Econ - Samuel Pessoa - Textos Variados Com Suas Ideias Liberais Sobre Conjuntura do Brasil Atual I


Samuel Pessoa - Textos Variados Com Suas Ideias Liberais Sobre Conjuntura do Brasil Atual:


245 - Todos os textos de início de 2014 ou pouco antes. O que aproxima tucanos e petistas a seu ver: Política de valorização do salário mínimo. Abono salarial, que é um programa lá do governo Sarney (José Sarney, ex-presidente da república). A aposentadoria rural. A Lei orgânica da assistência social. Renda mensal vitalícia. O programa bolsa família. A universalização da saúde. Mais recentemente, algumas iniciativas muito interessantes, como ProUni, Fies (programas de financiamento para o ensino superior) e todo um esforço de educação técnica.

246 - Diferença do nacional-desenvolvimentismo (o modelo petista): É o Estado decidindo a alocação de capital. É o Estado fazendo microgerenciamento das políticas de impostos e das tarifas de importação para incentivar alguns setores escolhidos segundo certos critérios. É o Estado fazendo microgerenciamento da política de intermediação financeira.

247 - Elogia Jereissati, de quem foi assessor, FHC (melhor presidente) e Aécio (espetacular candidato).

248 - A sociedade acredita que dá para resolver todos os problemas do Estado combatendo a corrupção e suas ineficiências. Isso não é verdade.

249 - É preciso reduzir os créditos do Tesouro para bancos públicos. Foi um excesso. Foram os anos 70 voltando. O Geisel voltando.

250 - Nos anos 70, na hiperinflação da redemocratização, por várias vezes, tentamos controlar preços segurando tarifa pública. Fizemos isso desde os anos 50. Nunca deu certo. O preço precisa ser real. Mas dizem: ahhhh, mas tem o problema da pobreza. Sim, mas o problema de pobreza a gente cuida com os mecanismos corretos - com um bolsa família, que é um instrumento poderoso, espetacular, que precisa ser valorizado e reforçado o tempo todo.

251 - Muita calma na redução de imposto. Acho muito ruim o risco-país, desde outubro, ter aberto 100 pontos em relação a México, Chile, Peru. Acho muito ruim a gente começar a fazer conta: será que essa dívida vai começar a crescer feito bola de neve? E eu acho que isso foi gerado por uma política desastrada de desoneração tributária.

252 - A gente entrou numa crise muito profunda em 2008 e 2009 e houve muita competência por parte da equipe do ministro Mantega para enfrentar aquele episódio e tirar o País da crise. Um dos instrumentos adotados foi a política de desoneração. Eu acho que até exageram nos instrumentos contracíclicos em 2009. Não precisava de tudo que foi feito. Mas reproduzir a prática em 2011, 2012 foi um erro gigantesco.

253 - Diz que Brasil não quer ser a China. A agenda da sociedade brasileira hoje não é crescimento. É equidade. O Brasil tem crescido e tem melhorado, mas no nosso ritmo, atendendo às nossas demandas.

254 - O Brasil está crescendo hoje 2 pontos porcentuais a menos do que crescia antes. O mundo cresce 0,6 a menos. A América Latina cresce 0,7 a menos. (...) Você tem o esgotamento do fator trabalho, que deve explicar cerca de meio ponto porcentual de queda. Mas tem cerca de um ponto porcentual de perda - talvez um pouco menos - que no meu entender vem da ineficiência econômica e de uma certa desorganização que existe na economia. (...) Em outra entrevista: A desaceleração do mundo no quadriênio entre 2011 e 2014, em comparação aos 8 anos de 2003 a 2010, foi de 0,55%. Como a gente havia visto há pouco, eu mostrei que a nossa desaceleração foi de 2,3%, 2,4%. Então, entre 0,5% e 2,3% há uma diferença imensa.

255 - Fala da reforma administrativa, facilitar a demissão do mau servidor. Pede também a reforma tributária e diz que o primário baixo não está funcionando. O primário recorrente neste ano, desconsiderando receitas extraordinárias, provavelmente vai ser 0,8 % do PIB. O primário em 2002 era 3%. (...) Quiseram reinventar o Geisel, ao invés de usar esse espaço fiscal para fazer a reforma tributária, que é muito importante. Agora, essa reforma tributária só vai sair se o executivo quiser muito e se ele tiver espaço fiscal, para poder liderar o processo.

256 - A inflação em 2002 fechou em 12,5%. Muito alta. A inflação neste ano vai fechar em 6,5%. Fica parecendo que piorou, mas não é bem isso quando você abre a inflação. Serviços em 2012: 5,5%. Serviços hoje: 8,5%. Serviços é o componente mais duro da inflação. Sob o critério inflação de serviços, 2002 é melhor. Impressionante. Não tinha nenhum atraso tarifário em 2002. (...) A expectativa de inflação 12 meses à frente do Focus em dezembro de 2002 era de 5,6%, enquanto hoje está na casa de 6,4%. (...) Finalmente, em 2002 os preços administrados foram reajustados em 14,7%, ante 3,4% nos últimos 12 meses.

257 - Ou seja… o déficit em transações correntes e a inflação estavam melhores em 2002. Se levarmos em conta a inflação represada e a dificuldade para reduzi-la, porque as expectativas estão muito contaminadas, podemos dizer que o desafio em relação a inflação em primeiro de janeiro de 2015 será maior que o desafio em janeiro de 2003.

258 - Por que o eleitor de 2014 demoraria a perceber tal quadro? O PIB cresce 2% e a renda cresce 3%. O desemprego ainda está baixo.

259 - A causa da desaceleração é menos externa do que pensa: Se você pegar a exportação mais a importação, dividida pelo produto, nós estamos entre as cinco mais fechadas dentre uma lista de 180 economias. É possível argumentar o Brasil uma economia grande. Economias grandes, em geral, são naturalmente fechadas. Isso é verdade. Têm técnicas econométricas, estatísticas para tentar dar conta dessas questões, do grau de fechamento maior natural da nossa economia pela escala dela. (...) E após fazermos todos esses controles, ou seja, utilizarmos métodos estatísticos que dão conta desta heterogeneidade entre as economias, ainda assim, a economia brasileira é das mais fechadas do mundo. Ou seja, sobre qualquer critério que nós consigamos imaginar, a nossa economia é muito fechada.

(continua...)

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