Econ - Ernest Mandel - A Economia Capitalista
Ernest Mandel - A Economia Capitalista (Bom Texto):
298 - Após uma série de considerações basilares sobre a crítica econômica marxista, Mandel flexibiliza, a meu ver acertadamente, algumas coisas do valor da força de trabalho que, me parece, não estão em Marx: Quando o desemprego maciço permanente decresce a longo prazo, designadamente como resultado da industrialização em profundidade e da emigração em massa, os salários podem subir, em período de alta conjuntura, acima do valor da força de trabalho. A luta operária pode provocar a longo prazo a incorporação neste valor do equivalente de novas mercadorias. O mínimo vital socialmente reconhecido pode aumentar em termos reais, ou seja, incluir novas necessidades. (...) Não existe, pois nenhuma “lei de bronze” que governa a evolução dos salários. A luta de classe entre o Capital e o Trabalho, determina-a em parte.
299 - Chama de pauperização o processo pelo qual a produtividade do trabalho cresce acima do salário real. Ou seja, o trabalhador é crescentemente roubado.
300 - Por isso, a dimensão das empresas de ponta cresce sem cessar (concentração de capital). Há um século, empresas com 500 assalariados eram exceção. Hoje, existem as que já ocupam mais de 100.000 assalariados. Ao mesmo tempo, muitas empresas batidas pela concorrência são absorvidas pelos concorrentes vencedores (centralização do capital).
301 - Para tratar de proletarização progressiva ele vem com um dado dos EUA que não sei a fonte (não que eu duvide muito):
302 - Ao contrário da legenda largamente propalada, esta massa proletária se bem que fortemente estratificada, vê o seu grau de homogeneidade aumentar muito, e não decrescer. Entre um operário manual, um empregado bancário e um pequeno funcionário público, a distância é menor hoje do que era há meio século ou um século. (E os dados, Mandel?)
303 - Num parágrafo faz um raciocínio interpretativo do qual discordo radicalmente. E não lembro de estar no “O Capital”. Vou nem entrar nessa discussão, pois já tenho um fichamento do mesmo.
“INSIGHT ALEATÓRIO” - SOBRE O PROBLEMA DA TRANSFORMAÇÃO: É IMPOSSÍVEL QUE OS VALORES CORRESPONDAM SEMPRE AOS PREÇOS EM MOMENTOS DADOS, POIS PREÇOS SOFREM DISTORÇÕES DE EXPECTATIVAS FUTURAS TAMBÉM (PRODUÇÃO DE VALORES FUTUROS). COMO CALCULAR ISSO ENTÃO? NÃO ESTÃO AÍ AS APPS DE TRANSPORTE, POR EXEMPLO, OPERANDO COM PREÇOS ABAIXO DOS “NATURAIS”? OU PODEM FAZER COMO O JAPÃO? VIVER A VIDA COM DÉFICIT. SEM CONTAR OS “PREÇOS” DOS MERCADOS EM GERAL, MUITO DESCOLADOS DOS VALORES REAIS. A quantidade de “mais-valia” que circula não é apenas a presente em um ano ou sei lá o que. E não se sabe sequer quantos anos de “valor” circula por aí, pois depende até do critério de como quantificar isso. Derivativos mesmo trabalham com seiláquilhões de cenários diversos.
304 - A crise de superprodução tem, em si, as sementes para a recuperação: A crise provoca a baixa do valor da mercadoria e a falência de numerosas empresas. O capital total sofre pois uma redução em valor. Isso permite uma recuperação da taxa de lucro e da atividade acumulativa. O desemprego maciço permite aumentar a taxa de exploração da mão-de-obra, o que conduz ao mesmo resultado.
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