'Osvaldo Coggiola - O Comércio de Drogas Hoje' e 'Plínio - A Questão Agrária Brasileira e a Luta Pelo Socialismo' e outro

 

Osvaldo Coggiola - O Comércio de Drogas Hoje:

255 - Não sei bem a fonte: Durante o período dos conflitos, 40% dos soldados norte-americanos consumiam heroína e 80% maconha.

256 - A grande transformação das economias monoprodutoras em narcoprodutoras (e o grande salto do consumo nos EUA e na Europa) se produziu durante os anos 80, quando os preços das matérias-primas despencaram no mercado mundial: açúcar (-64%), café (-30%), algodão (-32%), trigo (-17%). A crise econômica mundial exerceu uma pressão formidável em favor da narco-reciclagem das economias agrárias.

257 - Atualmente, o narcotráfico é um dos negócios mais lucrativos do mundo. Sua rentabilidade se aproxima dos 3.000%. Os custos de produção somam 0,5% e os de transporte gastos com a distribuição (incluindo subornos) 3% em relação ao preço final de venda. De acordo com dados recentes, o quilo de cocaína custa US$ 2.000 na Colômbia, US$ 25.000 nos EUA e US$ 40.000 na Europa.

258 - Fala dos principais países produtores: Os narcotraficantes controlam o governo, as forças armadas, o corpo diplomático e até as unidades encarregadas do combate ao tráfico. Não há setor da sociedade que não tenha ligações com os traficantes e até mesmo a Igreja recebe contribuições destes. Colõmbia é a exportadora. O Congresso e a polícia nacionais disputam o primeiro lugar em grau de corrupção, a até mesmo as campanhas presidenciais são patrocinadas com dinheiro da droga.

259 - Para o principal país consumidor, os EUA, o narcotráfico é, à primeira vista, um grande problema. Bilhões de dólares têm sido gastos na guerra aos traficantes, e igual quantia tem sido perdida em conseqüência do vício dos cidadãos norte-americanos (gastos com reabilitação, perdas na produção, aumento da criminalidade etc.). (...) Por outro lado, o narcotráfico é de grande utilidade para os EUA, chegando a gerar lucros, pois com a venda dos componentes químicos das drogas, a economia americana recebe em torno de US$ 240 bilhões, uma parte dos quais é investida em diversos setores da economia ou vai para os bancos. Os bancos da Flórida são especializados em "lavar" o dinheiro dos narcotraficantes e neles circula mais dinheiro em efetivo do que nos bancos de todos os demais estados juntos.

260 - Paraísos fiscais e sigilo bancário fazem com que o dinheiro das drogas possa ser lavada em “ativos” pelos grandes bancos.

261 - Os EUA, calcula-se em 20 milhões o número de consumidores regulares de drogas, que em 1988 gastaram US$ 150 bilhões. Desse total, entre US$ 5 e US$ 10 bilhões foram os lucros dos cartéis produtores na Colômbia. Mas apenas US$ 1 bilhão foi investido na economia oficial do país. E o restante? Calcula-se que 90% dos lucros do narcotráfico sejam recebidos pelos grandes bancos, por depósitos dos produtores e dos intermediários, e por comissões pela "lavagem" do dinheiro.

262 - Um banco foi pego e… “A comissão de 3% paga pelos traficantes (US$ 36 milhões) torna irrisória a multa de US$ 500 mil imposta ao banco.”

263 - A repressão da oferta só conseguiu elevar o preço da cocaína pura nos EUA, e pôr em circulação um produto superdegradado para consumo "popular": o mortal crack.

264 - Se os EUA tivessem vontade política de combater o narcotráfico poderiam exercer um severo controle das exportações de produtos químicos para fabricação da PBC (Pasta de Base da Cocaína), que provém da Shell e da Móbil Oil, como constatou a própria DEA (The Miami Herald, edição de 8 de fevereiro de 1990); agir contra os bancos norte-americanos que lavam os narcodólares; e estender um cordão de radares e barcos para impedir a entrada da droga, em vez de fazer isso nos países da América do Sul. Ou, como se perguntam dois "experts" norte-americanos: por que não se faz a guerra também contra os países produtores de ópio e heroína, que consomem nos EUA 50% dos gastos totais em drogas? Por que não fazê-la contra os produtores californianos de maconha, que depois de substituir a Colômbia no primeiro lugar do fornecimento dessa droga, colocaram os EUA entre os três primeiros produtores mundiais?

 

Plínio de Arruda Sampaio - A Questão Agrária Brasileira e a Luta Pelo Socialismo:

265 - Antes das “revoluções verdes” e modernização conservadora: Além do diagnostico cepalino, havia duas outras veretentes analíticas no debate da reforma agrária nos anos 60: a vertente do PCB, representada pela obra de Alberto Passos Guimarães, que atribuía o atraso do setor agrícola aos “resquícios feudais” persistentes no campo, tese contestada por Caio Prado Jr.; a outra vertente tem em Inácio Rangel seu principal expoente. Rangel era um economista do BNDE, racionalizador da tese do nacional desenvolvimentismo. Observando a transformação dos complexos rurais em complexos industriais (uma idéia tirada de Lenine), Rangel defendia a tese de que os latifúndios poderiam transformar-se em empresas agrícolas modernas (transformação via “junker”) sem necessidade de redistribuição da propriedade da terra. Esse caminho conservador foi o trilhado pelos governos militares.

266 - O ano do texto é 2001. Coloca que a nossa estrutura agrária impede um crescimento harmonioso, o que até concordo. Porém, gestores e capitalistas estão pouco se lixando se o crescimento é harmonioso ou não, salvo ameaçadoras turbulências políticas.

267 - Por fim, reclama que a reforma agrária não seja central no programa de transformação socialista brasileiro.

268 - (Não achei o texto muito convincente).

 

Propostas Para Um Grêmio Libertário:

269 - Coloca que a ideia de um grêmio é se aproveitar da proteção que a formalidade e institucionalidade (lei federal até) dá para alçar vôos libertários, pautado na valorização das iniciativas autônomas do corpo discente, ajudando a articular. E não ser algo separado - meio vanguardista ou de estágio para Brasília.

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