Libertários - Textos Diversos XIV
Henrique T. Novaes (PP) - O Socialismo Autogestionário é Possível, Necessário e Urgente:
264 - (A meu ver, o texto quer falar de tudo em poucas linhas. Acaba se aprofundando em quase nada. Fica interessante quando começa a trazer fatos, embora estes não sejam grande novidade)
265 - Não deixa de ser importante destacar o caso de uma fábrica recuperada argentina onde eles criaram um fundo para melhorar o “salário” (retirada) dos trabalhadores que tinham maiores gastos com filhos. Isso nos lembra o princípio da “igualdade substantiva” desenvolvido por Mészáros a partir dos escritos de Marx e Babeuf. Igualdade de trabalhos e prazeres. Enfim… é o “de cada um… a cada um...”
266 - Parte das fábricas ocupadas/recuperadas têm contratado terceirizados. Outras insistem que esses sejam cooperados. Algumas incluem rodízio e revogabilidade dos cargos.
Izabel Christina Friche Passos - A Autonomia em Castoriadis:
267 - Texto de 2006. Atribui a Freud uma revolução (copernicana) na subjetividade. Teria sido quem descobriu que o ser humano não é inteiramente racional e que o inconsciente está sempre guiando ou desviando a pessoa, digamos assim.
268 - A proposta de leitura da psicanálise feita por Castoriadis implica, como se sabe, certas discordâncias com outras leituras possíveis, especialmente, com uma das mais respeitadas no meio: a lacaniana.
269 - O que é o “mal-estar” do sujeito na cultura (em Freud): A vida dita civilizada impõe uma diferenciação, constitutiva do sujeito humano, entre um domínio do que podemos identificar como o real psíquico (constituído pelo inconsciente e pelas pulsões), e o domínio das representações ou significações sociais e subjetivas. O homem só passa do “real psíquico” para esse domínio sócio-histórico através do reconhecimento do outro e de uma ordem.
270 - A partir da capacidade de criação absoluta decorrente de uma imaginação radical, o homem cria aquilo mesmo que vai operar um estancamento no fluxo representativo-pulsional originário e característico da mônada psíquica alógica, amoral, louca. Este ponto de estancamento do fluxo representativo-pulsional, através da criação de um mundo imaginário representacional-afetivo-intencional, é dado pelas instituições sociais, também elas criações humanas (que dão ordem e sentido ao mundo).
271 - O sujeito, pela própria existência da linguagem, é vir a ser, como já dizia Heidegger. Aquele que se faz uma história, numa história. Portanto, um ser cuja essencialidade não é substancial, mas produção/produto incessante de significações imaginárias.
272 - Não está autorizado, em Castoriadis, entender a linguagem e/ou representações/significações como mero engodo (como parece querer Lacan): “nenhum espelho e nenhum instrumento óptico jamais produziram ilusões e engodos; eles produzem transformações reguladas de um observável a um outro observável”. Algumas delas, as heterônomas, podem ser, mas não todas. O que todas são é imaginárias, de fato, mas não ilusões.
273 - … Por em suspeição as representações egóicas e a crença inabalável no discurso racional consciente não significa transferir 100% da verdade para o inconsciente, o que seria transformar o ser humano mero efeito de determinações que lhe escapam. Logo, a verdade está sempre por ser reconstruída, re-significada.
274 - … Tal reconstrução vem graças à capacidade auto-reflexiva do sujeito, capaz sim de escapar às “determinações” do inconsciente, digamos assim. O que funda a psicanálise, diz Castoriadis, “é o julgamento (com certeza falível) do analista de que uma transformação essencial do sujeito é possível” (1987, p.40), do contrário, a psicanálise não passaria de mais uma mera teorização psicológica ou uma pseudofilosofia.
275 - Afirma que o próprio Lacan via essa possibilidade de reconstrução, de criação. Afirmava que o homem era capaz de modificar suas determinações inclusive.
276 - (Achei muito bom o texto. Tapa nos “deterministas”, digamos assim.)
Comentários
Postar um comentário