Direitistas - Textos Diversos I

 

Anotações Sobre “Os Direitistas”.

 

 

Obs.: Estes textos da pasta NÃO estão organizados por ordem de data. Ordem alfabética.

 

A Ingenuidade de Kropotkin:

1 – … para Kropotkin a resposta libertária deveria se basear em comunas onde, ao contrário daquelas defendidas por Bakunin, indivíduos tivessem livre acesso ao repositório comum de recursos de acordo com as suas necessidades.

2 - A objeção é: como os bens são escassos, como decidir o melhor modo de alocá-los? … sem um sistema de preços, ou seja, sem uma rede de informações criada pela valoração individual de cada agente, não é possível conceber qualquer que seja o mecanismo pelo qual se vá fazer esta alocação.

3 - Ademais, objeta que não há estímulo à produção nesse comunismo libertário. Falta o incentivo.

 

Alfred G. Cuzán - Nós Realmente Podemos Sair da Anarquia ou não:

4 - Coloca que o governo é um substituto para Deus. Supostamente um ente externo que cria regras boas para nós e que devemos obedecer.

5 - Governo não nos tira da “anarquia”. Substitui uma pela outra. Afirma que como não há um “governo pra cuidar do governo”, a anarquia que seria natural é substituída pela anarquia política. Os poderosos se resolvem entre eles. Grupos de interesse fora do governo também participam dessa anarquia, influenciando o governo.

6 - Cita o exemplo do congressista que desvia dinheiro. O que vai rolar é uma justiça de gangues entre eles. O dinheiro não era mais do povo e sim dos congressistas, que queriam alocá-lo em outra coisa. Teremos um jogo de poder e se o congressista não tiver prestígio para se defender e limpar sua ficha (ou culpar subalterno) será de alguma forma punido pela gangue.

7 - Não acredita, portanto, que os poderes se fiscalizam mutuamente. Cita o exemplo dos congressistas limitando orçamento do judiciário caso seja preciso pressioná-los. Eles mesmos se ajustam.

8 - Parte da direita argumenta que a questão do “bom governo” tem a ver com a estrutura desse governo. De não se centralizar em uma figura e tal. Quanto mais plural a política de um país, mais os governantes se comportam sem referência a uma "terceira parte" e assim mais a sociedade lembra uma anarquia natural. (...) Isso é verdadeiro mesmo no mundo "comunista": as políticas comunistas mais pluralistas da Polônia ou Iugoslávia são menos violentas do que a política mais hierárquica da União Soviética.

9 - Porém, essa argumentação anterior não resolve a questão de porque a anarquia plural (política, mas não hierárquica) seria melhor que a anarquia natural (nenhum governo).

 

Briga de Criança - Constantino e Liber:

10 -  Os incômodos dele: … “O PT e o PSDB são ambos socialistas, logo, não há diferença alguma entre ambos, e não passa de “paranóia de direita” falar em golpismo autoritário dos petistas. O estado é ilegítimo, logo, atacar um policial que tenta evitar que você ande armado nas ruas é legítima defesa. Toda troca voluntária deve ser aplaudida (não apenas tolerada), logo, o vendedor de crack é praticamente um herói. Tudo que vem do estado é fruto do roubo, logo, o calote da dívida pública seria uma medida louvável.”

 

Carl Menger - As causas do bem-estar progressivo dos homens:

11 - Adam Smith resume tudo, segundo Menger, a divisão do trabalho cada vez maior. Menger diz que, apesar de isso ser muito necessário, é insuficiente. Não é sequer o principal fator. A causa da riqueza, progresso e bem-estar é o domínio e controle progressivo do nexo causal das coisas com o bem estar humano. Trata-se de trabalhar com bens e fatores cada vez mais sofisticados. Creio que seriam as ideações - de que trata Marx, nesse meu casamento profano - “superiores”.

 

Gustave de Molinari - A Utopia da Liberdade - Carta Aos Socialistas:

12 - Texto de 1848 do cara que é tido como o primeiro anarcocapitalista.

13 - Ao menos ele entendia o que era o comunismo bem mais do que o povo da direita atual, que pode até usar o google: “… vocês prosseguem pela obscura, estreita e até hoje inexplorada via da organização do trabalho”.

14 - Afirma que a pobreza no trabalho livre é melhor que a humilhação desesperada nas sociedades antigas: … O proletário romano não estava em posição de ganhar sua própria vida. Os ricos patrícios haviam monopolizado todas as indústrias e todo o solo, os quais eles exploravam por meio de seus escravos. Bem ou mal, ainda eram invejados pelos escravos, que vivam não em casas de barro pobre, mas em verdadeiros estábulos e a nada tinham direito. Os “livres” pelo menos eram gente.

15 - Anos 1600 e tempos “gloriosos” de Luis XIV: “De toda a pesquisa que eu fui capaz de fazer durante os vários anos a que eu me dediquei a ela, eu notei que em tempos recentes quase um décimo do povo está reduzido a pedir esmolas, e de fato pede; quanto aos outros nove décimos, cinco não estão em posição de dar-lhes nada, uma vez que eles próprios estão pouco distantes daquela mesma infeliz condição; dos quatro décimos restantes, três estão preocupados e sobrecarregados de dívidas e processos; e o último décimo — onde eu coloco todos os homens da espada e do robe, eclesiásticos ou seculares, toda a alta e distinta nobreza, todos aqueles com responsabilidade militar ou civil, os mercadores de sucesso, os rentiers burgueses e as classes mais confortáveis — não se pode contar mais que cem mil famílias; e eu não penso que estaria errado em dizer que não mais que dez mil famílias, grandes ou pequenas, podem ser descritas como vivendo com muita tranqüilidade."

16 - Afirma que os socialistas atribuem à liberdade (a qual Molinari inicia em “89”, data da revolução francesa) os males históricos pelos quais passam os trabalhadores desde antes da chegada dela (“liberdade”). Pessoalmente, achei sua linha argumentativa bem falha obviamente.

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