Maurício Tragtenberg - Textos Diversos VII


O Judeu, a Classe Média e o Estado Moderno:

402 - O Estado de Israel não resolve o problema judaico globalmente falando, constitui solução para os que lá emigram.

 

O Nacionalismo Como Ideologia da Desconversa:

403 - Coloca que a classe trabalhadora brasileira nunca teve uma organização política que expressasse sua autonomia. Acho que o texto é da década de 80.

404 - AIB: Vargas utilizou-a para subir ao poder, eliminado-a após tê-lo em sua mãos, devemos lembrar que o integralismo provém das Ligas Nacionalistas criadas na 1ª República, quando Olavo Bilac criava um ‘nacionalismo patrioteiro’ parnasiano. As Ligas se constituíam numa resposta conservadora aos movimentos sociais operários urbanos vinculados ao socialismo libertário em São Paulo, ou à social-democracia alemã, no Rio Grande do Sul, na mesma época.

405 - As alianças dos anos JK e seu instituto (Iseb): Através de seus ideólogos, o Iseb definia as contradições fundamentais no Brasil; Alvaro V. Pinto pregava a união entre o proletariado e a burguesia autóctone contra o imperialismo e a burguesia industrial alienada; Cândido Mendes unia o empresariado aos assalariados num bloco contra o latifúndio expansionista; Guerreiro Ramos unia a burguesia nacional mais o proletariado contra os setores vinculados à estrutura colonial; Hélio Jaguaribe unia a burguesia nacional à classe média produtiva e o empresariado contra a burguesia latifundiária mercantilista e a classe média cartorial; Nelson W. Sodré, pregava a união entre a burguesia nacional, pequena burguesia e o operariado contra a burguesia latifundiária e o imperialismo; finalmente, Roland Corbisier, unia os industriais ‘autóctones’ ao proletariado urbano e à lavoura tecnificada contra o imperialismo, burguesia latifundiária-mercantil e classes médias parasitas, conforme Caio N. Toledo, ‘Iseb, fábrica de ideologias’, Ed. Ática, 1977, págs. 130/1.

406 - Coloca que a prática de JK foi, porém, a internacionalização da economia.

 

O Paraíso da Burocracia:

407 - Qualquer grupo humano, tendo em vista as finalidades que persegue, organiza-se para tanto. Mas a burocracia é outra coisa: está montada como estrutura de controle, dispondo de imunidades e privilégios.

408 - Respondo com os argumentos que Rosa Luxemburgo utilizou em sua polêmica com Lenin: “sem eleições gerais, sem liberdade ilimitada de imprensa e de reunião, sem a livre luta entre as opiniões, a vida morre em todas as instituições públicas, torna-se uma vida aparente, onde resta a burocracia como único elemento ativo” (A revolução russa). E claro que a democracia, como qualquer forma participativa, tem seus limites e defeitos; nesse contexto, a liberdade é uma e indivisível e restringi-la equivale a negá-la.

409 - A abolição do sistema de exames e da freqüência obrigatória constituem os pré-requisitos da democratização da universidade, assim como a participação real e não simbólica dos alunos nos órgãos colegiados.

 

Os Caminhos da Democratização da Universidade:

410 - Já o movimento da reforma Universitária de Córdoba, na Argentina, em 1918, pleiteava: a) co-governo estudantil, autonomia política, docente e administrativa da universidade, eleição dos mandatários por assembléias com representação de estudantes, professores e ex-alunos, freqüência não obrigatória e imunidade do campus ante as forças policiais. Entendiam eles que o campus não se restringe à sala de aula; as habitações e o conjunto de ruas do campus fazem parte do regime de autonomia universitária.

411 - Não há democratização da Universidade sem participação do estudantado inclusive nas Bancas de Concurso de Professores, nas provas didáticas. Uma das condições da criação e transmissão da cultura na Universidade é a possibilidade de discuti-la a todo momento, daí a importância dessa participação. (...) O princípio de autoridade na Universidade deve fundar-se no saber e capacidade produtiva; o que ultrapasse isso é autoritarismo grosseiro.

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