Trotsky - Sobre a Questao da Estabilização da Economia Mundial I


Trotsky - Sobre a Questao da Estabilização da Economia Mundial:

374 - É um discurso de Trotsky de maio de 1925, contrapondo-se a camaradas. “Que as forças produtivas cresceram na América nos últimos dez anos está fora de questão. Também não podemos questionar o fato de que as forças produtivas no Japão cresceram durante a guerra e estão crescendo também agora. Também cresceram e continuam crescendo na Índia. E na Europa? Na Europa, não estão crescendo nem em geral, nem em seu conjunto.” (...) a América e, em parte, o Japão, estão empurrando a Europa a um beco sem saída, não lhe deixando nenhum mercado para suas forças produtivas.

375 - Coloca que o “Plano Dawes” de 25 não vai pacificar a Europa como a América espera. Prevê uma explosão em massa sendo preparada.

376 - Diz que recuperação da moeda e estabilização não desarmam antagonismos. Pelo contrário até: Mas ao recuperar suas funções econômicas elementares, os países europeus restauram todos seus antagonismos, afetando-se mutuamente. (...) Sob o controle financeiro “pacifista” americano, e apesar das atuais “aparências”, agora está ocorrendo, não um alívio, mas sim um aumento das tensões internacionais.

377 - Alerta que, apesar da estagnação, a desigualdade cresce na Europa. O exemplo disto é a Grã-Bretanha. Ali observamos um fenômeno de uma ordem nova, precisamente um exército estável de desempregados que durante todo o período pós-guerra não baixou de 1.250.000, e, atualmente, anda a cerca de 1.500.000.

378 - Num de seus últimos artigos, Kautsky dizia que a revolução socialista viria de qualquer forma no momento oportuno (dentro de 100 anos e em forma progressiva...) porque o proletariado está crescendo, seu peso na sociedade está aumentando etc.; em outras palavras, repete o Programa de Erfurt[4], mas numa forma vulgarizada. Hoje em dia, vemos que isto é incorreto. Se o proletariado está crescendo, então está crescendo na Grã-Bretanha, o país mais rico da Europa, como lumpen-proletariado. E não só na Inglaterra. Aqui podem-se repetir as palavras de Marx sobre a Inglaterra, “não faz mais que mostrar aos demais países sua imagem futura”.

379 - Interessante nota de rodapé: O Programa de Erfurt foi aprovado em outubro de 1891 pelo partido social-democrata alemão. O programa estava dividido em duas seções, a “máxima” e a “mínima”. O programa “máximo” expressava o objetivo final da tomada do poder por parte da classe operária alemã, e a necessidade de uni-la ao socialismo internacional. O programa “mínimo” estava dirigido para as reivindicações específicas que deveriam ser propostas em período pré-revolucionário (um sistema eleitoral democrático, igualdade de direitos para a mulher, o direito de associação, os impostos progressivos, um serviço médico gratuito e assim sucessivamente).

380 - Dificuldades por todo lado: Se o proletariado francês está hoje, em seu conjunto, empregado na indústria, isto se deve a que a indústria francesa vive não por seus próprios meios, senão com a ajuda de dinheiro falso, com a ajuda da inflação. . A América exige da França o que já conseguiu da Inglaterra: a estabilidade de sua moeda. Isto requer um fluxo de ouro para o tesouro da França. Mas pelo ouro americano há de se pagar altos juros, e isto traz consigo um custo adicional generalizado sobre a indústria francesa. (...) A estabilização da libra esterlina com o ouro é indubitavelmente um “elemento de regulação”, mas ao mesmo tempo a estabilização da moeda só revela, de forma mais clara e precisa, a decadência da Inglaterra e sua colossal dependência para com a América.

381 - Europa no imediato “pós-guerra”: Seus pensamentos sobre a estabilização da moeda ficaram entre o terceiro e o quarto lugar, se é que permaneceram em algum lugar, enquanto a ofensiva do proletariado ameaçava sua supremacia. Então a inflação foi uma medida de autodefesa direta de classe para a burguesia, da mesma forma que o comunismo de guerra foi, em nosso país, uma medida de autodefesa do poder proletário.

(continua...)

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