Direitistas - Textos Diversos XV - Propriedade e Privatização Libertárias - Um Paradigma Alternativo (Kevin Carson)
Kevin Carson - Propriedade e Privatização
Libertárias - Um Paradigma Alternativo:
116 - Um tal de Hobbs propõe que meio que só
exista a posse: Ele apresentou como
exemplos históricos desse tipo de propriedade direitos públicos às vias ou os
direitos dos comuns sobre campos, poços ou bosques.
117 - Critica que se pense, após o colapso
estatal, apenas na manutenção do capitalismo corporativo. De grandes
corporações privatizadas e tal. Diz que é simplesmente
a presente economia corporativista menos o estado regulatório e de bem-estar.
118 - Liberdade
significa o direito de moldar as próprias instituições. Se opõe ao direito
dessas instituições te moldarem simplesmente por conta do poder estabelecido ou
do status gerontológico.
119 - As propriedades privadas: Muitas dessas propriedades são roubadas.
Muitas têm títulos dúbios. Todas estão profundamente entrelaçadas com um estado
imoral e coercitivo que amparou, se desenvolveu e lucrou com a escravidão,
explorou e se expandiu por meio de uma política externa agressiva, imperial e
colonial, e continua a manter as pessoas basicamente num relacionamento entre
servos e senhores através das concentrações de poder político-econômicas.
120 - Karl Hess já chamava a atenção para o fato
de que boa parte das propriedades privadas são inclusive subsidiadas com
dinheiro público.
121 - Aplausos aos “homesteaders”: … o libertário deve aplaudir qualquer
tentativa de retornar propriedades roubadas, do governo, ao setor privado,
sendo sob o clamor de que "as ruas pertencem ao povo" ou "os
parques pertencem ao povo", ou de que as escolas pertencem àqueles que as
usam, i.e., os estudantes e docentes.
122 - Privatização mutualista: Por exemplo, as pessoas de uma cidade podem
abolir o conselho escolar municipal e colocar cada escola sob controle de um
conselho selecionado que deveria prestar contas aos pais dos alunos. Em última
análise, a taxação compulsória acabaria e as escolas funcionariam com
contribuições voluntárias dos usuários.
123 - Rothbard e o colapso soviético: Seria muito melhor considerar o venerável
princípio do homesteading na base do novo sistema de propriedade
dessocializado. Ou, para reviver o velho slogan marxista: "todas as terras
para os camponeses, todas as fábricas para os trabalhadores!" Isso estabeleceria
o princípio básico lockeano de que a posse das propriedades sem donos deve ser
adquirida pela "mistura do trabalho com o solo" ou com outros
recursos sem dono. Mais velho e sem contexto de querer se conciliar com a
“New Left”, Rothbard defendeu, na época do colapso, que se procurassem os
antigos donos das fábricas e tal. Seriam os legítimos...
124 - Enxerga o Estado como produtor de
malefícios não apenas monetários (favorecimentos do tipo “injetar dinheiro”): Mas e quanto aos benefícios não-monetários
do estado, como a possibilidade de cobrar preços monopolísticos graças a
patentes estatais? Grande parte da cartelização da indústria no fim do século
XIX e do começo do século XX ocorreu pela troca de direitos de patente (e.g.,
entre a GE e a Westinghouse). A indústria química americana alcançou domínio
global somente depois que o governo dos Estados Unidos tomou as patentes alemãs
durante a Primeira Guerra Mundial e as deu para as firmas químicas de
liderança. E o que dizer dos efeitos totais da taxa de acumulação graças à
intervenção do estado no mercado de trabalho? (Esta última incluiria as
restrições ao direito de organização, como o Railroad Labor Relations Act
[N.T.: "Lei de Relações Trabalhistas das Ferrovias"] ou o
Taft-Hartley Act [N.T.: Lei americana que restringe o poder dos sindicatos];
restrições à liberdade bancária que mantêm as taxas de juros artificialmente
altas, limitam o acesso dos trabalhadores ao crédito e mantêm as dívidas como
um instrumento de disciplina.) E também há o benefício coletivo da acumulação
primitiva no começo do período moderno (pela qual os camponeses foram
destituídos de seus direitos de propriedade tradicionais na terra e se tornaram
inquilinos pela vontade do estado), o papel da força mercantilista na criação de
um "mercado mundial", os controles quase totalitários da população
durante a Revolução Industrial britânica, os subsídios maciços às melhorias
internas, etc.
125 - É
claro, se eu vivo em seu apartamento, eu lhe pago aluguel. É seu apartamento,
afinal, então você tem direito a isso. Mas e se você conseguiu seu apartamento
através da conquista, roubando de um monte de pessoas o que pertencia a elas?
Foi na maioria das vezes assim que os monarcas conseguiram governar seus
reinos, por conquista.
.
Comentários
Postar um comentário