Altemir Pereira Viana - Grupos no Movimento Estudantil no Brasil (e dois textos diversos)
Altemir Pereira Viana - Grupos no Movimento Estudantil no Brasil:
85 - Documentos ressaltam que a UNE quase rachou ao discutir (e votar! Vitória por 12 votos de diferença apenas) a qual grupo o Brasil deveria na II Guerra - Eixo ou Aliados. Aliados venceu.
86 - No inicio da década de 50, pode-se dizer que havia dois grupos distintos, Poerner (1979) denomina-os de “direitistas” e o outro de “progressistas”. A fase de domínio direitista é a quarta da existência da UNE e vai de 1950 a 1956, liderada pelo estudante Paulo Egydio. Após esse período de descenso do movimento, os estudantes ligados ao Partido Socialista Brasileiro – PSB assumem a direção da entidade até o inicio dos anos 60. Na década de 60, foram os estudantes ligados a esquerda da igreja Católica, mais precisamente os estudantes da Ação Popular – AP, que dirigiram a entidade maior dos estudantes.
87 - PC do B, Polop, ALN, PCB, PCBR, MR-8, VPR, AP, JUC, POR… Esses agrupamentos surgiram em decorrência das estratégias adotadas pelos setores da esquerda em especial do PCB, e pelas várias concepções e leituras que os militantes tinham de como enfrentar o regime autoritário de 1964. Essa pulverização de grupos influenciou no Movimento Estudantil.
88 - Divisionismo era grande e aqui outro exemplo de divisão: A corrente liderada por Luiz Travassos (...) priorizava a luta de ruas contra a ditadura; subordinando as lutas reivindicatórias e as outras formas de ação a esta. A outra corrente, mais fluída e menos articulada, tinha sua expressão nacional no presidente da União Metropolitana dos Estudantes de Guanabara, (UME) Vladimir Palmeira, (...). Essa corrente propunha a priorização nas lutas específicas da Universidade e se opunha aos ímpetos ‘passageiros’(como eram chamados) dos ‘travassistas.
89 - Mas, no ME ocorre o fenômeno da presença de lideranças que se autoproclamavam de desligados de concepções ideológicas e partidárias, que em alguns momentos chegaram até hegemonizar no interior do movimento, mais especificamente nas entidades de bases esses militantes denominamos de “Independentes” grupos de estudantes que aparentemente não tem nenhuma ligação com partidos e que defendem um Movimento Estudantil livre das correntes partidárias preocupando-se com as questão mais imediatistas. Esse grupo esteve presente de forma organizada na década de 50, quando chegaram a presidência da UNE sobre a liderança de Paulo Egydio. Esteve também presente na década de 60, conforme assinala Foracchi (1977).
90 - Gramsci diz que até os individualistas já formam um partido, eis que se agrupam em torno de algumas ideias. Mesmo os apartidários ou anti-partidários formam um partido. Portanto, todos os grupos organizados estão representando seus interesses, sejam pessoais ou coletivos.
91 - Na década de 70, o regime agiu com maior rigidez e destruiu pela força muitas organizações, outras se desestruturaram em decorrência do exílio de seus quadros; ocorrendo fusão de muitas em tornos das mais influentes, enfim, ocorre uma readaptação e novas tendências.
92 - Afirma que a UJS domina a UNE de 1979 a 1987. Ressurgiu em Salvador e sua atuação maior foi no movimento estudantil. O que inovava nestas novas formas de organização, era a aplicação da visão de Dimitrov, que criticava a forma das UJC’s de diversos países, que apenas refletiam a estrutura dos partidos comunista. Sua sugestão era a criação de movimentos juvenis mais amplos, capazes de atrair uma massa maior de jovens à esfera da influência partidária, que seriam também escolas de formação de jovens comunistas. Com a UJS, o PCdoB conseguiu alcançar de fato esse mérito. Por ser um movimento de massa, a UJS surge como um instrumento para direcionar o potencial revolucionário da juventude, ramificando-se nas diversas formas de manifestação juvenil, seja ela política (estudantil, torcidas organizadas, associação de moradores, jovens trabalhadores) ou cultural (teatro, hip-hop, hardcore, capoeira.”
93 - A juventude do PT é fragmentada (creio que até hoje): A Juventude do PT dirigiu a UNE no período de 1987 a 1990, e introduziu na composição da diretoria da UNE o sistema proporcional em 1989, com objetivo de contemplar as minorias na direção da entidade.
94 - A pluralidade humana faz com que existam grupos e divisões para Arendt e outros. Porém, alguns criticam a ritualização e aparelhamento do movimento estudantil. Martins Filho (1998), afirma que está ocorrendo uma demasiada valorização nas disputas das entidades e um esquecimento nas discussões mais profundas, como as novas demandas do estudantado.
95 - Abramo (1994), afirma que paralelo ao surgimento de novos atores sociais na sociedade civil, percebe-se um deslocamento do peso e da importância do Movimento Estudantil frente a outros movimentos sociais.
96 - Critica-se a despreocupação de algumas vanguardas em renovar a base.
Alvaro Bianchi - Crítica à Economia da Terceira Via:
97 - Difícil entender as críticas aqui sem ter lido o livro de Braga e as críticas a ele.
98 - Às mediações institucionais e, principalmente, ao Estado caberia encontrar aquele ponto em que os salários, garantindo padrões de consumo elevados, não comprometeriam a virtuosidade do ciclo de acumulação.
99 - Para a economia política da terceira via, a opção é certa: o progresso da técnica, das formas institucionais e da sociedade salarial. Vencer a crise é restaurar a norma e, com isso, garantir as condições para a reprodução ampliada do capital.
Carlos E. de Souza Motta - Indústria Cultural e o Sistema Apostilado, a Lógica do Capitalismo:
100 - Educação como reprodução das relações materiais (Althusser): Nesta roda viva, o indivíduo indiretamente aceita sua condição de classe, pois a própria educação, ideologicamente forjada, prepara-o para o mercado e gera no indivíduo uma sensação de eficiência, de potencial, de utilidade.
101 - Coloca que Gramsci parece discordar parcialmente: Logo, se existe uma ideologia dominante, também pode existir uma contra-ideologia que venha combater e servir para a libertação das classes subjugadas.
102 - Como se exige que o educando se adapte às mudanças e funcionalidades do mercado, perde-se a capacidade crítica. Reproduz a ideologia dominante. Critica, assim, apostilas e aulas esquemáticas.
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