Trotsky - Sobre a Questao da Estabilização da Economia Mundial II

(continuação...)

382 - Importante: O camarada Varga recorda corretamente que durante o I e II Congresso [6] consideramos que era extremamente provável a tomada do poder por parte do proletariado na Europa. Em que consistiu nosso erro? Afirma que a economia já estava preparada para o socialismoColoca que condições subjetivas também havia: Após a guerra, o proletariado estava com um ânimo tal que lhe possibilitaria conduzir-se à batalha decisiva. Mas não tinha ninguém para dirigir, nem ninguém para organizar esta batalha – não tinha partido. Este foi o fator que ignoramos, e este foi o erro de nosso diagnóstico. (...) não se pode manter a vontade revolucionária do proletariado o tempo todo necessário até que se tenha criado o partido.

383 - Assim, afirma que o capitalismo ganhou um importante respiro: isto é, a possibilidade de orientar-se mais pacificamente para a situação que se estava formando: restaurar a moeda, substituir a palha por coberturas de borracha, atingir acordos comerciais etc.

384 - Não há um desenvolvimento das forças produtivas, e não há sintomas sérios que apontem nessa direção. A ausência de uma situação revolucionária se expressa diretamente por mudanças no ânimo da classe trabalhadora, mais notavelmente na Alemanha, no refluxo da revolução para a social-democracia. Este refluxo é uma conseqüência do fato de que a onda revolucionária pós-guerra, durante e após os acontecimentos do Ruhr[8], não teve sucesso. Como resultado deste refluxo, a burguesia pôde consertar os elementos mais desgastados de seu aparelho estatal e econômico. Mas sua próxima luta, ainda que não fora ao nível econômico do pré-guerra, está inevitavelmente grávida de novas e explosivas contradições, conflitos, tremores, “episódios” do tipo dos acontecimentos do Ruhr etc.

385 - Se acompanharmos a economia inglesa, a política, a imprensa, o ânimo geral na Grã-Bretanha, obteremos a impressão de que a situação revolucionária está avançando, ainda que lentamente, mas com surpreendente regularidade. A situação desesperada do capitalismo britânico encontrou sua expressão na queda do liberalismo, o crescimento do Partido Trabalhista, o aparecimento de um ânimo novo entre as massas trabalhadoras etc. Baldwin constrói sua política por sobre a esperança de um “compromisso” com os trabalhadores. Coloca que os sindicatos ingleses estavam ficando inclusive menos “pelegos”, digamos assim. O problema? … “nesse país, onde mais que em nenhuma outra parte engordou uma ampla camada da classe operária, esta já não o pode fazer mais.” (...) Ontem recebemos por telégrafo notícias de que os conservadores tinham recusado uma modesta lei dos representantes trabalhistas que destinava 10 milhões de libras esterlinas para programas sociais.

386 - Se tomarmos hoje o trabalhador inglês médio, muito dificilmente este tenha recusado conscientemente esses mesmos preconceitos que tinha quando votava pelos liberais. Mas está decepcionado com os liberais, porque os deputados liberais, à luz da posição intercambiante da Inglaterra no mercado mundial, foram incapazes de falar a favor dele no Parlamento na medida em que o podiam fazer no passado. Daí então nasceu a necessidade de criar seu próprio partido. O que é o Partido Trabalhista? É o Departamento Político dos sindicatos. O oportunismo recebeu uma base gigantesca: “Assim é como sucedeu a assombrosa “união” entre o Partido Trabalhista Independente, que tinha existido no curso de muitos anos como uma seção, e os sindicatos. “Vossas mercês precisam de um Departamento Político adjunto aos sindicatos? Estamos a vosso serviço!”. O Partido Trabalhista formou-se desta maneira.

387 - Prevê possibilidades otimista para o ímpeto da classe inglesa, no sentido de chegar ao poder rompendo até com os “independentistas” na hora certa, tendo em vista a impossibilidade de a Inglaterra fazer concessões reais, eis que pressionada no mercado mundial. Alerta, porém, que o crescimento “comunista” é mais lento lá: A Inglaterra está acostumada a ser a dona do mercado mundial – daí o conservadorismo dos sindicatos.

388 - Tudo o que ocorreu recentemente no mercado mundial, a cada dia e a cada hora, mostra o crescimento da supremacia americana e a crescente dependência de Europa para com a América.

 

Uma Avaliação das Contribuições de Stiglitz à Teoria dos Mercados Financeiros:

389 - É o mesmo de Dante Mendes que já fichei na pasta II de Economia “Pura”.

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