Econ - Agenor Castoldi - Texto III
Agenor Castoldi - Texto 3 - Formação dos Preços:
80 - Texto foi extraído e adaptado do “Aprender Economia” de Paul Singer.
81 - Monopólios naturais são exceções:
82 - Mercadorias elásticas aos preços: se a demanda aumenta, a produção se expande na mesma medida, ao que entendi. Ex: indústria automobilística. Os serviços e a maior parte das indústrias são assim, afirma. Nos elásticos, o preço é o custo de produção mais margem de lucro.
83 - Mercadoria inelástica aos preços: produtos agrícolas. Dependem da colheita mais do que de demanda ou algo do tipo. Petróleo é outro exemplo. Aqui é o comprador quem vai determinar o preço. Digamos assim. A oferta é a máxima que os produtores conseguem, logo, o preço vai depender basicamente da demanda. Há variações bruscas nos preços devido aos choques de oferta (seca geada etc.) que independem do custo de produção. Torna-se um mercado muito mais especulativo.
84 - Estoques reguladores são o que podem tornar mais elásticas aos preços essas “mercadorias inelásticas”. Geralmente isso não acontece muito, porém, afirma. Dependeriam de acordos internacionais esses estoques (não explica muito).
85 - Coloca que o preço político é uma exceção muito presente no caso do petróleo. A OPEP, como grande cartel, meio que determina a coisa, mesmo havendo custos de produção muito diferentes entre cada país produtor e exportador.
86 - Os produtos podem ser padronizados ou não-padronizados. Os primeiros não dependem de “marcas”. Sua composição é padrão. Geralmente são matérias-primas. Aço, laranja etc. São o mesmo seja lá onde e como tiver sido produzido. Geralmente dão origem a mercados oligopsônicos (ou até monopsônico). Há muitos vendedores e poucos compradores. Contrário do oligopólio, portanto. Uma indústria que faz a fase seguinte de adição de valor a matéria-prima (indústria do extrato de tomate, por exemplo) é um bom exemplo. Tende, o comprador, a fixar o preço que os vários vendedores competirão entre si para ofertar.
87 - Mais detalhes:
88 - … Afirma que, como são vários vendedores para um ou pouco compradores, mesmo melhorias na produtividade agrícola acabam servindo para o preço se tornar mais barato e não para aumentar a margem de lucro do camponês. A alta competição não permite o contrário.
89 - Os “não-padronizados” geralmente são os bens de consumo individual. A marca gera um mercado artificial para o produto. É como se fosse um produto diferente agora. Preço alto e margem de lucro elevado quanto menos a competição conseguir reproduzir. Depois, a incrementação de um produto (valor agregado) vai criando um público rico que não se importa muito de pagar “um real” a mais por um “gilete” um pouco melhor, seja lá o custo benefício disso.
90 - Produtos elásticos padronizados têm, via de regra, mark-up reduzido porque a concorrência que se estabelece entre os vendedores é do tipo “preço e qualidade” o que significa que os compradores vão dar preferência a quem vender produtos de boa qualidade pelo menor preço. O tamanho (alto ou baixo) do mark-up dependerá fundamentalmente porém de se há oligopólio (alto) ou oligopsônio (baixo). (Mark up é meio que o lucro. É a venda menos os custos de produção. Só que não inclui os custos com marketing e P & D, ao que entendi de Singer/Castoldi).
91 - Os “elásticos não-padronizados” geralmente estão em “oligopólio”, ou seja, “mark up” geralmente elevado. Porém…: A elevada receita decorrente destes mark-ups tem de ser gasta, em parte, para proteger este semi monopólio de outros concorrentes monopolísticos, mediante dispêndios com publicidade, desenvolvimento de novos produtos etc. Desta maneira, os oligopsônicos que operam assim não usufruem, necessariamente, de taxas de lucro maiores do que os que se dedicam à fabricação de produtos padronizados.
92 - Nos inelásticos, a oferta está sujeita a variações de força maior e a demanda é meio que “constante”. Oferta inelástica. Por isso, o preço pode variar tão brutalmente (a OPEP cria variações artificiais da oferta e faz o chamado preço político quando quer). Quando o preço cai muito - lembro aqui a briga recente (2020) entre Rússia e Arábia na OPEP -, os produtores podem ter até prejuízo. Quando é o inverso, o consumidor se dá mal.
93 - Por que uma indústria não deve temer utilizar ao máximo, o tempo todo ou quase isso, o seu maquinário (mesmo se for pagar adicional noturno ou de hora extra): “...a depreciação do maquinário tende a ser mais acelerada do que o seu desgaste físico. Hoje em dia, na indústria, o progresso técnico é tão rápido que as máquinas são sucateadas antes que elas estejam desgastadas por inteiro.”.
94 - … É importante, assim, maximizar a eficiência dos custos fixos (aluguel, máquina, contador etc.): quanto mais aceleradamente você desgastar a máquina, melhor; o fenômeno chamado “ ganhos de escala” é dos mais importantes na indústria, e a estratégia decorrente é precisamente atingir um alto grau de utilização da capacidade, para minimizar os custos.
95 - O dono vende a mercadoria por um preço muito superior ao que pagou como salários e demais custos. Então, ele se apropria de toda a mais-valia, isto é, de todo excedente, que, no entanto, não fica só com ele: uma parte vai ser paga como imposto ao governo, outra parte vai ser paga como juros ao capitalista financeiro, ao banqueiro, outra parte vai ser paga como renda do prédio em que a fábrica está instalada etc. Então,.o que sobra para o capitalista industrial é o chamado “ lucro líquido”. Mais-valia é igual ao lucro bruto, ou seja, a soma de todos os rendimentos que não são salários.
96 - Singer faz uma interessante observação sobre a relação entre preços dos produtos inelásticos e a teoria do “valor-trabalho”: Como vimos acima, é claro que, a longo prazo, a receita proporcionada pela venda de produtos agrícolas ou extrativos tem de, pelo menos, cobrir os custos de produção e o pagamento de impostos, juros e renda da terra. E, no caso de a produção ser capitalista, ela teria de proporcionar a taxa média de lucro. Acontece que, devido à variação do volume produzido e à sua inelasticidade a curto prazo, os preços soem se afastar consideravelmente dessa média, que seria o “ preço de produção” , de modo que a validade da teoria do valor-trabalho para explicá-los é, de fato, muito pequena.
Por fim, um anexo:
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