Econ - Samuel Pessoa - Textos Variados Com Suas Ideias Liberais Sobre Conjuntura do Brasil Atual V
(continuação...)
289 - Critica a ideia de juros altos como conspiração: De fato, muitos pensam dessa forma. De sorte que a atual diretoria do Copom (Comitê de Política Monetária) do BC não tem em seus quadros nenhum diretor oriundo do setor financeiro. E, de fato, procedeu-se entre 2011 e 2012 a um forte processo de redução dos juros exatamente por se acreditar nessa leitura conspiratória da história. (...) Ocorre que a política deu errado, a inflação voltou com força e a Selic está subindo porque o IPCA, o índice da meta, está próximo do limite superior do intervalo de tolerância. Não há conspiração. Há somente inflação
290 - Nenhum país da OCDE, o grupo das nações mais avançadas e de alguns emergentes importantes, apresenta critérios de elegibilidade ao benefício de pensão por morte como o brasileiro. (...) É por esse motivo que nós gastamos 3% do PIB com esse benefício e países como o Canadá, por exemplo, gastam menos de 1%. Cita um exemplo do lado absurdo. Com a mudança de Dilma em 2015 não sei como ficou isso). (...) Se fôssemos iguais ao Canadá em termos da pensão por morte, seria possível dobrar o investimento público, com impactos nada triviais, na melhora da mobilidade urbana ou na expansão do saneamento.
291 - Como argumentei na coluna de 11 de agosto do ano passado, penso que a alteração do regime de política economia a partir de 2009 é responsável por um terço ou pouco mais da perda de dinamismo de nossa economia. (...) Dado que o esgotamento do fator trabalho, na minha avaliação, explica outro terço ou pouco menos, concluo que dois terços de nossa desaceleração deve-se a fatores domésticos.
292 - Início de 2014: O deficit externo está próximo de 4% do PIB.
293 - Investimento para corrigir inflação aumentando a oferta? Além de a teoria econômica indicar que políticas de estímulo ao investimento em economias com aceleração da inflação não a reduzem -pois até a sua maturação o investimento aumenta a demanda como se consumo fosse-, há farta experiência mostrando que, de fato, a teoria está correta. No Brasil de 1950 a 1995, tentamos diversas vezes combater a inflação dessa forma. Foi assim nos anos JK, no 2º PND de Geisel e ao longo do governo Sarney. Nos dias de hoje, temos aí a Argentina e a Venezuela para indicar o que ocorre quando se desiste de controlar a inflação com políticas de demanda.
294 - O que gera produtividade do trabalho maior nos desenvolvidos: escolaridade da mão de obra, oferta de infraestrutura física e qualidade do marco institucional, jurídico e legal.
295 - Coloca que algumas ineficiências, como BPC e aposentadoria rural, são justificáveis. O mesmo pode ser afirmado do Bolsa Família, mas esse programa específico, em razão dos efeitos benéficos sobre a melhora da escolaridade das crianças das famílias assistidas, deve, na verdade, elevar a eficiência econômica.
296 - Para a redução da conta com juros, são necessários muitos anos de política fiscal conservadora, que diminuam a dívida pública e, assim, o peso dessa rubrica no Orçamento.
297 - Nem todo gasto com juros é gasto com juro real: Ocorre que esses números referem-se aos gastos com juros nominais. Os papéis financeiros que compõem a dívida pública perdem valor com a inflação. Assim, parte dos juros pagos simplesmente recompõe o valor do ativo financeiro. (...) Se mantivermos uma política fiscal conservadora por mais alguns anos e conseguirmos reduzir essa conta dos 3% do PIB para 1%, algo mais próximo da experiência internacional, aparecerá no caixa do Tesouro uma parcela adicional de recursos de 2% do PIB. Está longe da panaceia que alguns acreditam. (De fato, mas é considerável).
298 - … Se a taxa Selic encontra-se em 10,50% ao ano (2014), por que motivo o governo paga 14% ou 16%? (...) Primeiro, há títulos da dívida pública de longo prazo, que têm juros mais altos do que os dos papéis curtos. Isso ocorre porque os títulos longos pagam prêmios maiores de duração e de risco.
(continua...)
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