Direitistas - Textos Diversos VI - Análise de Classe Marxista e Austríaca (Hoppe)

 

Hoppe - Análise de Classe Marxista e Austríaca:

31 - … Similarmente, no capítulo 25, sobre a "Moderna Teoria do Colonialismo", o papel da força e da violência na exportação do capitalismo ao que — como diríamos hoje em dia — Terceiro Mundo é fortemente enfatizado. Admitidamente, tudo isso é geralmente correto, e assim não pode haver disputa na rotulação desse capitalismo como explorador. Hoppe coloca que o problema de Marx é pressupor que mesmo o capitalismo “limpo” e de homestead seria exploratório.

32 - As argumentações de Hoppe de nível muito infantil eu nem vou transcrever, como a ideia de que o trabalhador vende sua força de trabalho porque quer… Ou tipo essas balelas aqui: “Que o trabalhador não receba seu "valor total" não tem nada a ver com exploração, mas meramente reflete o fato de que é impossível para o homem trocar bens futuros por bens presentes a não ser com um desconto. “ (Sim, tão impossível, por sinal, que bilionários ou não estão investindo voluntariamente só 13 trilhões em ativos de juros reais negativos, alguns de longo prazo, por livre e espontânea vontade, neste exato momento).

33 - Afirma que ninguém vai querer imobilizar capital se isso não for resultar em ganhos futuros maiores, o que leva à diminuição de poupanças e, consequentemente investimentos e crescimento econômico. A expectativa de retorno com juros é o que move o capitalista. 

34 - Coloca que a verdadeira oposição é entre exploradores - consumidores de impostos não-"homesteadings" da vida - e explorados - "homesteadings" produtores de impostos. (Tanta coisa errada que nem vou comentar… Primeiro que se boa parte dos “reguladores/consumidores de impostos” são também grandes proprietários (que seriam os heróis do fantasioso mundo onde as coisas se deram no princípio do homestead)  ou possuem algumas alianças com estes. Já começa por aí).

35 - Engraçado que Hoppe vai usar um monte de coisa da análise marxista, só que mudando os sujeitos. A história como luta entre exploradores e explorados. A baixa consciência de classe dos explorados como uma das causas disso tudo… E etc. Critica a dominação do direito público sobre o privado como “justiça de classe”.  Critica até o Estado usando a “superestrutura ideológica” para se autolegitimar.

36 - Condena essencialmente o sistema de reservas fracionárias, que beneficia, segundo Hoppe,  conjuntamente o Estado e a elite bancária. De tudo conclui: E através dessa direta conexão falsificadora com o sistema bancário e por extensão com os maiores clientes dos bancos, a classe dominante de fato se estende muito além do aparato do estado até os nervos centrais da sociedade civil — não muito diferente, pelo menos em aparência, da imagem que os marxistas gostam de retratar da cooperação entre bancos, elites empresariais e o estado.

37 - Coloca que é o crescimento da esfera estatal que faz com que cresçam, concomitantemente, os monopólios. As empresas fazem parcerias com o Estado.

38 - Também concorda com o marxismo na tendência do Estado ao imperialismo e à guerra. Até por poder fazer os produtores pagarem por suas empreitadas próprios de eliminação de exploradores concorrentes. (Como sempre, ele vê apenas o Estado como malvadão da história, não como uma necessidade de um estágio de capitalismo).

39 - Essa parte eu ainda preciso entender melhor para criticar ou não: Especificamente, o establishment apóia o imperialismo se esse suporte promete levar a uma posição de domínio militar do estado aliado sobre outro estado. Porque, então, a partir de uma posição de força militar, se torna possível estabelecer um sistema do que se pode chamar de imperialismo monetário. O estado dominante usará seu poder superior para aplicar uma política de inflação internacionalmente coordenada. Seu próprio banco central estabelece o ritmo do processo de falsificação de moeda e os bancos centrais dos estados dominados são obrigados a usar sua moeda como suas próprias reservas e causar inflação a partir delas. Assim, junto com o estado dominante e sendo os primeiros recebedores das reservas de moeda falsificadas, o establishment bancário e empresarial pode se envolver em expropriações quase que sem custos de propriedades estrangeiras e de produtores de riqueza. (...) É essa situação — altamente não-capitalista — que caracteriza o status dos Estados Unidos e do dólar americano e que dá ensejo às — corretas — acusações em relação à exploração econômica dos Estados Unidos e do imperialismo do dólar

40 - … Dada essa visão do capitalismo, Marx foi tão longe a ponto de defender a conquista britânica da Índia, por exemplo, como um desenvolvimento historicamente progressivo. Veja as contribuições de Marx ao New York Daily Tribune de 25 de junho de 1853, 11 de julho de 1853, 8 de agosto de 1853 (Marx e Engels, Werke, vol. 9 [Berlim Ocidental: Dietz, 1960]).

41 - Até uma teoria da revolução de classe Hoppe esboçou. Devo dar algum crédito a seu potencial criativo.

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