finanças do governo de seu país durante o governo Syriza, de esquerda, no primeiro semestre de 2015. (...) Seus primeiros trabalhos acadêmicos foram sobre a Teoria dos Jogos.
415 - Diferente de outros estudiosos de desigualdade, que utilizam dados do censo, Piketty utiliza dados do imposto de renda dos países que ele estuda. Países como França, Estados Unidos e Reino Unido, que armazenam dados muito antigos do imposto de renda, têm longas séries históricas sobre desigualdade. Voltou a subir após cair entre as guerras mundiais e 1980. O economista francês considera que a desigualdade de renda e riqueza tende a elevar quando a taxa de retorno do capital é superior à taxa de crescimento do produto. (...) Propõe um imposto global sobre grandes fortunas e o retorno das alíquotas elevadas de imposto de renda para os muito ricos. Piketty aceita que empreendedores bem sucedidos sejam mais ricos que o conjunto da população, mas não que seus trinetos também sejam. Ele concorda que a desigualdade em patamar moderado é útil para a sociedade por premiar o esforço, mas considera que acima de determinado patamar a desigualdade já não tem qualquer efeito benéfico para a sociedade, e que a desigualdade que vemos atualmente é superior ao patamar aceitável.
416 - E Keynes? Era um liberal. Ele mesmo dizia apoiar tal partido na Inglaterra inclusive. Os pais da Microeconomia Neoclássica, Leon Walras e Alfred Marshall, embora não tenham sido de esquerda, também não podem ser considerados de direita. Leon Walras defendia a coletivização da propriedade da terra. Alfred Marshall era bastante preocupado com a elevada desigualdade de renda de sua época.
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