João Bernardo - O Mito da Natureza (PP), a Réplica, a Tréplica e a Quadréplica - Parte V

 (continuação...)

558 - Ainda segundo JB: “Uma forma muito grave de desperdício resulta da política agrícola adoptada pela União Europeia. Simplificando, para sustentar uma pequena agricultura que não é rentável economicamente mas constitui um lobby político poderoso na direita e agora entre os ecologistas, um montante elevado de alimentos é comprado pelos Estados e armazenado, não sendo distribuído nem consumido e, portanto, constituindo uma forma de desperdício. Nos Estados Unidos chega-se ao mesmo efeito pagando aos agricultores para não cultivarem, o que constitui outra modalidade de desperdício. O Japão aplica uma política convergente.”

55 - Surge uma quadréplica a JB. Texto de JG. Jean Rémy Guimarães, da UFRJ, que compilou diversas revisões científicas demonstrando o impacto à saúde tanto nos agricultores, por exposição aguda ou crônica a agrotóxicos, causando mais de 350 mil mortes por envenenamento todo ano, assim como o aumento de casos de câncer nos consumidores dos alimentos produzidos com agrotóxicos [8].

560 - Por fim, veio um último artigo desta série - Ecologia, a fraude do nosso tempo - de JB.

561 - “Se tomarmos como exemplo a Itália centro-setentrional no final da Idade Média, 95% da população habitava nas áreas rurais e 5% nas cidades, no máximo. E note-se que esta era a zona com maior concentração urbana na Europa da época.”

562 - Ora, esse sonho é tão forte que a Via Campesina «busca evitar que todos os jovens abandonem o campo». A respeito deste desejo de inverter o fluxo demográfico, que deixaria de se dirigir para as cidades e passaria a dirigir-se para o campo, eu tenho aconselhado os ecológicos — sem qualquer êxito — a estudarem a experiência dos Khmers Vermelhos no Cambodja. Acrescento agora que também é elucidativa a experiência do governo de Ceauşescu na Roménia. Só nestes termos comparativos é que podem medir-se as utopias à luz das realidades e avaliar as implicações da proposta de fixação rural apresentada pela Via Campesina.

563 - JB traz o censo agropecuário de 2006 mostrando que a produtividade por hectare da agricultura não-familiar é claramente superior (a por pessoa então, nem se fala). Entretanto, pode ser agricultura familiar não-agroecológica. Gosto de lembrar para diferenciar os casos.

564 - Um comentador posta novo link afirmando que a produtividade dos policultivos é superior a dos monocultivos, sendo o único problema a necessidade de prescindir de maquinarias, ao que entendi, para preservar o solo. Ou seja, devo entender que trata da produtividade por área.


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