Econ - Cristina e Roberta - Estrutura Ocupacional e Distribuição de Renda no Brasil 2004 a 2006 (CCE)

 

Cristina e Roberta - Estrutura Ocupacional e Distribuição de Renda no Brasil 2004 a 2006:

111 - Barros, Henriques e Mendonça (2002): Mas afinal concluem que a diferença de níveis de escolaridade, muito mais do que a discriminação ou a segmentação, responde, pela desigualdade de salários. (admitem que trabalhadores da mesma produtividade podem receber salários diferentes. Não entendi se se refere ao efeito Balassa–Samuelson ou não).

112 - Michel (2003): E desde a segunda metade da década de noventa até 2003, em função do medíocre crescimento da economia brasileira, a distribuição da renda esteve refém apenas de políticas sociais, obviamente não suficientes.

113 - Analisando-se os dados do Instituto de Estudos do Trabalho e Sociedade (IETS), não se pode negar também, que a educação brasileira nos últimos anos obteve grande avanço, mas pouco afetou as desigualdades do mercado de trabalho, apenas ampliou-se a qualificação do desempregado. (...) Houve também avanço da escolaridade média, de 4,9 anos em 1992 para 6,1 em 2004, ainda que o nível permaneça bastante inferior aos de economias desenvolvidas. Mas simultaneamente a o aumento da escolaridade e a queda do analfabetismo houve aumento da taxa de desemprego e aumento da qualificação do desempregado!

114 - De acordo com Lopez (2000), para entender a distribuição de renda em países semi-industrializados não é suficiente utilizar o enfoque tradicional marxista – que separa de um lado os salários como a remuneração do proletariado, e de outro lado, lucros, juros e aluguéis como remuneração dos capitalistas.

115 - E a concentração de renda diminui quando o desemprego se reduz porque o desempregado não tem renda alguma. Assim, o aumento de renda do desempregado e o aumento do trabalho formal e do poder de barganha dos trabalhadores (maior parte da população), se traduzidos em reajustes de salários mais elevados do que os reajustes das margens de lucro, levariam a um aumento da demanda agregada da economia.

116 - Dados de 2004 a 2006. É interessante também salientar que a renda dos trabalhadores formais urbanos (R$ 1212) equivale a quase o dobro da renda dos informais urbanos (R$ 678). Ademais, a renda do trabalhador conta própria urbano (R$ 907) também é quase o dobro da do setor rural (R$ 502).

117 - … Em compensação, nestas duas últimas regiões há mais indivíduos trabalhando por contra própria no setor urbano (21% no Norte e 14% no Nordeste). Contudo, o rendimento médio do trabalhador por conta própria é ainda menor nessas regiões do que nas outras (por exemplo, está em torno de R$ 550 no Norte e Nordeste enquanto é R$ 1029 no Sudeste e R$ 3032 no Centro-Oeste). Aliás a renda de todas as ocupações em geral é inferior no Norte e Nordeste do que no restante do país.

118 - No Brasil a da renda dos empregadores foi 3,2 vezes superior à dos empregados em 2006. O fato da classe “empregados” incluir os empregados ricos – como altos executivos de empresas – e a classe dos “empregadores” incluir os proprietários de negócio ou plantação pobres, faz com que essa relação seja bem inferior à constatada no índice de concentração 2. (acho que é o índice dos 10% mais ricos no PNAD contra os 70% mais pobres, que dava uma diferença de dez vezes).

119 - As conclusões são por leve queda da desigualdade até então (2006). Ainda que tenha melhorado recentemente, nesse país a renda per capita dos 10% mais ricos da população equivale a 11 vezes a renda dos 10% mais pobres.

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