Econ - Cristina e Fernanda - O Desenvolvimento Comparado das Colônias Temperadas Inglesas e Brasil Entre 1850 e 1930 (CCE)
Cristina e Fernanda - O Desenvolvimento Comparado das Colônias Temperadas Inglesas e Brasil Entre 1850 e 1930 II:
101 - Muito parecido com o anterior. Vou tentar enfatizar apenas as partes originais. As chamadas “colônias brancas” da Inglaterra eram verdadeiras extensões do território inglês e, por isso, os imigrantes puderam implantar as próprias técnicas de produção inglesas.
102 - O colapso dos preços das exportações argentinas aconteceu antes do crash de 1929 e pode ser atribuída às forças de longo prazo nos mercados mundiais – tendência à deterioração dos termos de troca -, o que indicava que o país precisava encontrar outros meios para retomar o crescimento.
103 - O café representava 70% das exportações brasileiras, o que significava que a economia estava altamente dependente de um único item de exportação.
104 - Bethell (2002) informa que a força de trabalho entre 1870 e 1930 aumentou 2% ao ano. A população cresceu de 10 milhões para mais de 30 milhões, mas não houve aumento real de salários entre 1870 e 1914.
105 - O capital era um fator escasso. Segundo Bethell (2002), a formação de capital bruto na década de vinte representava cerca de 14% do PIB, mais da metade via entrada de capitais externos. Até 1930, a produtividade média do capital era muito baixa. As origens do capital privado eram ou reinvestimento de lucros ou empréstimos. Poucas empresas familiares tornaram-se grandes empresas de capital aberto. Os empréstimos ingleses para o governo brasileiro eram usados principalmente em infra-estrutura e para consolidar o sistema bancário. Os investimentos diretos de firmas estrangeiras, destacadamente da Inglaterra, concentravam-se no setor de exportação.
106 - A política fiscal produziu déficits em 32 dos 41 anos de República (Bethell, 2002). Estes déficits eram pagos com empréstimos, dentre os quais se destaca o Funding Loan de 1898. Em busca de garantir o padrão-ouro, para cumprir as condições de negociação de empréstimos, criou-se a Caixa de Conversão em 1905, que durou até a primeira guerra mundial. O fim da caixa de conversão em 1914 significou o esgotamento das reservas de divisas e o país teve que fazer um novo funding loan.
107 - Segundo Furtado (2001), dada uma crise externa ou queda nos preços internacionais do café - que diminuía a renda das exportações, mas coincidia com o aumento das importações resultantes do ciclo anterior de aquecimento econômico, gerando desequilíbrio na conta corrente do balanço de pagamentos -, operavam-se desvalorizações cambiais para proteger os lucros do setor exportador e, assim, não arrefecer o nível de investimento e, consequentemente, produto e emprego da economia. As desvalorizações encareciam os produtos importados, gerando aumento de demanda por produtos domésticos, principalmente alimentos e bens de consumo não duráveis (cujas ofertas eram limitadas), causando aumento de preços. Como este processo repetia-se a cada novo ciclo da produção de café, havia uma tendência inflacionária estrutural. Logo, a inflação promovia a apropriação da renda real da população por parte dos fazendeiros, num processo conhecido como “socialização das perdas”.
108 - Coloca que a política de valorização do preço do café impedia que se descortinasse a baixa produtividade.
109 - Embora não seja possível generalizar a história da América Latina, pode-se concluir que os privilégios políticos das elites antecedem o caráter econômico das nações para explicar suas situações de maior ou menor desenvolvimento. Por exemplo, as decisões de investimento em ferrovias, setores estratégicos (carvão e aço), indústrias etc. privilegiavam apenas o setor exportador e não condicionaram o crescimento de mercado interno e novas relações sociais.
110 - Bom exemplo disso foi a maneira desinteressada como o partido trabalhista da Argentina se posicionou frente às tarifas protecionistas e ao apoio à indústria nacional que, como bem observa o autor, foram fatores fundamentais para a determinação do subseqüente curso do desenvolvimento econômico e da integração política.
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