Econ - Manolo - Fascismo à brasileira (As Partes Sobre Economia Brasileira 2014-2017) IV
(continua...)
80 - O salário mínimo brasileiro em 2017 é de R$ 937,00; a renda média da população brasileira em 2017, segundo a PNADC-T/IBGE, variou de 2 a 2,3 salários mínimos, com homens recebendo via de regra 29,94% a mais que as mulheres e brancos recebendo 79,48% a mais que não-brancos.
81 - Em 2014 o número de super-ricos no Brasil caiu de 172 mil para 161 mil, e em 2015 o número de super-ricos brasileiros caiu mais ainda, para 149 mil. Quem são? É o pessoal dos 10 ou 15 mil pra cima. … profissões ligadas aos esportes e às artes um reduzidíssimo número de multimilionários puxa para cima a média da categoria. Feita esta ressalva, nota-se a preponderância de profissões liberais tradicionais (médicos, engenheiros, gestores) e das carreiras burocráticas de topo (diplomatas, juízes, promotores, procuradores, tabeliães).
82 - Boa tabela esta aqui:
83 - Pelos números de 2015, Manolo sugere que há evidências de concentração de renda.
84 - Estudo de 2016 do DIEESE demonstra para os dois setores que a demissão por iniciativa do empregador, sem justa causa, é a responsável pelo maior volume de desligamentos, chegando a 48,7%, em 2014, e já havia sido de 56,0% no começo da série analisada, em 2002; ainda em 2014 a rotatividade no trabalho era alta, com média de 5 anos de duração de contratos, maior apenas que a dos Estados Unidos em meio a outros 29 países (no outro extremo, a Itália mantinha média de 12,2 anos de tempo médio dos contratos de trabalho).
85 - Desde 2016 o IBGE reviu a forma de contar os desempregados na PNADC-T: agora não somente conta os desocupados – ou seja, os desempregados tal como percebidos no senso comum – como soma-os aos que subutilizam sua força de trabalho – ou seja, as que trabalham menos de 40 horas semanais e querem ou precisam trabalhar mais, mas não o conseguem por forças alheias à sua vontade. A incorporação da subutilização do trabalho nas estatísticas oficiais acompanha as mudanças nos padrões internacionais, mas o timing é perfeito: com ela, é possível auferir que proporção da força de trabalho pode ser ainda mais explorada. (...) Quando somados os subutilizados aos desempregados, os indicadores ficam ainda mais altos e sofrem menos variação: começam o ano em patamares altíssimos (18,8% entre janeiro e março) e permanecem relativamente estáveis até o final do ano (18% entre outubro e dezembro).
86 - Pesquisa revelou que 61% dos desempregados aceitariam ganhar menos que o último emprego para voltar ao mercado de trabalho. Por aí se vê a força disciplinadora que possui o desemprego. Ademais, o desemprego prolongado leva à perda de qualificações profissionais pela falta de prática. Se são as qualificações profissionais o diferencial entre um trabalho e outro, entre um trabalho mais simples e outro mais complexo etc., a perda de tais qualificações pode levar os trabalhadores por ela afetados a não mais conseguir desempenhar tarefas de maior complexidade, ou a não conseguir desempenhá-las com a produtividade anterior ao desemprego. Resulta daí maior tendência a serem preteridos nas entrevistas laborais, levando a um círculo vicioso. Então, aceitar menos, nem que seja provisoriamente, pode ser uma saída desse ciclo.
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