Libertários - Textos Diversos II

 

Autonomia Operária e Autonomia dos Proletários:

13 - È um conjunto de pequenos textos de autonomistas e organizações do tipo. Tem 27 págs.

14 - Defende fugir ao controle inclusive dos que se dizem socialistas ou comunistas. Os proletários teriam dado mostras dessa intenção em diversos momentos históricos: “Começando em 1811, na Inglaterra, com o movimento luddista, primeira e grande expressão da autonomia operária (...) e, no século vinte, com as revoluções russas (enquanto duraram...) até 1968. Nestas experiências, o proletariado superou o limitado âmbito das reivindicações econômico-políticas”.

15 - Nesse sentido, um dos textos defende que criar partido é burocratizar a autonomia. (Isso porque alguns grupos autonomistas ainda viam utilidades nos partidos)

16 - A respeito das assembleias, regra que consideram justa: “As minorias são livres para não encaminhar uma deliberação com a qual não concordem, desde que não impeçam o encaminhamento decidido”.

17 - Defendem rotação nas comissões.

18 - A função dos órgãos gerais (comitês de coordenação, comissões específicas, etc.) é coletar informações e difundi-las no conjunto da rede, de modo a que todos possam, quando necessário, discutir e tomar decisões com pleno conhecimento de causa. Assim, subvertemos o esquema autoritário vigente, no qual as informações sobem e as decisões descem.

19 - São contra a divisão em sindicatos e partidos ou mesmo qualquer separação entre luta econômica e político. Só serve, isso tudo, para criar cisões na classe. “Somos pela luta contínua (isto é, não só pelas campanhas salariais, por melhores condições de trabalho, etc.) e pela ação direta como única forma de intervenção massiva dos trabalhadores (greves, sabotagem, piquetes, ocupações e autodefesa). “.

20 - Um texto diz que a tarefa do revolucionário é resgatar a memória histórica da classe operária, trazendo sua “espontaneidade combativa”.

21 - Divisão do trabalho na esquerda… “Aos intelectuais caberia, então, a tarefa de analisar a realidade e elaborar os programas, a estratégia e a tática revolucionárias”.

22 - A autonomia operária (conselhos) ocorreu também em 1918, na Alemanha.

23 - A luta de classes está nas relações de produção e nas relações sociais em geral. A luta no parlamento é mera politicagem.

24 - Antes, um operário só, parando, podia comprometer toda a cadeia de produção. Por aqui irá o novo tipo de intervenção em empresas e ramos de produção (centrais eletronucleares, cibernética, eletrônica) que não precisam necessariamente do operário-massa como um motor fundamental.

25 - Propõe não solucionar a crise. Partir para o enfrentamento mesmo. Rechaçar a submissão às leis da economia.

26 - Um texto fala brevemente de uma experiência no movimento operário espanhol entre 60 e 70 que tinha a seguinte tática: “A segunda fase do desenvolvimento dessa corrente, que seria qualificada desdenhosamente pelo PSUC e o FOC como sindicalista ou anarco-sindicalista, consistiu em organizar alguns círculos de formação operária. Sua intenção era muito clara: com os círculos, nós trabalhadores iremos ter os elementos técnicos (teóricos e práticos) necessários para estar em condições de poder dirigir nossa própria luta, sem ter que recorrer a grupelhos de especialistas, que nos fariam pagar um preço muito alto por “seus serviços” - dirigindo-nos.”

27 - Os autonomistas costumam enxergar inúmeros sujeitos revolucionários. Do clássico operário a todo novo (ou antigo) marginalizado. Com os marxistas, a coisa é mais fechada.

28 - Termina com o texto “A Luta Autônoma” de Lúcia Barreto Bruno, do “O que é autonomia operária”. Segundo a mesma, a força de trabalho é a única mercadoria cujo valor se estabelece através de uma luta social. Já em 1985, apontava algo que muito leio nos textos de JB: essa luta não pode deixar de existir, afinal, “É a partir daí que se dá o assalariamento produtivo, e dessa luta resulta o aumento da produtividade e da intensidade do trabalho.

29 - Afirma que uma luta proletária efetiva não se dá pelo meio sindical hoje em dia. Geralmente se dá por comitês de fábrica e comissões de greve. São conselhos operários, lugares em que a base prevalece sobre os dirigentes. E o que são os sindicatos no capitalismo? São um “organismo especializado que planifica para o capitalismo os aumentos que este necessita para a expansão do mercado de consumo particular”.

30 - Se criamos instituições através das quais podemos decidir em conjunto sobre todos os aspectos da vida social, eliminamos aqueles que sempre decidiram por nós: os políticos profissionais, que detém o controle das decisões.

31 - Concessões à representação: “Esses elementos permanecem como representantes, no máximo, até o tempo de executarem as tarefas, eles não têm como se reproduzir em nova classe dominante. (...) Os representantes permanecem na produção e os seus atos podem ser controlados a cada momento.”

32 - As organizações autônomas podem se burocratizar. Tudo vai depender da comissão saber envolver todos, distribuir tarefas. Ou seja, só podem existir em momentos de luta direta e conjunta de todos os interessados.

33 - O caráter subversivo das organizações operárias reside no controle que o conjunto dos interessados tem sobre a ação daqueles que foram eleitos como seus porta-vozes.

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