Direitistas - Textos Diversos XXII - Marxismo Segundo Ludwig Von Mises

 

Mises - Marxismo Segundo Ludwig Von Mises:

199 - É o primeiro capítulo de um livro sobre marxismo.

200 - Leva muito tempo para idéias conquistarem o mundo. Quando o Marx morreu em 1883, o nome dele era em geral desconhecido. Alguns jornais relataram em um par de linhas que Karl Marx, autor de vários livros, tinha morrido.

201 - Coloca Marx como um materialista fisiológico. Não acreditava que o homem era mera máquina, mas que ideias e pensamentos não deixavam de ser puro fruto da matéria. Criou o esquema de forças produtivas materiais - ferramentas, máquinas… “a fábrica manual produz o feudalismo – a fábrica a vapor produz o capitalismo”, disse Marx - determinando as relações de produção (capitalismo, feudalismo…) que, por sua vez, determinam a superestrutura.

202 - As ideias têm um papel mesmo em Marx, reconhece Mises. Autores Marxistas, escrevendo depois de Marx, explicaram tudo na superestrutura como resultado de mudanças definitivas nas relações da produção. E eles explicaram tudo nas relações de produção como resultado das mudanças nas ferramentas e máquinas. Isto foi uma vulgarização, uma simplificação, da teoria marxista. Marx e Engels não foram completamente responsáveis por isso. Eles criaram muitas tolices, mas eles não são responsáveis por toda a tolice de hoje.

203 - A crítica dele à suposta contradição de Marx em relação a Descartes, Locke e as ideias frente à teoria materialista eu não entendi.

204 - Marx usou ideologia num sentido diferente. Segundo Marx, ideologia era um pensamento doutrinário produzido por membros de uma classe. Estas doutrinas necessariamente não eram verdades, mas somente as expressões dos interesses classistas.

205 - Afirma que Marx tem a seguinte concepção sobre a lógica: Oficialmente Marx aprovou todas as idéias de Dietzgen, mas em sua correspondência privada com Ferdinand Lassalle [1825-1864] ele expressou alguma discordância. Não existe lógica universal. Cada classe possui sua própria lógica. Mas, evidentemente, a lógica do proletariado é a verdadeira lógica do futuro.

206 - Afirma que, para o marxismo, os interesses de classe não são conhecidos sequer pelas classes. Um burguês pode pensar que tem interesse humanitário, mas segue outro na verdade. Entretanto, observa Mises, se alguns homens (como Marx) conseguem se livrar da lei de interesses de classe, então a lei não é mais uma lei geral. Mises continua o contra-ataque: “Simplesmente não é verdade que as invenções se desenvolvem porque as pessoas procuram finalidades (burguesas) práticas e não por verdades.” (Eu diria que há uma lei tendencial. O pessoal liberal enxerga as coisas muito numa lógica 8 ou 80. A vida não é assim).

207 - Marx disse que o socialismo não pode ser planejado com antecedência; a história cuidará dele. Na visão de Marx, esses que afirmam como o socialismo funcionará são apenas “utópicos”.

208 - Mises venenoso: Nikolai Bukharin [1888–1938], um autor comunista que viveu em um país comunista, escreveu um panfleto em 1917 (5), no qual ele disse: nós pedimos as liberdades de imprensa, de pensamento e liberdades civis no passado porque nós estávamos na oposição e necessitávamos destas liberdades para conquistar. Agora que nós conquistamos, não existe qualquer necessidade de tais liberdades civis. [Bukharin foi julgado e condenado à morte nos expurgos dos processos Moscou em março de 1938] Se o sr.  Bukharin fosse um comunista Americano, ele provavelmente ainda estaria vivo e livre para escrever mais panfletos sobre o porquê da liberdade não ser mais necessária.

