Libertários - Textos Diversos IV

 

Cajo Brendel - O Comunismo de Conselhos e a Crítica do Bolchevismo:

46 - Texto de 1999. Os conselhistas previram, em escritos da década de 20, antes do terror stalinista, que uma direção central que detivesse os meios de produção em nome do povo teria totais poderes para reprimir quem pensasse diferente. Disseram que isso em vez de comunismo iria resultar num presídio. Brendel até destacou o trecho e é perfeito mesmo. Ele adicionou o seguinte comentário próprio: “Não havia qualquer evento político que provocasse essa crítica da sociedade soviética; essa crítica surgiu de uma análise econômica

47 - Pannekoek, Ruhle, Gorter, Schroder e o jovem Paul Mattick. Os mais conhecidos.

48 - Os conselhistas não colocavam o partido como elemento essencial da revolução. Era uma crítica não a Stálin, mas ao bolchevismo em geral. “O que o movimento comunista de conselhos entendia por comunismo era algo completamente diferente daquele sistema”. Se antes da década de 30, alguns conselhistas ainda defendiam um partido totalmente diferente, com objetivos realmente revolucionários, depois passaram a rejeitar até essa ideia.

 

César Enrique Pineda Ramírez - Cinco Sonhos do Zapatismo:

49 - Fevereiro de 2005. De ativista e universitário. O zapatismo, segundo o texto, diz que o poder e alguém “nele” é inevitável. O crucial seria que quem for “mandar” deve “mandar obedecendo”.

50 - Critica, porém, a estratégia “estadocêntrica”. A ideia de que as coisas só poderiam realmente começar a mudar após a tomada do Estado.

51 - Somar e não rachar. Construir e não destruir. Convencer e não vencer. Representar e não suplantar. Fala em marco ético. Dá pouca pista das regras concretas para tanto.

 

Claudio Nascimento - A Auto-Gestão e o 'Novo Cooperativismo':

52 - Texto de maio de 2004.

53 - A corrente autogestionária socialista tem uma experiência histórica que é a da própria história das lutas dos trabalhadores. E.P.Thompson , em sua “Formação da Classe Operária Inglesa”, remarca que ”em fevereiro de 1819, os operários ingleses do tabaco, após onze meses de greve, começaram a organizar a produção por sua própria conta”. Cita vários outros exemplos, inclusive os falanstérios, talvez o mais famoso deles.

54 - O texto afirma que houve autogestão na Iugoslávia a partir de 50... Sei não…

55 - (Não toca em vários aspectos espinhosos. Texto meio superficial, a meu ver)

 

Claudio Nascimento - As Trocas Diretas e Solidárias da Economia Quilombola:

56 - Dos grandes mocambos de Palmares, na Capitania de Pernambuco, no século XVII, sabe-se que plantavam milho e que colhiam duas vezes por ano, além de batata-doce, mandioca, banana e cana-de-açúcar.

57 - Passaram a produzir outros itens com o tempo - algodão, castanha… os quilombolas trocavam produtos de suas roças por pólvora, armas de fogo e aguardente

58 - O abandono temporário de acampamentos e lavouras, quando atacados, e o posterior retorno ou ocupação de outro sítio faziam parte de táticas de guerrilha difundidas entre os quilombolas.

59 - Palmares resistiu a expedições portuguesas e holandesas.

60 - Benjamin Perét afirmou que o primeiro período de Palmares era marcado por intensa solidariedade e antiautoritarismo. Isso até as primeiras expedições holandesas. Ou seja, não havia Estado e nem diferenciação social… Eram comunas quilombolas.

61 - Uma expedição ocorrida em novembro de 1675, assinalava Palmares como “uma grande cidade de mais de 2.000 casas, fortificadas de palhiçadas. O quilombo foi ficando três vezes maior e com uma superfície do tamanho da Bélgica. Para defender tudo isso (e as vilas) contra as expedições, no mínimo um Estado militar tinha que se formar.

62 - Mesmo quando Zumbi ganhou poderes absolutos, eram mais poderes militares que qualquer outra coisa.

63 - Há poucos dados econômicos.

64 - Perét e a escravidão lá: “Se é impossível fixar uma data para o estabelecimento da escravidão nos Palmares, nada indica que ela tenha existido antes que os Brancos tenham feito as expedições de uma certa envergadura contra os fugitivos. Foi no momento em que os Negros se viram na obrigação de enfrentar uma dupla tarefa – a defesa dos Palmares e da agricultura -, que eles recorreram ao trabalho servil.”

65 - Torna-se necessário capturar escravo para cultivar a terra enquanto se direciona as energias ao combate militar. A outra opção era morrer de fome.

66 - Não chegaram a formular pleito pela libertação total dos escravos. O interesse era mesmo sobreviver e garantir o que se conseguiu.

67 - Por fim, afirma que comparável a “Conselheiro”, só Zapata...

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