Anarquistas - Textos Diversos XLVIII
Teses Para a Abolição do Trabalho:
983 - Panfleto de propaganda de uma organização conselhista de 1970.
Thrall - Anarco-Comunismo (Didaticamente):
984 - É o tudo pertence a todos.
985 - Qualquer um deveria avaliar as suas necessidades e tomar livremente do armazém comum, qualquer coisa que precisasse. Se houver escassez, as coisas serão racionadas de acordo com as necessidades.
986 - A abolição do dinheiro se daria também porque hoje a produção é tão socialmente intrincada que fica impossível calcular a real contribuição detalhada de cada um. Esta não é perguntada numa biblioteca pública antes de alguém retirar um livro.
987 - Mesmo hoje, na sociedade capitalista, temos pontes públicas, praias, estradas, parques, museus, bibliotecas e água canalizada (pelo menos nalgumas cidades) que são gratuitos para que qualquer um use de acordo com as suas necessidades.
988 - Critica Bookchin por abandonar a luta classista para focar nos “novos movimentos sociais”.
Uma Análise Proudhoniana da Discussão Sobre Posse e Propriedade:
989 - O filósofo propunha substituir a propriedade privada pela coletiva, com mera posse. A injustiça da primeira forma, em Proudhon, ocorre pelo proprietário nunca remunerar o trabalhador na medida do que ele realmente produz. Logo, é roubo. Exploração.
990 - Para Proudhon, o trabalho humano resulta de uma força coletiva e como a propriedade só pode constituir-se pelo trabalho, necessariamente a propriedade, por este motivo, torna-se coletiva e indivisa. (...) A propriedade (...) deve pertencer àqueles que nela trabalham. A propriedade coletiva é de fato pública , pertence ao povo que irá utilizá-la em seu próprio proveito. Quem trabalha é quem detém a posse. É parecido com o discurso da função social da propriedade, mas um pouco diferente, já que este último não envolve necessariamente denúncia da “mais-valia”. Ou seja, é algo mais recuado. Aceita o “bom patrão”.
Vesentini - Geografia e Liberdade Em Piotr Kropotkin:
991 - Faz mil elogios a Kropotkin, mas coloca que o mesmo foi vítima do cientificismo da época. Isso pelo russo acreditar em leis racionais que levam a sociedade necessariamente ao progresso (comunismo). Ou seja, crer na “cientifização” progressiva da sociedade humana.
992 - Sensibilizava-se com a luta das mulheres e propunha divisão do trabalho doméstico inevitável.
993 - Marx dizia que deveria existir, temporariamente, diferenciação salarial entre trabalho manual e intelectual, isso devido ao segundo ser mais custoso, ou seja, exigir investimento em formação. Kropotkin era ferrenhamente contrário a isso. A distribuição das profissões se daria, inclusive, por gosto e aptidão pessoal.
994 - Mas Kropotkin não foi apenas um teórico. Ele com freqüência se disfarçava de camponês ou de operário, adotando pseudônimos, trabalhando na lavoura ou na indústria e participando nessa condição de revoltas e movimentos populares. Quando foi preso, em 1874, ele estava usando a identificação de “o camponês Borodin” para encobrir agitações que promovia, junto com amigos anarquistas, em bairros operários e áreas rurais vizinhas a São Petersburgo.
995 - Quando os bolcheviques chegaram ao poder estatal em outubro, com o apoio de grande parte dos setores populares e até mesmo da maioria dos anarquistas (devido à promessa de acabar com a guerra e ao slogan de Lénin: “Todo poder aos sovietes”), Kropotkin, ao saber da notícia por um amigo eufórico, declarou, para decepção deste: “Isso enterra a revolução”.
996 - Temeu que o apoio estrangeiro à “vingança do czar” apenas servisse pra fortalecer o Estado, sua centralização e o bolchevismo. (E não foi?!...) (...) proibição de qualquer forma de greve, das violentas restrições à liberdade de imprensa, da implantação do taylorismo na indústria e do fortalecimento do exército e da polícia (a Tcheka, precursora da KGB), realmente muito se beneficiou da guerra civil e das invasões ocidentais na Rússia.
997 - No próprio enterro de Kropotkin em 1921, em Moscou, acompanhado por cerca de 100 mil pessoas (foi talvez o último movimento de massas tolerado ou não controlado pelos bolcheviques), havia inúmeras faixas onde se lia uma das idéias mais veementemente defendidas por ele: “Onde há autoridade não há liberdade”.
998 - Recusou cargos oferecidos por Kerenski em fevereiro e mesmo por Lênin em novembro. Vladimir também lhe propôs editar suas obras em russo...
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