João Bernardo - O Proletariado Como Produtor e Como Produto
João Bernardo - O Proletariado Como Produtor e Como Produto:
214 - Afirma que, ao contrário de outros autores, os gestores não são algo de um novo modo de produção, mas sim mais uma classe capitalista. Proprietários coletivos - não individuais.
215 - Coloca que o salário pago pelos capitalistas já prevê que se dê conta da reprodução da força de trabalho.
216 - Infantários, berçários ou escolas podem deslocar mais tempo de trabalho “doméstico” para o “produtivo”. Se o trabalhador paga por esses serviços, então seu salário mínimo será também maior. Se não paga, também não é grátis, já que o excedente do mercado terá que ser maior para bancar. É meio que um pagamento em gênero, não em salário. Ou seja, por vezes o próprio mercado abole o mercado. Dispensa a competição em serviços básicos. Que dirá o Estado.
217 - Empresas que fornecem serviços públicos e o Estado são expressões disso. Não são de graça.
218 - Coloca que o trabalho doméstico é produtor de mais-valia, eis que produz e reproduz a força de trabalho que produz mais-valia. Tempo de trabalho é dispendido na produção e reprodução dessa força da qual o capitalista se apropria.
219 - O Estado costuma entrar nesses serviços próprios à produção e reprodução da força de trabalho justamente porque é um investimento de longo ou longuíssimo prazo e o trabalhador tende a “rodar” por diversos capitalistas individuais. Empresa sem muita rotatividade é que costuma flertar mais com a ideia de oferecer ela mesmo os serviços gratuitos.
220 - Afirma que o trabalho é sempre mais complexo a cada geração e que, por isso, mais tempo de trabalho é necessário para a reprodução desse produto de fabrico de longo prazo que é a força de trabalho. Assim, surgem serviços especializados cada vez mais custosos/valorosos.
221 - A luta do capitalista, para compensar isso, é a mais-valia relativa, a qual possibilita um aumento ilimitado da exploração. Que o tempo de trabalho excedente apropriado seja cada vez maior. Maior quantidade de produtos por quantidade de tempo (intensidade) e produtividade para gerar maquinário cada vez menos valoroso (barato).
222 - O que deixa muita gente confusa é que quanto menor o tempo incorporado nas subsistências, maior é o tempo despendido na reprodução (e portanto valor) da força de trabalho. Mais treino e qualificação e educação e etc. Uma coisa é a subsistência diária, que tende a ter valor menor, outra é a reprodução (nova produção de) da força de trabalho no longo prazo O trabalho tende sempre a ficar mais complexo. Assim, mais tempo para reproduzi-lo e mais valor.
223 - O trabalhador antigo tende a ter pressão permanente pela desvalorização de sua força de trabalho. Suas subsistências ficam continuamente mais baratas e os novos trabalhadores produzidos geralmente chegam mais valorizados (mais tempo estudando e blablablá). (Daí tanto curso de atualização ou “investimento em si mesmo”.)
224 - A inflação e o desemprego são as formas extremas desse processo acima.
225 - Enfatiza a importância do trabalho doméstico para lembrar que não só as fábricas, mas também os locais de habitação, estão integrados num circuito global de valor. A luta é em todo lugar.
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