Econ - Dante Mendes Aldrighi - Uma Avaliação das Contribuições de Stiglitz à Teoria dos Mercados Financeiros I

 

Dante Mendes Aldrighi - Uma Avaliação das Contribuições de Stiglitz à Teoria dos Mercados Financeiros:


82 - De acordo com o modelo Arrow-Debreu, uma das condições para que o equilíbrio competitivo assegure a alocação ótima dos recursos é que os participantes dos mercados compartilhem as mesmas informações.

83 - Assimetria da informação: Stiglitz, por exemplo, focalizou sob esse prisma temas como desemprego, contratos de seguro, racionamento de crédito, regime de parceria na agricultura, e crises financeiras.

84 - Não entendi como esta hipótese - : Modigliani e Miller (1958) - pode fazer sentido: sob certas condições, o custo do capital e o valor de uma empresa independem da razão dívida/capital e, por conseqüência, as decisões reais (sobre volume de investimento ou sobre escolha de técnicas de produção ou de produtos) são separadas das decisões financeiras, dependendo apenas das expectativas sobre os retornos futuros dos novos bens de capital.

85 - Stiglitz coloca que é válida a hipótese se não há risco de falência. Pelo que entendi, está falando da perspectiva dos avaliadores, afinal, se há ou não risco de falência é justamente a questão subjetiva. Ele dá outros “estabilizadores” no modelo. Tira a tributação e tal (deve ser porque esta pode falir uma empresa numa mudança abrupta). Conclusão nessas condições: a política financeira não afeta o valor da empresa e, portanto, não há uma razão dívida/capital ótima.

86 - Do jeito que o texto explica fica parecendo que alguém simplesmente lembrou que o risco de falência sempre existe em algum grau diferente no mundo real e isso faz com que bonds e juro nominal influenciem a coisa toda. Ou seja, há uma razão dívida/capital ótima e as decisões reais da empresa são inseparáveis das decisões financeiras. Depois de uma explicação bem mal explicada para quem é iniciante no tema, conclui: Assim, não sendo nula a probabilidade de falência, pode haver uma razão dívida/capital ótima, um nível de equilíbrio de investimento das empresas, ou ineficiência produtiva na economia.

87 - “O equity, ou patrimônio líquido, é o resultado da subtração do valor dos ativos menos o montante de todos os passivos de uma empresa”. (Vi na suno research). A taxa de juro não depende só da relação dívida/capital, mas também do equity aí.

88 - (“Bidder” = licitante. Faz uma proposta de “takeover” talvez. Assumir o controle de uma empresa.)

89 - Por fim, em um terceiro artigo sobre as proposições de MM,Stiglitz (1974) recorre a um modelo de equilíbrio geral de múltiplos períodos para demonstrar a neutralidade de qualquer tipo de política financeira sobre o valor da empresa: não apenas da política de leverage (alavancagem), mas também, por exemplo, de políticas sobre dividendos, perfil temporal das dívidas, e posse de ativos de outras empresas.

90 - “Arbitragem” na economia: é tipo comprar bitcoin com real, depois vender o bitcoin na venezuela e depois trocar os 1000 maduros por “1000” talqueis. Vai ter lucro nesse giro. Se aproveitam de diferenças de preços para o mesmo ativo em mercados diferentes. Ou comprar bitcoin (serve pra qualquer ativo, é só exemplo) na foxbit e vender na bitcoin trade porque uma tá cotada a mil reais a mais...

91 - A existência de impostos e mesmo a quase impossibilidade de risco de falência zero traz a seguinte conclusão de Stiglitz: ... não se observando essas suposições na realidade, a política financeira importa, e, portanto, gastos com a administração financeira das empresas não seriam "desperdícios".

92 - (Realmente não sei se entendi tudo).

93 - Na década de 70, o teorema de MM e a hipótese dos mercados eficientes (HME) constituíam os principais pilares da teoria mainstream de finanças.

94 - (Trade-off é um “perde-ganha”. Ganha um, mas perde outro. Tipo custo-oportunidade ou algo assim. Ganha-se algo com a escolha, mas perde o que a outra poderia trazer. “Por exemplo, as pessoas enfrentam o trade off entre consumo e lazer. Ou seja, para se obter mais consumo é necessário trabalhar mais, e assim abdicar de tempo de lazer”. Na verdade, esse termo poderia se chamar “vida”. Defendo que nunca seja usado. Tudo é trade-off).

95 - Stiglitz constata, contra a “mercados eficientes”, que o lucro a ser obtido no mercado pelo uso das informações adquiridas deve-se precisamente a essa vantagem informacional vis-à-vis os traders não informados. Sendo assim, os preços das ações não refletem perfeitamente as informações disponíveis (mais uma grande descoberta que me parece óbvia a quem já viu um monte de movimento louco na bolsa… Vai entender que na época não fosse óbvio). Se refletissem, não haveria porque trades buscarem informações! (o filme Wall Street teria que mudar todo o roteiro).

96 - … Haveria assim um trade-off entre os incentivos para adquirir informações e a eficiência com que os mercados as propagam.

97 - Se o sistema de preço revelasse a melhor informação disponível sobre o valor do ativo de risco, transmitindo de maneira perfeita aos agentes não informados a informação obtida pelos agentes informados, em suma, valendo a HME, não existiria equilíbrio. (...) Com custos de informação, há uma "quantidade de equilíbrio de desequilíbrio", sendo a persistência nas discrepâncias entre preços e "valores fundamentais" o incentivo para os indivíduos obterem informação.

(continua...)

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