Direitistas - Textos Diversos XII - Monopólio da Terra (Kevin Carson)
Kevin Carson - Monopólio da Terra:
94 - A
acumulação primitiva descrita no capítulo anterior foi apenas um exemplo de um
fenômeno histórico geral: assim como os Georgistas Oppenheimer e Nock
mostraram, o Estado tem, ao longo da história, feito a exploração possível
controlando acesso a terra. O último, se referindo a franca perspectiva de
classe de Wakesfield em relação ao monopólio da terra, comentou que a
“exploração econômica é impraticável até a expropriação da terra ter sido conduzida”
[4]. A rápida pesquisa de Henry George, em Progresso e Pobreza, sobre a invasão
das classes dominantes na terra do campesinato, é uma boa introdução. A
história de Lívio da república Romana, por exemplo, é dominada pelo conflito
entre os plebeus e os senhores de terra patrícios. As grandes propriedades da
aristocracia foram entalhadas do domínio público, originalmente propriedade
comum de todo o povo Romano.
95 - O
sistema de títulos de terra na Europa medieval foi estabelecido, da mesma
forma, pela tomada de terra pelas classes dominantes feudais. Por meios
políticos, elas clamaram propriedade legal sobre as terras já ocupadas e
trabalhadas pelo campesinato, e o obrigou a pagar aluguel sobre sua própria
terra. Por meios políticos, da mesma forma, elas clamaram posse sobre terras
vagas, e controlaram acesso a estas sem as ter alguma vez ocupado ou
trabalhado. Como Adam Smith escreveu, “Uma grande parte delas era não
cultivada; mas nenhuma parte delas, cultivada ou não, foi deixada sem um
proprietário. Todas elas foram lavradas, e a maior parte por poucos
proprietários.”
96 - (Este texto é o capítulo de um livro de
Carson. O capítulo anterior parece tratar dessas questões acima de modo mais
aprofundado. Vale ir atrás quando puder.)
97 - Em
distinção aos Lockeanos, Georgistas e mutualistas concordam ao enxergar, de
alguma forma, a terra como um patrimônio comum que não pode ser alienado
permanentemente dos “comuns” de forma plena.
98 - Os
mutualistas, por outro lado, tendem a ver terra desocupada simplesmente como
“commons” sem dono sob as quais os direitos superiores de propriedade da
humanidade estão latentes, e que o indivíduo é livre para usar como ele bem
deseja sem prestar contas a nenhum procurador sob direitos coletivos; mas o
direito latente comum do resto da humanidade proíbe o individuo de clamar para
si mais terra do que pode pessoalmente usar à custa do interesse comum, e
requer que seu titulo provisório seja revertido para as “commons” quando ele
deixa de ocupar e usar a terra.
99 - Lockeanos
na direita libertária mais mainstream são mais propensos a aceitar títulos de
propriedade existentes como validos em termos convencionais ou positivistas, no
interesse de estabilidade. Georgistas consideram a injustiça pela qual tais
títulos existentes foram adquiridos como relativamente insignificantes; o
remédio apropriado não é anular os títulos existentes, mas, através da coleta
comunitária de aluguéis, anular os benefícios injustos de possuir tais títulos.
100 - Em Locke, as transferências de propriedade
não obrigam ao adquirente ao uso pessoal e direto da terra ou mesmo que nela
produza. Georgistas, além de concordar
com os Lockeanos na apropriação inicial, também geralmente aceitam os padrões
Lockeanos de transferência, desde que o princípio da coleta coletiva de aluguel
seja seguido. (...) Para mutualistas, ocupação e uso é o único padrão legítimo
para estabelecer propriedade da terra, não importando quantas vezes ela mudou
de mãos.
(continua...)
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