Direitistas - Textos Diversos XXIII

 

Neoliberal Que Resolveu Xingar Einstein:

216 - Engraçado é ele dizendo pra Einstein que o problema dos socialistas é não serem suficientemente inteligentes. Isso logo após a interpretar erroneamente um argumento de Einstein.

217 - O que ele chama de resposta a Einstein é uma coleção de chavão direitista sem qualquer aprofundamento mínimo, ao contrário de outros textos.

218 - Engraçado também que o autor vem com contestações “óbvias” para ele que fariam alguns colegas, liberais mais extremados, querer matá-lo ou taxá-lo de socialista. Sobre a concentração do capital, diz: O capitalismo mostrou como lidar com isso: Leis de Concorrênica, Agências Reguladoras, Leis Anti-Truste, Anti-Dumping!

 

O Brasil Numa Visão Classista (Crítica à Florestan):

219 - Não sei se o livro de Florestan é superficial, mas essas críticas foram bem superficiais.

 

O Filme A Onda:

220 - Análise fraquinha do filme, que às vezes é superestimado.

 

O Fim do Socialismo:

221 - Coloca Lênin como gênio político, mas afirma que “poucos marxistas gostam de ver na “grande Revolução de outubro” um mero putsch bolchevique, por acaso bem sucedido em razão de circunstâncias excepcionais e depois mantido a ferro e a fogo contra seus inimigos ideológicos e seus opositores práticos”.

222 - Explica de onde o socialismo tirou seu respeito (no qual não parece acreditar): Da mesma forma, a industrialização da URSS, a “solução” do problema da fome na China (contra sua suposta manutenção na Índia “capitalista”), o desenvolvimento “acelerado” dos países atrasados do Terceiro Mundo, todos esses elementos, reais ou imaginários, da “grande transformação” da segunda metade do século XX foram, com ou sem razão, creditados à alavancagem ideológica das idéias econômicas socialistas, ou pelo menos vinculados à aceitação da inevitabilidade (ou mesmo desejabilidade) de uma maior intervenção do Estado na economia, em contraposição ao menor poder transformador ou modernizador das estruturas “capitalistas” de mercado.

223 - ...Segundo os próprios termos da análise histórica marxista, seria portanto inevitável esperar o deslanchar de uma etapa revolucionária no desenvolvimento do socialismo, uma vez que a deterioração da base econômica do sistema, já visível desde o final da estagnação “brejnevista”, estava conduzindo a um impasse, ele mesmo anunciador de uma mudança radical em toda a superestrutura jurídica e política da sociedade socialista.

224 - Achei as análises que o texto faz muito pouco desenvolvidas. Talvez superficiais. O mais interessante é a nota de rodapé de Hobsbawn do “Era dos Extremos”: “O que levou a União Soviética em marcha acelerada em direção ao precipício foi a combinação da glasnost, que significava a desintegração da autoridade, com a perestroika, que resultou na destruição dos velhos mecanismos que faziam a economia funcionar, sem prever nenhuma alternativa; e consequentemente o colapso crescentemente dramático do padrão de vida dos cidadãos”; “A desintegração econômica ajudou o progresso da desintegração política e foi alimentada por ela”;


O Testemunho de Hilferding:

225 - Traz a bobagem do “fascismo de esquerda” e diz que Hilfeding tem escritos em que concorda com isso.

226 - Hilferding fez jus a essa notoriedade com sua obra-prima, o tratado sobre o capital financeiro Das Finanzkapital, de 1910. É com efeito um livro interessante, escrito com lucidez e sobriedade raras num autor dessa escola. Ele reitera o insight de Marx de que o sistema capitalista tende inexoravelmente para a superconcentração do capital, face aos vultosos recursos necessários para se fazer frente às despesas com uma produção cada vez mais dependente da alta tecnologia. As pequenas e médias empresas são varridas do mercado e absorvidas pela concorrência dos grandes conglomerados. Esse processo é acompanhado pelo crescimento do capital líquido controlado pelos bancos, o capital financeiro, que subjuga as indústrias escravas de suas necessidades insaciáveis de capital circulante. Ocorre então uma mutação na ideologia burguesa, do livre-comércio e livre-concorrência para os mercados fechados e estratificados em cartéis e oligopólios. Deflagram-se disputas entre as potências capitalistas avançadas pelos mercados globais, que resultam em guerras imperialistas. O autor não exclui a possibilidade de que toda a economia mundial termine englobada em um único e vasto supercartel.

227 - Coloca que cartéis e oligopólios são exceções, já que os componentes mais competitivos do grupo logo se cansam, baixam os preços, e derrubam os ex-companheiros…

228 - . Por outro lado, uma economia mundial sujeita a um único supercartel é tão inviável quanto o socialismo global puro, uma vez que, como Ludwig von Mises provou, num e noutro caso inexistiriam preços para os fatores de produção, todos de propriedade de um único dono, de modo que o cálculo econômico racional seria impossível.

229 - Hilferding nega a existência de capitalismo na URSS - o Estado era dono de tudo e não havia competição (há contra-argumentos, mas deixa quieto). Ademais, Hilferding nega ... que a burocracia seja uma "nova classe dirigente", como queria Trotsky. A burocracia, na sua ótica, é um estamento rigidamente hierarquizado, um instrumento maleável nas mãos de quem realmente detém e exerce o poder: o autocrata supremo. É ele quem dá as ordens; cabe a grave burocracia obedecê-las e executá-las. A economia é subjugada pela política e suas leis deixam de ter validade. A oposição clássica entre burguesia e proletariado é superada e absorvida pelo Estado Totalitário, o qual opera de acordo com suas próprias leis e reduz a si toda a sociedade.

230 - Para Hilferding é irrelevante a controvérsia sobre o caráter socialista ou capitalista da União Soviética. "Não é uma coisa nem outra. Ela representa uma economia de Estado Totalitário (grifo do autor), isto é, um sistema do qual os sistemas econômicos da Alemanha (nazista) e da Itália (fascista) estão se aproximando cada vez mais". (Deve ser por isso que o grosseiro do autor deste texto crê que é tudo “a mesma coisa”)

231 - O resto do texto é chavão besta. Enfim, o interessante é Hilferding e a apresentação do seu pensamento.

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