Econ - Manolo - Fascismo à brasileira (As Partes Sobre Economia Brasileira 2014-2017) III

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63 - Outro fator: Baixíssima propensão a reformas estruturais – política, tributária etc. – agravada pela crise política de 2014-2016, cujo traço mais visível foi o conflito ora aberto, ora velado entre representantes do Executivo, do Legislativo e do Judiciário.

64 - ...E a lava-jato, como já sabemos. Qual seria a causa dela? Defende a hipótese de que se trataria de uma reforma no padrão de relações entre empresas e Estado no Brasil, que impacta negativamente o PIB no curto prazo mas pode gerar efeitos positivos e relevantes no médio e longo prazos (ver aqui...). A evidência de outras operações “anticorrupção” e de reformas estruturais pelo mundo (ver aqui, aqui e aqui), quando comparada com o alarmismo da tese do “ataque imperialista”, dá mais razão à segunda hipótese (debate parecido já foi feito inclusive no Passa Palavra).

65 - Verificados a compressão das taxas de lucro e o aumento das quebras durante a recessão, era de se esperar que os capitalistas agissem.

66 - Alguns modos principais de repressão econômica aos trabalhadores em cenários como esse: as restrições ao consumo dos trabalhadores por meio de perdas inflacionárias; a captura de rendas e poupanças dos trabalhadores por meio de dívidas; e as demissões e o desemprego, que combinam a desvalorização da força de trabalho dos desempregados com a contenção da insubordinação dos empregados.

67 - O IPCA tem como base os custos de famílias com renda mensal entre 1 a 40 salários mínimos, qualquer que seja sua fonte de rendimentos, servindo como indicador geral de inflação; o INPC tem como base os custos de famílias com rendimentos mensais compreendidos entre 1 e 5 salários-mínimos cuja pessoa de referência é assalariada em sua ocupação principal, servindo como indicador da inflação para trabalhadores de menor remuneração.

68 - Estagflação geralmente está associado a desemprego e menor condição de barganha salarial. Logo, mesmo uma pequena inflação pode ser muito sentida na classe trabalhadora. Desemprego pressiona os trabalhadores empregados a serem mais produtivos e a reivindicarem menos. (Creio, porém, que isso são tendências fortes. Os números, porém, ainda teriam que mostrar se as tendências se confirmaram, ainda que esta seja a realidade quase sempre).

69 - Produtividade do trabalho: A série histórica iniciada em 1950 aponta uma média de US$ 12,15 para o produto por hora trabalhada, e uma variação média de 1,94% por ano; no período de 2003 a 2017 a média muda para US$ 17,28 e 1,12%, respectivamente.

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