Econ - Textos Variados XXX (CCE)


Brasil - A Crise do Desenvolvimentismo:

35 - Dos anos 30 aos anos 50 este papel ganha um certo relevo, mas permanece ainda bastante limitado: o Estado começa a estimular o desenvolvimento de algumas indústrias específicas, mas não o desenvolvimento industrial em geral. Assim, os incentivos e subsídios eram concedidos a empresas individuais e não a setores ou industrias; não eram sistemáticos, e foram de fato pouco eficazes.

36 - O BNDE foi criado em 1952.

37 - Indústria de base e infraestrutura em geral foram os alvos da intervenção estatal direta. Mencione-se ainda políticas monetária e fiscal francamente expansionistas.

38 - Crise da dívida em 80: Buscou-se, assim, um ajuste externo a qualquer custo através da geração de superávits comerciais que pudessem honrar os compromissos da dívida externa, acompanhado pela crise fiscal-financeira do Estado. (...) o Estado, ao assumir os passivos externos da economia, saneou o setor privado, e com base na degeneração das contas públicas permitiu a manutenção de seus lucros. Nesse processo, o sistema financeiro centrou-se nos títulos públicos federais, tornado dinheiro financeiro por possuir liquidez, segurança e rentabilidade.

39 - Muitas empresas produtivas passaram a contar cada vez mais com receitas não operacionais para manter suas taxas de lucros. (...) Neste processo as grandes empresas deixam de ser devedoras líquidas para entrar numa situação de aplicadoras líquidas. Assim, elas se tornaram sócias do sistema financeiro neste novo modo de se relacionar com Estado.

40 - Texto baseia-se em reflexões do IE da UNICAMP.

 

Bruno Santos - Argentina, Sucesso e Fracasso:

41 - O texto é de final de 2007. Em meados da década de 90, a Argentina era o exemplo a ser seguido. O país tinha feito o dever de casa e estava colhendo os frutos dessa “racionalidade” econômica. O crescimento econômico argentino entre 1991 e 1994 foi o maior das últimas décadas. O país tinha conseguido eliminar a inflação. E os consumidores usufruíam viagens ao exterior e bens de consumo baratos. No começo deste século, a situação mudou por completo.

42 - A Argentina consegue desde 2003 elevadas taxas de crescimento econômico, a manutenção da inflação em patamares razoáveis e atrair investimentos produtivos. (...) As reservas internacionais quadruplicaram.

43 - Abertura comercial irrestrita no período anterior: Entre 1991 e 2001, a Argentina acumulou um déficit em conta corrente de US$ 88,5 bilhões. Isso é mais do que o triplo do que o país exportou em 2001. Obviamente, a capacidade de o país honrar suas obrigações em moeda forte era impraticável caso o país não desvalorizasse o câmbio.

44 - O governo tem sido muito bem sucedido em manter uma taxa de câmbio competitiva. Desde 2003, a taxa de câmbio real efetiva tem se mantido estável, ao contrário de outros países que enfrentaram grandes desvalorizações. Essa taxa de câmbio estimula as exportações, a substituição de importações e o investimento em produtos comercializáveis com o exterior. (...) A taxa de juros real próxima de zero tem impulsionado o crédito e os gastos ao consumidor.

45 - Destaca também o superávit em conta corrente.

46 - O governo pratica uma política de aumento do salário real e de conter o aumento das tarifas públicas. Nos últimos três anos, a expansão dos gastos em consumo privado cresceu em média 8,9% ao ano. (Taxa similar a do PIB. Tá explicado).

47 - … Desde 1999, os preços regulados aumentaram 43%, bem menos do que os 93% do nível geral de preços. Os bens e serviços com preços regulados representam 20% do IPC e são compostos por combustíveis, eletricidade, água e serviços sanitários, transporte público de passageiros, manutenção de veículos, correio, tarifas de telefonia e cigarros.

48 - Um comentador: Índice de preços na Argentina forjado pelo governo. Heterodoxia retrógrada.

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