Anarquistas - Textos Diversos XLI
Nicolas Walter - Ação Anarquista:
839 - (Em verdade este texto é uma das partes finais do livro que vem a seguir). Pois bem… Ação direta não se resume a propaganda através da ação.
840 - Acusa vários terroristas de serem niilistas. Gente com ódio devido à indiferença e oposição às suas ideias minoritárias. (Sei não… Seriam anarquistas esses terroristas ? Acho que o terrorismo anarquista, não que eu concordo com ele, era algo mais que uma vingança pela rejeição…)
841 - Afirma que há anarquistas, já sem esperanças de vitória, que adotam o “protesto permanente”. Agitação e ação direta sem muita direção ou horizonte… (Parece algo meio melancólico)
842 - Crê que os anarquistas geralmente só são eficientes quando se aliam a movimentos não-anarquistas. O objetivo seria mantê-los no horizonte da sociedade libertária e insistir que os meios determinam os fins. Cita como exemplo desse tipo de articulação o Zengakuren (Japão).
Nicolas Walter - Do Anarquismo:
843 - Na verdade, é um pequeno livro, mas vou ler logo. É de 1969. Segundo a apresentação do próprio autor, trata-se do ano em que o movimento anarquista completou cem anos. A referência, no caso, é a entrada dos bakuninistas na AIT.
844 - Se todos os homens são de tal maneira maus que devam ser governados por outrem, dizem eles, quem é então suficientemente bom para governar os outros?
845 - Não é que o anarquismo de Walter acredite que todas as funções estatais são inúteis. A questão é a seguinte: as funções úteis do Estado podem ser exercidas, e foram-no freqüentemente, por associações voluntárias.
846 - Anarquismo e propriedade, segundo o livro. “Se eu tiver um pedaço de pão e se tu tiveres fome, ele é teu, não meu. Se eu tiver um casaco e se tu tiveres frio, ele pertence-te. Se eu tiver uma casa e se tu não tiveres, tens o direito de utilizar pelo menos um dos meus quartos”.
847 - Diz que a propriedade depende da autoridade. Para que a primeira deixasse de existir, bastaria que a segunda deixasse de ser respeitada pelos/as trabalhadores/as.
848 - A maioria dos anarquistas opõe-se a toda a violência, exceto àquela que é verdadeiramente inevitável.
849 - Crê que a unidade básica da sociedade é o indivíduo. Não existe vontade geral ou norma social a que este deve se submeter. (acho que esse debate precisa ser mais concreto. Palavras bonitas ao vento não ajudam).
850 - Godwin era um individualista. Afirma que Stirner aceitava, no máximo, uma união de egoístas. Que ninguém viesse falar em justiça, moralidade, dever ou razão… Walter acha isso meio niilista. É a interpretação que ele dá de Stirner.
851 - Mutualismo é meio que cooperativas sem hierarquias ou administradores. No plano mais geográfico do que econômico, o mutualismo torna-se federalismo. Conselhos regionais com delegados revogáveis e sem poder.
852 - “O “a cada um…”: As personalidades marcantes do movimento anarquista do fim do século XIX e do começo do século XX como Kropotkine, Malatesta, Réclus, Grave, Faure, Goldman, Berkman, Rocker, etc. eram comunistas.
853 - Início do anarcossindicalismo: “Quando o movimento unionista (sindical) francês se cindiu em seções revolucionárias e seções reformistas, nos anos 1890, os sindicalistas revolucionários tiveram a maioria e numerosos anarquistas juntaram-se a eles.”
854 - Haverá associações de trabalho indo da oficina ou da pequena empresa aos maiores complexos industriais ou agrícolas, que se ocuparão da produção e do transporte dos bens, decidirão das condições de trabalho e farão funcionar a economia. Haverá associações regionais indo do lugarejo ou da aldeia às maiores unidades de residência, que se ocuparão da vida da comunidade habitação, ruas, saneamento, conforto. Haverá associações que se ocuparão dos aspectos sociais das atividades, como as comunicações, a cultura, os tempos livres, a pesquisa científica, a saúde e a educação.
855 - Prevê que algumas associações irão querer utilizar dinheiro para mediar trocas e outras não. Diz que isso não é absurdo. Hoje mesmo há inúmeros serviços pagos e outros gratuitos (geralmente estatais).
856 - … Acredita que, para tanto, ainda existirão impostos ou, melhor dizendo, contribuições voluntárias e diferenciadas.
857 - Na nova organização do trabalho propõe “em primeiro lugar, seja normal que cada pessoa capaz faça a sua parte e que não passe nisso mais do que escassas horas por dia; em segundo lugar, que seja facultada a cada um a possibilidade de alternar entre diferentes tipos de trabalhos aborrecidos, os quais pela sua variedade perderão um pouco do caracter aborrecido.”
858 - Para a delinquencia, propõe o sistema educativo ou curativo. Em último caso, boicote ou expulsão.
859 - Poderão existir sociedades baseadas em outros princípios, diz. Até autoritárias, desde que não cometam qualquer tipo de agressão externa. (aqui ele me parece flertar, um pouco, com alguma coisa da panarquia)
860 - Contra a ética do trabalho, o tradutor lembra, além de Auschwitz, Staline com as mãos cheias de medalhas para os «heróis do trabalho».
861 - Mais uma nota de rodapé do tradutor: “a Revolução Espanhola de 1936 pôs todos os presos na rua, nas zonas controladas pelos revolucionários . A famosa «Coluna de Ferro», que tão bem se bateu contra fascistas e stalinistas e tanto resistiu contra a militarização das milícias, que tanto tempo esteve na vanguarda do combate real e não na retaguarda das sinecuras e das prebendas, era constituída em parte por ex-presos comuns do presidio de San Miguel de los Reyes.”
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