Econ - Cristina e Fernanda - O Desenvolvimento Comparado das Colônias Temperadas Inglesas Entre 1850 e 1930 (CCE) I

 

Cristina e Fernanda - O Desenvolvimento Comparado das Colônias Temperadas Inglesas Entre 1850 e 1930:

74 - Conforme bem observa Fiori (1999), a forma de subordinação e integração colonial entre a Inglaterra e seus domínios formais e a Argentina - domínio informal - consistia, basicamente em pesado investimento em troca de produtos agropecuários necessários e complementares à economia inglesa. Estes países, no início do século XX, estavam entre as sociedades com maior nível de renda per capita do mundo, conforme mostra o gráfico 1. (ficou horrível e mal dá pra ver isso).

75 - Os colonos anglo-saxões tinham que comprar as terras da Coroa Inglesa. Esta configuração da propriedade da terra resultou em um modelo muito menos concentrado na grande propriedade do que na Argentina, onde a ocupação durante a fase colonial resultara em uma distribuição desigual das terras, em geral não comercializadas.

76 - A Austrália apenas recebeu este nome após o Commonwealth em 1901. Até então, eram seis colônias autônomas entre si - New South Wales, Tasmania, Victoria, South Austrália , Western Austrália e Northern Austrália -, mas subordinadas à Coroa inglesa. As regiões Sul e Sudeste, de clima mais temperado, tornaram-se o celeiro do país. Desenvolveu-se principalmente a pecuária ovina e plantação de trigo. Estes produtos atendiam à demanda interna plenamente e o excedente era exportado. Os usos derivados, como farinha, tecido, manteiga, cerveja, fomentaram a produção manufatureira. Estas áreas abrigaram e até hoje abrigam a maior parte da população da ilha.

77 - … Meio mal explicado, mas… A atuação do governo colaborou para a afirmação do modelo de crescimento conduzido por exportação primária (lã, trigo e carne), manutenção de alto nível de salários e monopólio estatal em transporte e comunicação.

78 - Em 1866 a industrialização nas colônias começou a crescer. Shaw (1944) afirma que o governo protegeu a indústria infante - notadamente a de produtos derivados agrícolas e de consumo diário - colocando tarifas de 10% aos importados (materiais de imprensa, ferro, cerveja, manteiga, farinha, têxteis, calçados), que em 1877 foram elevadas para 30 a 40%.

79 - Leis eram favoráveis à pequena propriedade e havia poucos grandes.

80 - A descoberta do ouro na segunda metade do século XX (XIX?) aumentou a imigração livre não assistida de ingleses e de chineses também. Por este motivo, não só a população cresceu, mas também o índice de urbanização. Além de promover uma “marcha para o oeste”, a economia aurífera incentivou a expansão do mercado interno, provocou aumento de preços, de produção agrícola e de manufaturas, também ampliou a produção de carvão e a exportação de minérios, intensificou comércio e provisão de serviços públicos.

81 - A economia do ouro aumentou o poder político dos trabalhadores, que exerciam pressão política real desde 1840. O nível de emprego sempre foi historicamente alto e os salários cresciam a taxas estáveis. Os governos coloniais passaram a regular a base mínima de salários e reajustes a partir de 1870.

82 - Dois terços da FBCF foi feito com capital inglês. A terça parte da formação de capital restante provinha de exportações, cujas vendas entre 1861 e 1890 eram cerca de 75% para a Inglaterra. A Austrália possuía alta propensão a importar, mais ou menos na mesma ordem de valor das exportações. O Estado e a iniciativa privada tiveram pesos semelhantes na formação de capital bruto. A formação bruta de capital concentrou-se em ferrovias e máquinas agrícolas, o que contribuiu para a expansão da demanda doméstica.

83 - Segundo Wright (2003), após a federalização das colônias a indústria manufatureira acelerou bastante. Na primeira década do século XX, o investimento na indústria secundária mais do que dobrou e em 1914 o valor da produção industrial já rivalizava com o do setor rural. Durante a Primeira Guerra, o capital do setor minério extrativista buscou diversificação investindo em indústrias pesadas estratégicas, como siderurgia e metalurgia.

84 - A crise que resultou na independência (federalização) foi pelo fim do século XIX e gerou queda do emprego. A trajetória de crescimento da Austrália entre 1870 e 1913 foi crescente e sustentada, mas não acelerada. No período, o PIB per capita aumentou 0,9% ao ano (Maddison, 1995).

85 - Os anos da década de vinte foram prósperos, principalmente por causa do reaquecimento das exportações de matérias-primas e commodities e das políticas internas de incentivo à indústria. (...) Shaw (1944) afirma que a depressão de trinta assemelhou-se bastante com a dos anos de 1890: queda da entrada de capitais, queda de preços e de salários

86 - Entre 29 e 38 porém o PIB e a indústria cresceram bastante. Mesmo a produtividade cresceu 3% ao ano. 1939: Além disso, o governo garantia os serviços sociais, notadamente, o sistema de seguros, educação, saúde e habitação. A tributação direta representava 16% do PIB, menos do que em outros países avançados no mesmo período (EUA = 23%, Inglaterra = 25%, França = 26% e Itália = 31%).

(continua...)

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