Anarquistas - Textos Diversos XLIX
Volonta Terrarottura - Crítica ao Texto de Wolfi Landstreicher (Logo Abaixo Deste):
999 - Até li primeiro o de baixo, claro.
1000 - Acha útil defender o conceito de “alienação do resto da vida”, ou seja, considera ainda relevante o biocentrismo, para denunciar a loucura das instituições. Porém, admite que muitos exageram e se tornam reformistas, digamos.
1001 - Considera que a situação dos povos primitivos não é tão “especulativa” como quer Landstreicher. (...) o fato de que eles deixaram poucos vestígios é uma evidência de quão gentilmente eles caminhavam pela Terra ou o quanto não-monumentais e não-institucionalizadas as suas comunidades eram. O modo atual de agir das sociedades remanescentes desse tipo também seria uma prova.
1002 - Crê que Landstreicher, ao focar nas relações sociais entre humanos, parece desconsiderar totalmente a cisão operada pela civilização entre o homem e natureza. Como se este último problema decorresse essencialmente ou absolutamente do primeiro.
1003 - Enfim, ele parece ser meio conciliador entre as visões.
Wolfi Landstreicher - Sobre Uma Crítica Revolucionária da Civilização:
1004 - É contra moralidade, justiça ou valores externos na luta. A não ser retoricamente. Crê que a luta é pelo resgate de nossas vidas, digamos assim. Porém, ao contrário de Nechayev, não rejeita princípios.
1005 - Critica a civilização, pois esta seria isto aqui: Com a emergência deste quadro institucional, a sociedade deixa de ser uma rede de relações entre indivíduos de modo a alcançarem as suas necessidades e desejos, e em vez disso torna-se uma rede de relações predeterminadas e institucionalizadas, que estão acima das pessoas e na qual estas se devem inserir.
1006 - Critica o biocentrismo, pois este apenas quer estender direitos e ideais vagos “humanitários” às vidas “não-humanas”. Diz que isso é reformismo. Que essas legislações de proteção pouco adiantam. Não podemos controlar a “mega-máquina tóxica”.
1007 - Diz que não é primitivista, pois não tem certeza de que tais populações viviam realmente do modo que alguns estudos sugerem. Também não concorda que exista uma “natureza primordial” humana que foi abandonada (e deva ser resgatada...).
1008 - Alguns primitivistas foram (...) longe ao ponto de rejeitarem o próprio conceito de revolução, preferindo “preparar-se” para um futuro colapso da civilização, estudando “habilidades primitivas” em escolas bastante caras, criadas para este propósito. Ou seja, desistiram de tomar a história em suas próprias mão. Torna-se uma questão de se adaptar.
1009 - Critica Zerzan por suas opiniões sobre linguagem e pensamento simbólico: Temos de ser capazes de distinguir entre uma contingência necessária e uma causa. É verdade, por exemplo, que a emergência da civilização é contingente à existência da linguagem. Mas isto não significa que a linguagem inevitavelmente leva à civilização. A existência de lobos frontais no cérebro é também necessária para a emergência da civilização, mas não a causa.
1010 - Critica a ideia de voltar ao passado (o primitivismo). Não há terra disponível. “Na Europa e na maior parte da Ásia, por exemplo, uma vida de coleta não é opção para ninguém.”
1011 - Propõe, como tática, apoiar as greves selvagens. “Recentemente nos Estados Unidos, os caminhoneiros supostamente “independentes” que trabalhavam nas docas em Oakland e Los Angeles fizeram greves selvagens. Os revolucionários em ambas as cidades foram falar com os caminhoneiros. Alguns dos caminhoneiros expressaram fortes sentimentos anti-guerra. Era óbvio que existiam pontos de conexão.”
1012 - Apoiar interesses inicialmente imediatos? Tudo bem, mas nada de negociações, petições, representações (sindical-partidária) ou concessões com os líderes mundiais como tática. Do contrário, separa.
1013 - Elogia o ludismo. Destruir a máquina é fundamental para recuperar as “nossas vidas”.
1014 - O sistema tecnológico teria que ser destruído, permanecendo apenas as técnicas úteis. Qual o critério? A explicação é meio nebulosa: “Qualquer ferramenta de tal complexidade que as suas consequências permaneçam invisíveis para o utilizador, não tendo nenhuma relação direta com a sua razão para usá-la, constituiria um sistema tecnológico.”
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