209 - Na parte II do texto, que fui buscar na internet, Mises afirma que Marx não teve tempo de conceituar classe, mas apenas o de dizer o que não era classe - http://cavaleirodotemplo.blogspot.com/2007/11/marxismo-segundo-ludwig-von-mises-parte.html

210 - A Primeira Internacional foi um pequeno grupo de pessoas, um comitê de alguns homens em Londres, amigos e inimigos de Karl Marx. Alguém sugeriu que eles cooperassem com o movimento trabalhista-sindicalista britânico. Em 1865, Karl Marx leu na reunião do Comitê Internacional um documento, Valor, Preço, e Lucro (Value, Price, and Profit), uma de suas poucas obras originalmente escritas em inglês. Neste documento, ele destacou que os métodos do movimento sindical eram muito ruins e deveriam ser modificados. Parafraseando: "Os sindicatos querem melhorar o destino dos trabalhadores no âmbito do sistema capitalista - isto é inútil e desesperado. No âmbito do sistema capitalista não há nenhuma possibilidade de melhorar o estado dos trabalhadores. O melhor que o sindicato poderia alcançar deste modo seria algum sucesso de curto prazo. Os sindicatos devem abandonar esta política 'conservadora’; eles devem adotar a política revolucionária. Eles têm que lutar pela abolição da sociedade salarial e devem trabalhar para a vinda do socialismo". Marx não teve coragem para publicar este documento enquanto estava vivo; só foi publicado depois de sua morte por uma de suas filhas. Ele não quis fazer oposição aos sindicatos; ele ainda tinha esperanças que eles abandonariam suas teorias. (...) Aqui está um conflito evidente de opiniões entre os proletários, relativo a que meios utilizar. Os sindicatos proletários e Marx discordaram sobre o que era o "interesse" dos proletários. Marx afirmou que o "interesse" de uma classe era óbvio – não poderia haver nenhuma dúvida quanto a isto – todos conheciam este “interesse”. Então aqui surge um homem que não pertence a esta classe proletária, um escritor e advogado que informa aos sindicatos que eles estavam errados. “Esta é uma política ruim”, ele afirmou. “Vocês precisam mudar radicalmente sua política". Aqui toda a idéia de classe é destruída, a idéia de que um indivíduo, às vezes, pode errar, mas que uma classe como um todo nunca pode errar. (é realmente delicado, mas costumo interpretar que ideias de fora do operariado podem sim ser mais corretas, a questão é que segui-las ou não deve ser uma decisão do operariado, para que a coisa funcione. Não é que um “burguês” não possa estar correto contra um “operário”. É aquilo que falei do 8 ou 80)

211 - Afirma que se a lei férrea dos salários foi verdade, então Marx estaria mentindo ao dizer que o trabalhador vai empobrecer cada vez mais e passar à insurreição.

212 - Inevitabilidade e determinismo? Segundo Mises: Marx adotou suas metáforas do campo da ginecologia. O partido socialista é como a obstetrícia, disse Marx; ele torna a vinda do socialismo possível. Quando questionados: “se vocês consideram todo processo inevitável, por que vocês não favorecem a evolução em vez da revolução”, os marxistas respondem, “Não existem evoluções na vida. O nascimento não é em si uma revolução?".

213 - Pergunta quem define o que são os verdadeiros interesses da classe e o que é mera traição social? O que fazer com os traidores? Liquidá-los? Um “proletário” pode trair sua classe e um burguês ter as ideias que representam a classe? Realmente a coisa pode ser confusa a depender de como se pense. Os Webbs, senhor e senhora Passfield, ficaram chocados ao saber que as revistas e jornais Russos tratavam até mesmo dos problemas das ciências naturais partindo do ponto de vista da filosofia Marxista-leninista-estalinista. Por exemplo, se houver uma diferença de opinião em relação à ciência ou genética, isto deve ser decidido pelo "líder". Esta é a conseqüência inevitavelmente necessária do fato que, de acordo com doutrina Marxista, você não considera a possibilidade de dissensão entre pessoas honestas; ou você pensa como eu, ou você é um traidor e deve ser liquidado.

214 - Em 1888 – 40 anos depois da publicação do Manifesto Comunista – uma tradução foi feita por um escritor inglês. Engels acrescentou alguns comentários a esta tradução. Referindo-se às dez medidas intervencionistas preconizadas no Manifesto, ele afirmou que estas medidas não eram apenas insustentáveis, como reivindicou o Manifesto, mas precisamente por serem insustentáveis é que eles necessariamente pressionariam cada vez mais em direção a ainda mais medidas deste tipo, até que finalmente estas medidas mais avançadas conduzissem ao socialismo.

215 - … No mesmo sentido: Em março 1850, dois anos após o Manifesto, Marx e Engels publicaram a Mensagem do Comitê Central à Liga dos Comunistas, um documento que era, segundo o próprio Marx, "no fundo, nada mais que um plano de guerra contra a democracia".

.

Comentários