Econ - Site Voyager - Coréia do Sul Tem Quase Nada de Liberalismo II
(continuação...)
351 - Pierre Rousset descreveu, em 1984, a evolução fulgurante do grupo Daewoo: « Emprega diretamente 70.000 pessoas, embora tenha sido criado há apenas dezassete anos a partir de uma pequena indústria têxtil. Devido ao apoio de Park Chung Hee, Kim Woochong criou um império a nível comercial, na construção naval, na construção civil, no setor automóvel, têxtil, financeiro, nas telecomunicações, no setor eletrónico e no vestuário. Em Pusan, possui a maior fábrica têxtil do mundo e, em Oskpo, um estaleiro naval ultramoderno. Cria estaleiros consideráveis no Médio Oriente. Atualmente investe em semicondutores
352 - A Coreia contrai o primeiro empréstimo junto do Banco Mundial, em 1962, e assina um primeiro acordo com o FMI em 1965 (sob pressão dos Estados Unidos). A vontade da ditadura coreana colaborar com o Banco baseia-se mais em objetivos políticos do que em objetivos econômicos. Usaram a dar legitimidade ao regime sobre a opinião pública nacional e internacional.
353 - Primeiro plano quinquenal: A Coreia exerce um protecionismo rigoroso tanto em termos de produção agrícola (proibição de importação de arroz) como industrial. Visa criar indústria pesada, petroquímica e os chaebols.
354 - Cada plano quinquenal escolhia uns setores. Ademais, o financiamento era quase gratuito ou até “a fundo perdidos” em alguns casos.
355 - À partida, o Banco Mundial considera que a vontade de a Coreia estabelecer uma indústria pesada é prematura e tenta, sem sucesso, dissuadir as autoridades desse objetivo. Face à insistência de Seul e preocupado em manter a sua influência no país, o Banco muda de estratégia e apoia a política de industrialização pela substituição de importações.
356 - Argumento coreano: é preciso criar uma indústria pesada para diversificar as exportações, favorecendo produtos com maior valor agregado, incorporando em maior quantidade componentes fabricados por nós. As outras nações terão mais dificuldade em concorrer nessas áreas; (...) para além do desenvolvimento da indústria pesada, será feito um grande esforço em matéria de tecnologia e um investimento crescente na educação superior e em pesquisa.
357 - Nos anos 70 o Banco Mundial volta a discordar e a Coréia a ignorar a opinião dele.
358 - A população urbana passa de 28%, em 1960, para 55%, em 1980. (...) em 1980, o custo salarial do trabalhador coreano representa um décimo do custo de um trabalhador alemão, 50% do custo do trabalhador mexicano e 60% do custo do trabalhador brasileiro.
359 - Após o assassinato de Park há uma briga interna pela sucessão. O regresso à ditadura militar dá-se a 18 de maio de 1980. É levada a cabo uma repressão brutal: todos os dirigentes da oposição são presos.
360 - Narra eventos terríveis de repressão popular nessa ascensão do novo regime, com cumplicidade e apoio dos EUA. Diz-se que Jimmy Carter fingiu que não viu o apelo dos estudantes sul-coreanos. De sublinhar que o governo japonês também alinhou ao lado de Chun Doo Hwan contra o povo coreano.
(continua...)
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