Anarquistas - Textos Diversos XL


Milton Lopes - Proudhon e Sua Contribuição ao Brasil:

814 - Operário, tipógrafo e autodidata. “O que é a propriedade” é de 1840.

815 - Em 1848 Proudhon, no contexto da revolução proletária de fevereiro de 1848 na França, esmagada em junho pela reação burguesa, foi eleito deputado à Assembléia Constituinte, tendo apresentado um único projeto antes de renunciar ao mandato. Tal projeto previa o fim da propriedade e foi apresentado por Proudhon através de um discurso em que expunha a oposição entre operários e burgueses. Em 1849 Proudhon tenta organizar um Banco do Povo, sem sucesso.

816 - Efetivamente, na década de 1840 os brasileiros já liam as obras de Proudhon e outros teóricos socialistas franceses, tentando aplicar suas idéias à realidade brasileira. Um dos ideólogos da Revolução Praieira (Pernambuco) era um desses leitores.

817 - Da mesma época: "Vauthier, em seu diário, admira-se com a grande quantidade de livros socialistas franceses à venda em livrarias do Recife quando de sua estada naquela cidade".

818 - Machado de Assis cita lateralmente Proudhon em dois artigos do ano de 1878. Em 1896 a mesma coisa.

819 - Afirma que Euclides da Cunha teve uma fase proudhoniana/anarquista. 1889, por aí. Raul Pompéia também

820 - Periódicos operários (não necessariamente socialistas) de 1894 também mencionavam o filósofo: “...como o jornal Voz Operária, de Salvador, que em sua edição de 6 de maio de 1894 exalta as idéias do filósofo anarquista francês, dentre outros teóricos socialistas”.

821 - Influenciou muitos anticlericais. E suas concepções estavam em jornais de boa parte dos movimentos operários brasileiros do início do século XX, inclusive a diretriz de acabar com o Estado e a propriedade.

822 - Enfim, o texto é uma coletânea da influência das ideias de Proudhon. Sem muitas pretensões…

 

Murray Bookchin - Textos:

823 - São 37 páginas de textos de Bookchin… Vamos lá...

824 - Uma de suas críticas a nossa sociedade é esta aqui: “Separa o engenheiro da terra, o pensador da espada, o fazendeiro da fábrica, gera um grau de superespecialização, onde os especialistas assumem um perigoso controle da sociedade.”

825 - Sua preocupação ecológica tem a ver com a biodiversidade e capacidade evolutiva dos animais: “o homem está restaurando a biosfera a um estágio que só é capaz de manter formas simples de vida, e incapaz de manter o próprio homem”.

826 - Aprofunda: “Manipular de tato o ecossistema pressupõe uma enorme descentralização da agricultura. Onde for possível, a agricultura industrial deve ceder lugar à agricultura doméstica. Sem abandonar os ganhos da agricultura em larga escala e da mecanização, deve-se, contudo, cultivar a terra como se fosse um Jardim.” Como? Não sei.

827 - Afirma que o cenário ecológico, com aquecimento do planeta, deflorestamento, chuva ácida e poluição das águas e do ar, é catrastrófico e pode comprometer a existência humana.

828 - Critica a “falsa ecologia”, digamos assim. “A fome e a carestia não são causadas, diz-se, pelos negócios agrários, pelo saque levado a cabo pelas grandes empresas, pelas rivalidades imperialistas, pelas guerras civis nacionalistas, mas têm a sua origem na superpopulação. Deste modo o problema econômico é completamente esvaziado de conteúdo social e reduzido à interação mítica das forças naturais, freqüentemente com forte carga racista de pendor fascistizante”.

829 - Por tudo isso, crê que apenas o anarquismo, o municipalismo libertário, pode resolver o problema ecológico. O homem não deve dominar nem a natureza nem “o próximo”, digamos.

830 - Havia, durante muito tempo, uma distinção entre cidade (civitas, a organização dos cidadãos livres) e urbe (o lado físico da cidade, o conjunto de ruas, praças, prédios…). Cidade acabou se resumindo a “urbe”. Isso mostra o declínio da ideia original, da cidadania. A política se restringiu a eleições. Nada de assembleias e/ou autogestão.

831 - É radicalmente contra delegações. “A delegação deturpou a comuna de Paris de 1871, os sovietes e, mais geralmente, os sistemas republicanos em nível municipal e nacional.” (...) “A supremacia da assembléia sobre os órgãos administrativos é a única garantia da supremacia do cidadão sobre o estado”.

832 - É curioso que muitos anarquistas que se entusiasmam com qualquer chácara coletivizada no contexto de uma economia burguesa encare com desgosto uma ação política municipal que comporte qualquer tipo de eleições, mesmo se estruturadas em assembléias de bairro e com mandatos revogáveis, radicalmente democráticos.

833 - (Os textos são bem parecidos. Maioria traçando cenários aterradores de degradação ambiental do planeta. Apesar de não trazer qualquer dado, estatística ou mesmo projeção. Enfim, talvez eu esteja perdendo meu tempo aqui. Ao menos é um bom apanhado de formas variadas de destruição do planeta)

834 - Acha complicada a tese do superpovoamento como culpado. Afinal, o consumo de recursos do planeta é amplamente desigual. É apenas uma minoria que consome num nível que ele julga insuportável...

835 - Acha que “ou vai ou racha”: Mais tarde ou mais cedo a proliferação descuidada de seres humanos terá de ser detida, mas, ou o controle populacional terá de ser feito por meio de "controles sociais" (métodos autoritários ou racistas e, no fim, ser um genocídio sistemático), ou por uma sociedade libertária, ecologicamente orientada (uma sociedade que desenvolva um novo equilíbrio com a natureza fora da veneração pela vida).

836 - Primeiro, foi a mulher que passou a ser vista como mero recurso para o deleite do homem, depois a natureza. Depois, tudo passou a ser mero recurso a ser utilizado em nome de certa ética: “Contida na "ética do trabalho", na moralidade baseada na recusa e na renúncia, num modo de comportamento baseado na sublimação dos desejos eróticos e noutros aspectos mundanos (sejam eles Europeus ou Asiáticos), os escravos, servos, trabalhadores e metade das mulheres da humanidade foram ensinadas a vigiarem-se a si próprios, a talharem as suas próprias cadeias, a fechar as portas das suas prisões)”

837 - A administração dos humanos deve ser substituída pela administração das coisas. A revolução que pretendemos deve envolver não só as instituições políticas e as relações econômicas, mas também a consciência, o estilo de vida, os desejos eróticos e a nossa interpretação do significado da vida.

838 - O último texto é cópia do terceiro.

 

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