Econ - Site Voyager - Desenvolvimento Alemão Depõe Contra o Liberalismo

 

Site Voyager - Desenvolvimento Alemão Depõe Contra o Liberalismo:


377 - Mencionamos um fato encaixando-o em uma pergunta: como o perdão da dívida alemã no começo dos anos 50, equivalente a 400% do seu PIB de então, se encaixa na apologia liberal-econômica (o liberalismo político não necessariamente é econômico e vice-versa)? Os (neo)liberais sequer consideram válido o argumento da dívida odiosa e nem cogitam a possibilidade de uma auditoria da dívida pública brasileira, que dirá um “calote” equivalente 400% do PIB… . Pelo contrário, é repudiado, de acordo com o princípio do “risco moral”, o qual diz que tal perdão faria o país ficar indisciplinado e irresponsável.

378 - Fala das outras ajudas econômicas que chegaram à Alemanha em 1948. Em 1949 a Constituição instituiu o “Estado Social” como “princípio inalterável da ordem democrática”. Foi assim que finalmente, em 1952, o país passa a ter superávit comercial, ao mesmo tempo que começara com um dos mais altos níveis de gastos sociais do mundo.

379 - Com esse perdão de dois terços da dívida, o PIB do país pôde dobrar em dez anos. (...) O terço restante da dívida foi renegociado em condições plenamente favoráveis; não era mais em moedas estrangeiras, mas nacional – aliviando o peso das correções monetárias e o risco de insolvência-, juros abaixo do mercado e adaptáveis ao crescimento do PIB e as amortizações eram limitadas anualmente a 5% do valor das exportações.

380 - A abolição do controle de preços pelo liberal Erhardt – exceto o de salários, cujo arrocho foi derrotado devido à pressão dos sindicatos – teve mais consequências: disparou a inflação devido à escassez de matérias-primas, assim como fez explodir o desemprego devido às demissões em massa por parte das empresas que quebravam com a abertura econômica. Ironicamente o governo alemão teve que adotar um procedimento anti-liberal para salvar o plano econômico liberal da inflação e mercados paralelos: regular novamente a economia, a partir do início de 1948, proibindo estocagem de bens não registrados, sob peso de fortíssimas multas e cadeia.

381 - Outra questão silenciada pelos defensores do livre mercado no desenvolvimento alemão, é quando o seu “herói” Konrad Adenauer (primeiro chanceler da Alemanha Ocidental, um conservador esclarecido), no começo da década de 50, desautoriza Ludwig Erhardt e retoma diversas restrições à importação – em todos os itens considerados “não essenciais” – para conter o déficit comercial. Ou seja, mais uma vez a Alemanha volta a proteger sua indústria com um forte protecionismo.

382 - Fala também que o banco de investimento público alemão - o BNDES deles - foi quem financiou esse ciclo. Ficou mal explicado e demonstrado já que não trouxe os números. Aliás, é uma falha grande do texto em quase todo o tempo. 



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