Econ - Economia Superávit Primário I


Economia Superávit Primário 1:

230 - Discussão de agosto de 2002 sobre superávit primário no Brasil. Textinho de Otaviano Canuto no jornal Estado de São Paulo.

231 - Acertou quase tudo: Na Nota Técnica de Goldfajn, um cenário básico é projetado com os seguintes parâmetros: no início, dívida pública líquida como 58,9% do PIB, em dezembro de 2002; nos anos seguintes, crescimento anual de 3,5% do PIB, taxa real de juros de 9% a.a. e um superávit primário de 3,75% do PIB. A taxa de câmbio, depois de desvalorizar-se nominalmente em 22,87% em 2002, manter-se-ia constante em termos reais. Além desses componentes, o cenário incorpora o reconhecimento de "esqueletos" até 2006 (0,65% do PIB em 2003 e 0,75% anuais em 2004-06), inclusive todas as contas de Fundo de Compensação de Variação Salarial. (...) Ao final de 2011, o percentual da dívida cairia até 48% do PIB, numa trajetória relativamente virtuosa, mesmo com a adoção do parâmetro conservador de 9% para a taxa real de juros.

232 - … Já com uma taxa de crescimento anual de 1,5% e juros reais na casa dos 11%, nem mesmo os 3,75% de superávit primário impediriam a explosão.

233 - Caso o novo governo não apresente e implemente um programa crível de superávits primários e crescimento econômico, não terá tempo para convencer os agentes de que o endividamento pode ser mecanicamente estável.

 

Economia Superávit Primário 2:

234 - Imaginando-se um cenário global ainda avesso a riscos nos próximos anos, bem como a renitência do medo quanto ao futuro fiscal brasileiro, não será possível tergiversar sobre a questão. Como bem colocou o último Comentário Semanal do departamento econômico do BBV no Brasil, “o superávit primário, paradoxalmente, terá um caráter expansionista nos primeiros anos do próximo governo”. Serão tão cruciais as implicações do saldo primário concretamente obtido, em termos de sustentabilidade de ingresso de capital e de taxas de juros menores, que, ao menos dentro de certa faixa, estará invertida a tradicional relação keynesiana, segundo a qual a busca de saldos fiscais positivos tende a refrear a atividade macroeconômica.

235 - Com menores requisitos de financiamento do setor público e, portanto, taxas de juros mais baixas, a atual dependência patrimonial privada quanto ao retorno obtido através da dívida pública cairá. Esta é uma das condições necessárias para haver queda no custo do capital, desenvolvimento de mercados de capitais e aumentos da taxa de investimentos privados no PIB.

 

Economia Superávit Primário 3:

236 - Nada de muito útil.

 

Economia Superávit Primário 4:

237 - Texto de um heterodoxo (UNICAMP). Questiona os esqueletos que o governo FHC assumiu em nome de uma suposta “transparência”: Não sei se é falta de crença ou ceticismo, mas "retirar os esqueletos do armário" não é o tucanês do velho "socializar prejuízos e privatizar lucros"? Se não é, explique-me: por que os contribuintes tiveram de assumir o perdão das dívidas rurais, via capitalização do Banco do Brasil? Para pagar o "direito de reeleger"? Por que a inadimplência no pagamento da casa própria foi premiada pelo lançamento na chamada Podrebrás? Por que entupir os bancos (em especial os públicos) de títulos de dívida pública, estimulando a indústria de fundos e desestimulando a caderneta de poupança e o crédito? Será justo usar 80% do lucro de R$ 9,87 bilhões, obtido pela Petrobrás no ano passado, para cobrir o déficit atuarial do fundos de pensão dos seus funcionários? Não será um uso corporativo da empresa pública? Caloteiros não foram beneficiados à custa dos "emprestadores em última instância", isto é, os contribuintes?

238 - Até agora, o reconhecimento desses tipos de obrigações "esqueléticas" provocou um aumento de cerca de R$ 120 bilhões na dívida pública. Foi quase o dobro do obtido com a privatização de várias empresas estatais.

 

Economia Superávit Primário 5:

239 - Debate datado já e, ainda assim, não entendi muito o raciocínio (que se mostrou errado, por sinal).

 

(continua...)

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