Econ - Agenor Castoldi - Texto IV (Parte 2)

 (continuação...)

110 - O produto será distribuído em salários, lucros, juros, aluguéis e tributos. Ou seja, produto e renda são uma identidade na economia. A renda interna bruta (RIB). PIB sob a ótica da renda aqui. Excluindo-se a parcela correspondente à depreciação, obtém-se o produto líquido, ou renda líquida.

111 -PIB sob ponto de vista da despesa agora: A despesa global com bens e serviços produzidos internamente pode ser desdobrada nos seguintes itens: Consumo (C); Investimento (I); Gastos do governo (G); Exportações de bens e serviços (X); Importações de bens e serviços (M). A despesa global (Y) pode, então, ser representada pela seguinte identidade:



112 - É a Despesa Interna Bruta (DIB) que também é igual à demanda agregada da economia (DA). Assim, da mesma forma que já se observou que, quantitativamente, RIB = PIB, a DIB também é igual a RIB e ao PIB.

113 - Investimento das empresas (I), aqui incluídas as compras de bens de capital e equipamentos (que é a formação bruta de capital fixo) e os estoques;

114 - Por que retirar as importações? Na realidade, dentro do item C (consumo das famílias), existe uma parcela que é atendida pela importação, o mesmo ocorrendo com o investimento das empresas (uma parte é importação de bens de capital). Estoque é a produção não-consumida, podendo ser matérias-primas não utilizadas, (...) produtos semi-acabados e produtos acabados não vendidosEstão incluídas na FBCF a aquisição de construção e ampliação de instalações.

115 - É importante observar, que nesse enfoque, o valor dos bens intermediários está incluído no valor dos bens finais transacionados no mercado.

116 - O investimento bruto nem sempre é suficiente para ampliar ou até repor o estoque de capital (OBS: esse “estoque” não é o mesmo “estoque” do ponto 114 acima) de uma economia, pois sempre ocorre desgaste e depreciação. Daí se falar em “investimento líquido”. 



117 - Bem importante esse meio de unificar as “óticas”: Na realidade, a produção raramente coincide com os gastos efetivamente realizados pela comunidade. As decisões sobre as quantidades a serem produzidas dependem, no capitalismo, das expectativas dos empresários quanto à demanda pelos seus produtos e as previsões dificilmente são corretas. Assim, a variação de estoque constitui a variável de ajuste para a obtenção de igualdade entre produto e despesa global. A variação de estoque, que assegura a identidade entre o produto, a renda e a despesa

118 - Umas exceções malucas nessas regras todas. Observe-se que a distinção entre consumo, investimento e despesas do governo baseia-se na categoria do comprador e não no tipo de produto. Uma geladeira comprada por uma família é incluída no consumo; se adquirida por um empresa, constitui investimento, ou formação bruta de capital fixo; se o comprador é o governo, constitui gasto do governo. O investimento em novas construções é uma exceção, pois é considerado como investimento qualquer que seja o agente que o realiza.

119 - Exportações “líquidas” são as brutas menos as importações.

120 - Enfim… As três identidades:



121 - Na realidade, o PIB é a produção interna do país, enquanto o PNB refere-se à produção realizada por nacionais. A diferença entre os dois é a renda líquida enviada ao exterior (RLE), a qual refere-se à remuneração de fatores externos ao país (remessas de lucros, royalties, juros etc.). (...) Como o Brasil é receptor de capitais internacionais (tanto de risco como de empréstimo), o PNB é menor que o PIB, isto é, a renda líquida enviada ao exterior é positiva. Em países como o Japão, por exemplo, verifica-se o contrário, já que são exportadores de capital e, portanto, recebem juros e remessas de lucros. Nesses casos, o PNB é maior que o PIB.

(continua...)

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