José Ricardo Tauille - O Capitalismo Não é Mais Progressista (e outro)
José Ricardo Tauille - O Capitalismo Não é Mais Progressista:
226 - Marx descreveu duas características singulares desse sistema. Primeiro, o fato de estar voltado à busca do valor em sua forma abstrata, da riqueza por si mesma, cuja relação com as necessidades ou a subsistência da sociedade é acessória; o objetivo do sistema é produzir valores de troca para os quais os valores de uso são mera contingência.
227 - Afirma que a ofensiva contra o trabalho que se tornou possível a partir de 80 faz com que o capitalismo se volte para a mais-valia absoluta em vez da relativo, o que explicaria boa parte do declínio de sua produtividade.
228 - A taxa de crescimento da produtividade do trabalho nos EUA foi de 2,35% a. a. entre 1948-65, parcos 0,44% entre 1965-82, crise do fordismo, e de 1,47% a. a. em 1982-97, auge da reestruturação produtiva. (Achei meio arbitrária essa divisão anual)
229 - Diz que a ideologia liberal que imperou no Brasil até 1930 atrofiou o potencial de crescimento da nação e manteve dependência externa, com endividamento em moeda estrangeira e juros altos e etc.
230 - A industrialização puxada pelo Estado brasileiro após 1930: não havia uma acumulação estatal propriamente, uma vez que, mesmo assumindo diretamente a propriedade de uma parcela significativa do capital produtivo industrial (siderurgia, petroquímica, energia, etc.), o excedente gerado era redistribuído para o setor privado na forma dos preços administrados dessas empresas, fixados em nível sistematicamente abaixo do valor, com o propósito de multiplicar a taxa de acumulação dos ramos aos quais seus produtos e serviços eram fornecidos. A relação entre siderúrgicas e indústria automobilística foi exemplar dessa articulação.
231 - Ditadura desenvolvimentista: O mesmo não aconteceu na Argentina ou no Chile, onde as ditaduras instauraram um movimento de retrocesso em direção ao modelo primário-exportador, de relativo sucesso no caso deste, e catastrófico para aquela.
232 - Numa estimativa para a indústria brasileira (Faria, 1996), verificamos que a produtividade do trabalho crescera à taxa de 8,1% ao ano entre 1949 e 1959, valor que se reduziu a 3,4% em média entre 1959 e 1970 e mais ainda, para 2,8% ao ano entre 1970 e 1980. De 1980 a 1985, no auge da crise, ocorreu um declínio da produtividade média do trabalhador industrial de 1,7% ao ano.
233 - Os resultados dessa ofensiva contra o trabalho foram impressionantes, fazendo a participação dos salários no PIB cair de 45,4% em 1990 para 36,1% em 2002.
234 - O uso do crédito dos bancos oficiais, o recurso mais largamente utilizado durante toda a segunda metade do século XX, foi vedado. As disponibilidades do Estado passaram a estar sujeitas exclusivamente aos limites da carga tributária ou ao endividamento junto ao setor privado na forma da colocação de títulos no mercado. Com isso, as operações de financiamento do gasto público passaram a estar sujeitas ao julgamento dos operadores do mercado de títulos, em outras palavras, à sanção do capital financeiro atuante, seja no mercado doméstico, seja no mercado internacional. (...) O ponto de partida desse processo de submissão das contas públicas ao juízo do capital deu-se ainda nos anos 1980, com a extinção da chamada conta-movimento do Tesouro no Banco do Brasil, por meio da qual o banco emitia créditos ao Estado lastreados na arrecadação tributária futura.
235 - A produtividade total da economia medida pela relação PIB/pessoal ocupado cresceu à média de 1,41% ao ano entre 1990 e 2002. (...) Quanto ao investimento, seu nível global permaneceu também abaixo do último ciclo desenvolvimentista, quando oscilava em torno de 30% do PIB em termos reais e caiu para menos de 20% nos anos 1990 (IBGE, 2003).
234 - Lula 1: A taxa de juros foi elevada ainda mais para garantir que seu nível real fosse mantido num patamar de 10%, enquanto o compromisso com o FMI de um superávit primário nas contas públicas (receita menos despesa exclusive juros da dívida pública) foi elevado para impressionantes 4,25% do PIB. A ascendência do capital financeiro sobre a condução da política econômica foi assim reafirmada.
Klaus Eder - Uma Teoria do Radicalismo de Classe Média:
235 - Texto enorme que beira o insuportável de chato e sem utilidade aparente. Tudo nele é chato, da forma ao conteúdo. Só começa a falar português lá para o final quando teoriza sobre a classe média estar unida no interesse pela “boa vida”. Se pauta pelo diálogo, consenso e comunicação. As classes médias estão relacionadas umas às outras não mais por condições objetivas de existência, mas por suas práticas coletivas para definir um modo de existência social.
236 - Horrível. Texto de 1995.
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