Direitistas - Textos Diversos XIX - O Marxismo e os Socialismos (Luiz do Ó)

 

Luiz Eduardo do Ó - O Marxismo e os Socialismos - BPI:

161 - O termo “socialismo” surgiu pela primeira vez no periódico Cooperative Magazine editado por Robert Owen.

162 - Afirma que o próprio Engels lista no último capítulo de Anti-Duhring a influência dos utópicos sobre Marx e ele: As principais contribuições de cada autor seriam: a idéia de luta entre as classes produtoras e ociosas trazida por Saint-Simon (e, como mostra o historiador liberal Leonard Liggio, este conceito de luta de classes não era original em Saint-Simon, já era uma idéia a qual ele havia tomado emprestado dos liberais franceses Charles Dunoyer e Charles Comte, com a distinção de que nestes o conceito colocava em oposição trabalhadores e livres empreendedores – a classe produtiva – contra a classe ociosa: a nobreza, funcionários do governo e militares); a crítica satírica à ideologia burguesa e o método dialético utilizado por Fourier e a iniciativa de tentativas de mudanças sociais empreitadas por Owen.

163 - Marx sintetizou tudo isso com a economia política ricardiana e análise social e histórica baseada na dialética de Hegel, tudo isso bem a seu modo, claro.

164 - Coloca Warren como um socialista do seu tempo nos EUA e Thomas Hodgskin como um socialista ricardiano (Ricardo influenciou tanto a direita como a esquerda da época).

165 - Em Proudhon, as cooperativas seriam a cara do socialismo. O Estado a raiz do mal e dos privilégios.

166 - A existência de uma classe de expropriados permitia que os arranjos contratuais entre o capitalistas e operários fossem feitos de forma que os salários fossem mantidos no nível de subsistência. Esta era a lei de ferro dos salários (...).

167 - Teoria da exploração antiestatista, segundo o autor: Estas seriam então as condições que permitem que a classe capitalista exproprie a mais valia (o valor adicionado pelo trabalho da classe operária): privilégios garantidos pelo estado, mais detalhadamente, o monopólio dos meios de produção por uma classe social e o controle da oferta da força de trabalho. Esta última se dava com restrições à locomoção e à organização dos trabalhadores, além de incentivos à grande indústria que prejudicavam a iniciativa de pequenos empreendedores autônomos.

168 - Coloca que os socialistas anteriores à Marx não defendiam, como solução, uma agência nacional centralizadora e planejadora da produção, o que acaba sendo necessariamente, para o autor, um Estado totalitário.

169 - Ao criticar a dialética marxista, afirma que não há contradição no “capitalista vs trabalhador”, pois um não seria a negação do outro. Como não? Deus sabe.

170 - Contesta que leis históricas sejam como as leis da física. Há a vontade humana aí. (Até concordo com isso. Se é que entendo bem o que é uma lei da física. Porém, parece-me que existem sim leis tendenciais na história, até por existirem leis tendenciais na vontade humana). Ação humana. Teleologia. Seja lá como chamar. Não é uma matéria inerte. E, se for, é difícil ou quase impossível compreender suas relações causais e-ou determinísticas.

171 - Se é errado dizer que juízos individuais são completamente determinados pela estrutura econômica da sociedade, é ainda mais errado dizer que o pensamento humano o é. (Ocorre que Marx não usa, ao que eu saiba, esse “completamente”. Do contrário, seria o máximo determinismo. O grau disso em Marx é uma eterna discussão)

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