Cláudio Gontijo - Singularidade do Desenvolvimento do Capitalismo na Agricultura Brasileira (1850-1930)

 

Cláudio Gontijo - Singularidade do Desenvolvimento do Capitalismo na Agricultura Brasileira (1850-1930):

117 - Silogismo dialético: abordará o desenvolvimento particular da agricultura brasileira dentro da lógica universal do capitalismo.

118 - Diz que o período foi marcado pela transformação da exploração latifundiária em capitalista e a saída do trabalho escravo com a entrada do assalariado e das parcerias.

119 - Havia, ainda, os pequenos agricultores de cidades do sul e sudeste do Brasil.

120 - O pólo mais dinâmico à época do fim da escravidão era o da cafeicultura no Oeste Paulista, com o regime de colonato e trabalho assalariado.

121 - No Vale da Paraíba e no Nordeste, as parcerias era o que predominava, modo rudimentar de exploração.

122 - São Paulo subsidiava mais a imigração que o Sul. Quantidade muito grande para lá, pólo mais dinâmico do país.

123 - Agricultura de subsistência se espalhou bastante, também, nesse período.

124 - Afirma que, como a modernização da grande propriedade (que também não cedia) era lenta, a industrialização brasleira não foi natural (como ocorreu um tanto no Estado de SP), ou seja, teve que partir do Estado.

125 - Algodão, cacau, açucar, couros e peles eram os principais produtos da agricultura nordestina (esqueceram o fumo?)

126 - Nos seringais do norte, vigia quase uma escravidão por dívida. Ou seja, sistema de baixa produtividade. O excedente inclusive ia para fora do país ou para consumo de bens importados. Como o queda do mercado, não houve qualquer superação, mas mero atrofiamento.

127 - Os pequenos agricultores e despossuídos nunca tiveram força para uma revolução ou reforma da estrutura agrária. O texto afirma que isso freou o desenvolvimento das forças produtivas na economia brasileira e condenou à lentidão o processo de industrialização.

128 - O texto chama tudo isso, invocando Carlos Nelson Coutinho, de via “junker” ou “prussiana”. Sempre a conciliação dos de cima.

129 - O escravo que podia lavrar terras para tirar seu sustento (alimentação) nem de longe era o servo feudal da Idade Média. É outra história. Este era legítimo possuidor da gleba e não propriedade do senhor feudal, que tinha inclusive seu direito de propriedade limitado pela posse do servo.

130 - Ocorre que havia toda uma presença de economia de “troca de serviço” no Brasil entre a grande e pequena propriedade que levava a alguns a misturar, também, a história. O escravismo era central. E depois o trabalho assalariado.

131 - O autor considera correto, porém, que existe restos de relações feudais na República Velha, devido à sujeição do campesinato às políticas determinadas pelos latifundiários. As massas em geral sustentavam a velha ordem e o nascer lento da nova. A aristocracia fundiária é que foi se “aburguesando”.

132 - Por fim, polemiza com Caio Prado considerando que este exagera ao considerar a “economia de troca de serviços” como algo já como um capitalismo enrustido. Cláudio diz que, se assim fosse, a modernização teria sido rápida e esse período não poderia ser visto como um entrave às forças produtivas. Gontijo, portanto, parece achar a caracterização de Prado contraditória com o que o próprio Prado defende.

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