Econ - A Irrelevância da Desigualdade (A DIREITA Discutindo Economia no Orkut) II

 (continuação...)

29 - Fernando, acho que houve distribuição no longo prazo justamente porque o Estado interveio de alguma forma. Nos EUA, a política Keynesiana do pós-guerra distribuiu renda. Na Coréia do Sul, houve uma política ativa para combater a desigualdade resultante do crescimento acelerado, por parte da ditadura de Park Chun Hee. Além disso, qual seria o mecanismo "natural" de distribuição por parte do mercado ? Não quero ficar só nos achismos, mas agora estou sem tempo para postar.

30 - Google tradutor de um artigo: Há evidências de que a desigualdade de riqueza dos EUA diminuiu significativamente entre 1920 e 1970 (Davies e Shorrocks [31], Wolf e Marley [97] e Kopczuk e Saez [59]). Wolf [94], por exemplo, documenta que a parcela da riqueza total detida pelo 1% do topo dos indivíduos caiu de 38% em 1922 para 19% em 1976. Conforme explicado por Kopczuk e Saez [59], a diminuição ocorreu entre o início da Grande Depressão e o fim da Segunda Guerra Mundial, e provavelmente foi gerado pela Depressão e as políticas do New Deal que aumentaram a carga tributária para os ricos. Dados os altos impostos imobiliários e de renda, as principais ações não se recuperaram nas décadas após a Segunda Guerra Mundial. A desigualdade aumentou novamente na década de 1980.

31 - Volta a se debruçar sobre o “jogo do ditador”: Por exemplo, no jogo do ditador, sua utilidade pode ser 10-x, sendo x o que ele cede ao outro jogador. Portanto, ele deve ceder apenas R$1, para maximizar sua utilidade. A falha está que na prática os "ditadores" oferecem mais de R$1, mesmo sabendo que não precisam, então a utilidade é na verdade da forma 10-x-A(|x-y|), onde A(|x-y|) é um termo que modela a Aversão à Desigualdade do jogador 1.

32 - Países desenvolvidos conviveram com alta concentração de renda e posteriormente diminuíam essa concentração. Aliás, isso é uma proposição conhecida como “curva de Kunetz” (Kuznets, S. (1955). “Economic Growth and Income Inequality”). (...) Um trabalho postado pelo Netto, propõe que os EUA estariam vivendo do final da década de 70 até agora um segundo ciclo de Kunetz com a mão-de-obra migrando de uma economia industrial para uma economia baseada em serviço e inovação. DURANTE essa migração a desigualdade aumentaria, mas a medida que MAIS mão-de-obra fosse incorporada a essa nova economia a tendência seria de redução da desigualdade. (Já podemos declarar essa suposição como falsa? Estamos em 2020 e nada). Seria uma maneira progressiva de se habituar e reeducar no novo sistema produtivo (fundado em informática, por exemplo): À medida que mais pessoas se mudam para esse setor favorecido, a desigualdade tende a aumentar junto com a expansão do produto per capita. Só depois corrigiria.

33 - Lógica capitalista: Importante ressaltar, também, que a desigualdade pode ter efeitos positivos sobre o crescimento, na medida em que aumenta a taxa de poupança e possibilita uma concentração de capital necessária para projetos com “setup” alto.

34 - A teoria dos ciclos de Kusnetz é interessante, mas carece de base empírica. Por exemplo: os EUA estariam em um processo de adaptação a novas tecnologias desde a década de 70 ? Por que os paises da Europa continental não apresentaram o mesmo padrão de aumento da desigualdade, então ? (...) Também grande parte dos top incomes, que cresceram na década de 90, são salários de CEOs, que, como eu já citei, têm pouca ou nenhuma relação com o "desempenho" ou com o uso de novas tecnologias.

35 - Japão complicando a análise. O principal achado dos autores é que o Japão teve duas grandes fases com padrões bem distintos de crescimento e concentração de renda: 1886-1940 e 1948-2002. (...) Na primeira fase, pré-segunda guerra, havia alta concentração de renda, com índice de Gini chegando a 60 e crescimento do PIB per capita de 2,7% em média. Após a segunda guerra, o Gini pela metade e o crescimento foi 4,7% em média (entre 1948 e 1970 foi ainda maior, superior a 5%). (...) A segunda guerra acabou com essa estrutura, pois o realismo econômico implicava em distribuir terras para maximizar a produção de alimentos, por exemplo. A inflação gerada pelo Estado para financiar a guerra tb corroeu a renda dos rentistas. Sem contar, lógico, a destruição em massa que nivelou quase todos por baixo. (...) As reformas foram posteriormente aprofundadas pelos americanos, incluindo a introdução de uma forte taxação progressiva e uma ampla reforma agrária. A política corporativa de altos bônus para os executivos também mudou.

(continua...)

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