Filosofia - Textos Diversos LXIV - Pragmatismo e Neopragmatismo

 

Pragmatismo e Neopragmatismo:

453 - Paulo Ghiraldelli Jr. Afirma que: Nietzsche, por exemplo, foi reconhecido por muitos como tendo uma postura pragmática no campo da teoria do conhecimento. Algumas das "teses contra Feuerbach", de Marx, mostraram uma face pragmatista quanto à questão de critérios de verdade. Wittgenstein este próximo de posições pragmatistas em vários momentos, se é que não adotou algumas.

454 - A definição de “verdade” que James deu e neopragmatistas (Rorty, Putnam) defenderam me parece por demais relativista (o que o autor diz que não é), pois vincula a verdade a uma espécie de consenso útil, ao que entendi. Posso estar errado.

455 - Peirce, James e Dewey eram filósofos não metafísicos no sentido de que eles queriam evitar uma das características do pensamento metafísico-platônico a dualidade. Entre pensamento e matéria, entre alma e corpo, entre ideal e real, entre liberdade e necessidade, entre história e natureza, os velhos pragmatistas definiram uma noção intermediária, que, segundo eles, atravessaria as dualidades, formando mais que uma ponte, mas um verdadeiro aterro (hoje nós chamamos esta fuga do dualismo de holismo ou contextualismo). Essa noção intermediária é a de experiência. É uma noção que não deixa de ser uma parente próxima da noção marxista de praxis (pragmatismo e marxismo são primos, na medida em que são filosofias embaladas pelos braços de Hegel). Todavia, se em Marx há uma férrea teleologia encravada na noção de praxis, nos pragmatistas pioneiros não há qualquer teleologia na noção de experiência.

456 - Rorty, por sua vez, valoriza nos velhos pragmatistas exatamente o seguinte: se queremos investigar filosoficamente a verdade devemos investigar procedimentos humanos ordinários e deixar de lado a busca de uma definição final, metafísica e/ou epistemológica, a respeito da verdade. Agora, note o leitor que, fazendo isto, a pesquisa se encaminha necessariamente para um campo: o campo da semântica, da lógica e da filosofia da linguagem. Pois investigar procedimentos humanos ordinários, comuns, no caso, é investigar procedimentos linguísticos, comportamentos linguísticos. O que ocorre aqui é a possibilidade do casamento entre a filosofia analítica e o pragmatismo.

(continua...)

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