Econ - Defendendo a Planificação Econômica (URSS) (e outro)
Defendendo a Planificação Econômica (URSS):
155 - Na verdade, é mais crítica que defesa. Mas enfim, nem um sucesso nem o fracasso que dizem. Começa afirmando que o capitalismo também está em estagnação. (Não é bem isso, mas ok)
156 - Em Marx não existe qualquer teoria da planificação econômica, mas uma “crítica da economia”. No século XIX, os únicos que falavam de “mercado planejado” eram os teóricos reacionários como o alemão J. G. Fichte e seu “Estado racional burguês”.
157 - Muito interessante: … Fichte, um idealista alemão contemporâneo de Hegel, afirmava que “Em um Estado organizado segundo os princípios estabelecidos, não se fornece a nenhuma casa comercial mercadorias de cuja venda esta não tenha absoluta certeza, uma vez que a produção e fabricação efetuada de acordo com as possíveis necessidades já está calculada no fundamento estabelecido pelo Estado. [...] Neste Estado, todos são servidores de um todo e recebem em compensação sua justa parte dos bens deste todo. Ninguém pode enriquecer muito, mas também ninguém pode empobrecer. [...] É certo que o governo possa contar com determinada quantidade de mercadorias comercializadas, para poder garantir permanentemente aos súditos a satisfação contínua das necessidades habituais [...] O governo deve fixar e garantir os preços das mercadorias” (J.G. Fichte, escrito em 1800). Essa impressionante descrição antecipada em mais de um século do “modelo soviético” de planejamento dos mercados já é suficiente para demonstrar a enorme distancia que separa essa ilusão estatista e o pensamento emancipatório.
158 - Nas teses, Lenin afirma que “não é tarefa imediata a implementação do socialismo, mas somente iniciar imediatamente o controle da produção social e da distribuição dos produtos pelos conselhos operários” (Teses de Abril).
159 - Coloca que Lênin nunca pretendeu um Estado. Ainda mais planejador. O governo revolucionário seriam os conselhos - “os conselhos são a única forma possível de governo revolucionário” (não achei a citação. Suspeito este texto…).
160 - Por que o “comunismo de guerra” então? … esse planejamento inicial não passava de uma medida de emergência destinada a fazer com que a produção e circulação de mercadorias não fosse interrompida.
161 - Parece ver lei do valor na URSS e fiz que, na coletivização forçada e industrialização, a produção de valor-de-troca passou a se impor sobre os modos arcaicos que enfatizavam o valor-de-uso. Também a antiga coletividade (embora aqui não caiba nenhum tipo de idealização romântica) foi substituída pelo moderno indivíduo abstrato e portador de “direitos” (lembrando Marx, podemos afirmar que somente um cidadão portador de direitos pode estabelecer contratos e vender a si mesmo no mercado como produtor de valores de troca).
162 - Existia “salário, preço e lucro” e a URSS competia no mercado mundial.
163 - Por que vale a lei do valor? Porque o trabalhador vira portador de sua “força de trabalho” (Marx) mobilizada para a produção abstrata de mercadorias a fim de ser trocada por um salário por meio do qual o sujeito pode comprar as mercadorias que garantem a sua reprodução enquanto força de trabalho. Os sujeitos, tal como no capitalismo, tornaram-se meros objetos da produção “sem sujeito” de mercadorias.
164 - Também o Estado é apenas um instrumento sem vontade da valorização do capital.
165 - Afirma que do processo de burocratização - com a consequente perda de poder dos conselhos e sovietes - que surgiam propostas “geniais” como a militarização do trabalho de Trotsky e também a ideia deste de que a economia já funcionava sob base socialista, faltando apenas corrigir a degenerescência burocrática, afirma o texto.
166 - Atribui essa teoria a Bukharin (nunca ouvi falar desse termo, pesquisar se é verdade): O besteirol foi aumentando quando Nicolai Bukhárin, o “teórico favorito do partido” (Lenin), também teve outra idéia “genial” para resolver o impasse de um Estado sob o controle dos trabalhadores, mas que os transformava em escravos da máquina estatal: trata-se da tese da “ditadura do proletariado sobre o próprio proletariado” (Bukhárin) – ou seja, a ditadura já não era exercida sobre a burguesia, mas voltava-se voluntariamente (sic) contra os próprios trabalhadores. Depois de tudo isso, fica fácil compreender como é que alguém como Stálin chegou ao poder.
167 - O mercado necessita tanto do Estado como o inverso.
168 - Bem... Existe um dilema estrutural dos mercados planejados, já que eles mantem a base monetária, o princípio da mais-valia e a circulação de mercadorias, mas suprimem a livre concorrência. Então, a concorrência reaparece, por assim dizer, por baixo do pano: no caso da URSS imperava o mercado negro e a economia de escambo, além de um mecanismo cada vez mais ineficaz de administração burocrática.
169 - Coloca que o planejamento soviético só garante a arrancada da industrialização. (...) a nova economia de serviços e de simulação financeira simplesmente não pode ser domada pelo Estado. A política é que está virando economia. Cita os sindicatos terceirizando seus trabalhadores da limpeza, segurança etc. Hoje em dia, a única coisa que o Estado pode planejar é a administração da miséria e a repressão contra os que já foram declarados desnecessários pelo sistema.
(...)
Debate Sobre Desigualdade Extrema - Interessante!:
153 - Um debatedor coloca que a Revolução Francesa foi quem originou toda a pressão social que foi virando igualitarismo, abolição dos preconceitos e privilégios, feminismo, etc.
154 - Li aqui. Não achei interessante.
(...)
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